quarta-feira, 28 de maio de 2014

Servo de Verdade (parte 3/5)

Continuação de...Uma carta de C.A.Coates para um destinatário desconhecido

Devoção Abnegada a Cristo

Outra característica do verdadeiro servo é a devoção abnegada a Cristo. João estava pronto a diminuir a fim de que Cristo pudesse crescer (Jo.3:30). João estava disposto a ser deslocado, a ficar na sombra e ser abandonado até mesmo por seus discípulos. O resultado do seu testemunho era a prova de sua realidade dos fatos divinos: homens deixaram a João e seguiram a Jesus. Isso lhe proporcionou verdadeira alegria (Jo.3:29), pois moralmente ele havia desistido de si mesmo  e encontrado seu objetivo no bendito Cordeiro de Deus...

...Podemos, pela graça, trazer outros para onde estamos, mas não podemos elevá-los acima de nosso próprio nível. Quão profundamente importante é, então, sermos vigilantes, sóbrios e pessoas de oração, andando habitualmente no Espírito! Cristo será, então, o objetivo e o motivo de toda a nossa vida e do nosso serviço. Nossa declaração poderá ser uma pequena proporção da sua grandeza e bem-aventurança “Para mim, o viver é Cristo” (Fp.1:21).

Só então a realidade dessas diferentes características poderá ser realmente provada. Satanás não perderá a oportunidade de peneirar como trigo o servo de Cristo (cf.Lc.22:31) e, por outro lado, Deus permite o peneirar visando a nos humilhar ao descobrirmos que não somos tão espirituais ou dedicados como deveríamos ser. Ao mesmo tempo, como resultado, a realidade do que a graça tem operado em nós se torna mais nítida do que nunca. O servo não deve esperar estar sempre na mesma situação. João Batista foi, por algum tempo, o homem mais popular dos seus dias. Dezenas de milhares acompanhavam seu ministério e o honravam como um profeta de Deus. Durante algum tempo, ele não recebeu qualquer oposição dos líderes religiosos e era até mesmo ouvido com respeito e atenção pelo rei...

...Se os olhos de João não estivessem firmemente fixados na Pessoa gloriosa da qual ele era apenas o arauto, ele poderia pensar de si mesmo como sendo digno de posição mais elevada do que a do servo que se curva para desatar a sandália do senhor...Mas João teria de ser provado, como muitos outros servos. Ele precisa conhecer o “vento norte” da adversidade e o “vento sul” da prosperidade (Ct.4:16). Ele deve ser transferido da grande congregação do deserto para a solidão a aparente inutilidade da prisão, principalmente quando parecia mais necessário do que nunca para todos os verdadeiros servos espalhar com energia divina o evangelho da vinda do reino...

...Pense nele, em João, como um leão enjaulado, enclausurado num castelo solitário na sombria praia do Mar Morto, ouvindo ali as coisas gloriosos que estavam sendo proclamadas “por toda a Judéia e por toda a região circunvizinha” (Lc.7:17,18). Você fica surpreso ao saber que quando tais notícias chegaram aos seus ouvidos, seu espírito se tornou impaciente no confinamento que o impedia de participar de tudo isso? Nos dias de sua prosperidade, ele havia dito, realmente, que não era nada, mas agora ele havia sido levado a entrar nisso de forma prática. O reino estava sendo pregado sem ele, coisas maravilhosas estavam sendo feitas e ele, pessoalmente, não tinha nenhuma participação nelas – a obra de Deus prosseguia sem João.

Continua amanhã...

Extraído do texto “Servo de Verdade” de C.A.Coates publicado no livro “O Homem que Deus Usa” publicado pela Editora dos Clássicos.

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