Uma
carta de C.A.Coates para um destinatário desconhecido
Após ler sua carta esta manhã, abri minha
bíblia nestas palavras: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos cressem
por meio dele.” (Jo.1:6)
Tais palavras me levaram a pensar nas
características de um “servo de verdade”, como as encontramos em João,
características que, na minha estimativa, devem ser mais e mais gravadas em
nossa vida e serviço.
Ele Vem da Parte de Deus
Para que isso aconteça, devemos primeiro
estar com Deus. Infelizmente, este é
o ponto fraco de muitos. Os estímulos que envolvem o serviço têm uma atração para os gostos naturais que a tranquilidade
santa do santuário não possui. De
certa maneira, o serviço nos torna “alguém”, mas na presença de Deus
descobrimos que nada somos. Precisa-se de homens que realmente estejam com Deus. Não existe frescor ou poder se
não estamos com Deus. Nosso coração perde sua sensibilidade ao que é divino,
caímos para o nível dos fatos visíveis e tangíveis ao nosso redor e o serviço
se torna, em maior ou menor grau, formal.
As realidades mais gloriosas que despertaram
a alma logo são consideradas como simples doutrinas e pregadas do modo como são
recebidas. Em pouco tempo, o servo começa a sentir uma auto-satisfação com
respeito ao seu serviço, que não pode ser perturbada nem mesmo pela ausência de
qualquer bênção manifesta, e esta é a característica, eu penso, de um terrível
estado de apostasia.
Por outro lado, se estamos com Deus, temos realidade espiritual
quanto à nossa própria experiência. Não nos enganamos no que diz respeito ao
nosso progresso, dom ou fé. Não pensamos de nós mesmos além do que convém, mas
pensamos com moderação (Rm.12:3). Além disso, é com Deus que aprendemos Seu amor,
Sua graça imensurável, Seus propósitos gloriosos; Seus grandes
pensamentos com respeito a Cristo e a Igreja, a realidade do poder do Espírito
e muitas outras verdades aceitas na teoria por muitos, mas conhecidas como realidade
por poucos. Havendo estado com Deus
no secreto de Sua presença, podemos vir de
Deus no poder do que aprendemos
interiormente, para servir num mundo como este. Não medimos, então, o poder do
inimigo com nossa fraqueza, mas comparamo-lo com Deus. Não vestimos a armadura
que outros usaram (1 Sm.17:38) nem seguimos o caminho trilhado por outros
servos. Não consultamos carne nem sangue quanto ao alcance ou caráter dos nosso
serviço. Em todo servo existe uma originalidade
que vem da parte de Deus. Ele não usa o mesmo molde para formar dois servos –
isto é obra do homem – e, na extada proporção em que somos formados no
santuário, assim cada um terá sua habilidade peculiar para seu próprio serviço
e será selado de tal modo que a fé reconhecerá que ele vem de Deus.
Continua amanhã...
Extraído do texto “Servo de Verdade” de C.A.Coates
publicado no livro “O Homem que Deus Usa” publicado pela Editora dos Classicos.
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