quarta-feira, 20 de abril de 2016

Preparando-se para Encontrar o Noivo III

“Unge-te”

Nas Escrituras do Antigo Testamento era usado “Óleo” para ungir profetas, sacerdotes e reis. Havia uma conexão entre o uso do óleo dessa forma e a vinda do Espírito Santo sobre o indivíduo, a fim de capacitá-lo para o serviço para o qual estava sendo consagrado. 

Por exemplo: Saul foi ungido o primeiro rei sobre Israel (1 Sm 10:1,6); e, seguindo-se à recusa de Saul em fazer o que Deus o comandou em relação à Amaleque, Davi foi ungido rei em seu lugar (1 Sm 16:13). E, como claramente indicado, “óleo” era usado em ambas as passagens para simbolizar o Espírito de Deus. O Espírito veio tanto sobre Saul como sobre Davi logo em seguida à sua unção, capacitando a ambos para as tarefas que deviam realizar.

A parábola das dez virgens em Mt 15:1-13, também mostra o “óleo” sendo usado de forma simbólica, exatamente como no Antigo Testamento. Todas as virgens possuíam óleo, mas apenas as cinco virgens sábias possuíam uma porção extra. E quando elas foram chamadas para prestar contas – à “meia noite” - apenas as cinco virgens sábias puderam entrar nas bodas com o Noivo (vv.6).

Isso quer dizer que, no antitipo, todos os Cristãos possuem o Espírito Santo. Ele habita em todo o Cristão. No entanto, nem todo Cristão tem um suprimento extra de óleo. Nem todo o Cristão está cheio do Espírito Santo. E quanto os Cristãos são chamados à prestar contas – à “meia-noite” – apenas aqueles que estão cheios do Espírito poderão entrar nas bodas com o Noivo.

Isso é o que está envolvido no simbolismo da segunda parte da preparação de Rute para encontrar Boaz na eira à meia-noite. Sem se ungir, Rute não poderia estar adequadamente preparada para encontrar Boaz; as dez virgens, da mesma maneira, sem possuir um suprimento extra de óleo, não poderiam estar apropriadamente preparadas para encontrar o Noivo à meia-noite. Sem estar cheios do Espírito, os Cristãos hoje não podem estar preparados para encontrar o Senhor à meia-noite. Isso se tornará evidente quanto a terceira e última parte da preparação de Rute for vislumbrada, porque existe uma conexão inseparável nas três partes.

 “Põe os teus melhores vestidos”

Rute não deveria estar apenas limpa e ungida com óleo, mas também deveria estar apropriadamente vestida. Rute estava indo se encontrar com seu noivo. As palavras de Noemi, “põe os teus melhores vestidos”, à luz do que está envolvido (eventos que vão culminar no casamento de Rute com Boaz), podem apenas se referir a um vestuário especial para aquela ocasião. O vestuário que Rute iria usar deveria refletir a ocasião.

Essa faceta da preparação de Rute, apontando para a presente preparação que os Cristãos devem fazer, é vista na parábola das bodas em Mt 22:1-14. Nessa parábola, um homem apareceu impropriamente vestido nas festividades relacionadas ao casamento de “um certo” filho do Rei. Esse homem compareceu sem veste nupcial; e a ele não foi apenas negada a entrada nas festividades, como este foi lançado para fora, nas trevas.

(Temos outra referência às trevas de fora [ou trevas exteriores] na parábola dos talentos [Mt 25:30]. Essa parábola se refere ao mesmo assunto anterior [das dez virgens (vv.1-13)], apesar de tomar uma perspectiva diferente.)

Um “certo rei” e “seu filho”, em Mateus 22:2, não podem fazer referência a nenhum outro a não ser Deus o Pai e Seu Filho, tendo em vista as festividades relacionadas às “bodas do Cordeiro”. Em Ap 19:7,8, nos é dito que a noiva a si mesma já se ataviou [ataviar - ornar, embelezar, adornar], por ter-lhe sido dado vestir-se com “linho finíssimo”; e desse “linho finíssimo” são os “os atos de justiça dos santos.”

Os Cristãos, assim como Rute, devem se ataviar com vestes adequadas para seu futuro encontro com o seu Noivo. Os atos de justiça, formando as vestes nupciais, emanam da fidelidade ao nosso chamado.

Enquanto a veste nupcial está sendo formada, as obras emanam da fidelidade e trazem a fé ao seu alvo adequado (cf. Hb 11:17-19,31; Tiago 2:14-26; 1 Pedro 1:9).

Além disso, é evidente que um Cristão que não está cheio do Espírito – tipificado pela segunda parte da preparação de Rute ao se ungir – não está em posição de executar atos de justiça (obras) que compõem a veste nupcial.

As escrituras claramente revelam que os Cristãos irão aparecer diante de Cristo de duas maneiras. Alguns terão vestes nupciais e outros não. As palavras “vestido” e “nú” são usadas nas Escrituras para distinguir entre a aparência de indivíduos nessas duas diferentes maneiras (Ap.3:17, 18; cf. Rm 8:35). Além disso, os Cristãos de ambos os grupos serão tratados de acordo com Mt 22:10-13. Os Cristãos apropriadamente vestidos (possuindo vestes nupciais) serão tratados de uma maneira, enquanto que os impropriamente vestidos (sem vestes nupciais, nús) serão tratados de uma forma totalmente diferente.

Os do primeiro grupo poderão participar das bodas, com a perspectiva de subsequentemente ocupar posições como co-herdeiros com Cristo no Seu reino, como a noiva do Cordeiro, formando Sua rainha. Os do segundo grupo terão a entrada proibida nas bodas e consequentemente não estarão entre aqueles que formam a noiva do Cordeiro, Sua rainha. Assim, eles não terão parte com Cristo no Seu reino sobre a terra.


Tradução do texto “Preparação para Encontrar com o Noivo” de Arlen L.Chitwood

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