segunda-feira, 26 de maio de 2014

Servo de Verdade (parte 1/5)

Uma carta de C.A.Coates para um destinatário desconhecido

Após ler sua carta esta manhã, abri minha bíblia nestas palavras: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos cressem por meio dele.” (Jo.1:6)

Tais palavras me levaram a pensar nas características de um “servo de verdade”, como as encontramos em João, características que, na minha estimativa, devem ser mais e mais gravadas em nossa vida e serviço.

Ele Vem da Parte de Deus

Para que isso aconteça, devemos primeiro estar com Deus. Infelizmente, este é o ponto fraco de muitos. Os estímulos que envolvem o serviço têm uma atração para os gostos naturais que a tranquilidade santa do santuário não possui. De certa maneira, o serviço nos torna “alguém”, mas na presença de Deus descobrimos que nada somos. Precisa-se de homens que realmente estejam com Deus. Não existe frescor ou poder se não estamos com Deus. Nosso coração perde sua sensibilidade ao que é divino, caímos para o nível dos fatos visíveis e tangíveis ao nosso redor e o serviço se torna, em maior ou menor grau, formal.

As realidades mais gloriosas que despertaram a alma logo são consideradas como simples doutrinas e pregadas do modo como são recebidas. Em pouco tempo, o servo começa a sentir uma auto-satisfação com respeito ao seu serviço, que não pode ser perturbada nem mesmo pela ausência de qualquer bênção manifesta, e esta é a característica, eu penso, de um terrível estado de apostasia.

Por outro lado, se estamos com Deus, temos realidade espiritual quanto à nossa própria experiência. Não nos enganamos no que diz respeito ao nosso progresso, dom ou fé. Não pensamos de nós mesmos além do que convém, mas pensamos com moderação (Rm.12:3). Além disso, é com Deus que aprendemos Seu amor, Sua graça imensurável, Seus propósitos gloriosos; Seus grandes pensamentos com respeito a Cristo e a Igreja, a realidade do poder do Espírito e muitas outras verdades aceitas na teoria por muitos, mas conhecidas como realidade por poucos. Havendo estado com Deus no secreto de Sua presença, podemos vir de Deus  no poder do que aprendemos interiormente, para servir num mundo como este. Não medimos, então, o poder do inimigo com nossa fraqueza, mas comparamo-lo com Deus. Não vestimos a armadura que outros usaram (1 Sm.17:38) nem seguimos o caminho trilhado por outros servos. Não consultamos carne nem sangue quanto ao alcance ou caráter dos nosso serviço. Em todo servo existe uma originalidade que vem da parte de Deus. Ele não usa o mesmo molde para formar dois servos – isto é obra do homem – e, na extada proporção em que somos formados no santuário, assim cada um terá sua habilidade peculiar para seu próprio serviço e será selado de tal modo que a fé reconhecerá que ele vem de Deus.

Continua amanhã...


Extraído do texto “Servo de Verdade” de C.A.Coates publicado no livro “O Homem que Deus Usa” publicado pela Editora dos Classicos.

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