Continuação
de...Uma carta de C.A.Coates para um destinatário desconhecido
Devoção Abnegada a Cristo
Outra característica do verdadeiro servo é a devoção abnegada a Cristo. João estava pronto
a diminuir a fim de que Cristo
pudesse crescer (Jo.3:30). João
estava disposto a ser deslocado, a ficar na sombra e ser abandonado até mesmo
por seus discípulos. O resultado do seu testemunho era a prova de sua realidade
dos fatos divinos: homens deixaram a João e seguiram a Jesus. Isso lhe
proporcionou verdadeira alegria (Jo.3:29), pois moralmente ele havia desistido de si mesmo e encontrado seu objetivo no bendito Cordeiro
de Deus...
...Podemos, pela graça, trazer outros para
onde estamos, mas não podemos elevá-los acima de nosso próprio nível. Quão
profundamente importante é, então, sermos vigilantes, sóbrios e pessoas de
oração, andando habitualmente no Espírito! Cristo será, então, o objetivo e o
motivo de toda a nossa vida e do nosso serviço. Nossa declaração poderá ser uma
pequena proporção da sua grandeza e bem-aventurança “Para mim, o viver é
Cristo” (Fp.1:21).
Só então a realidade dessas diferentes características
poderá ser realmente provada. Satanás não perderá a oportunidade de peneirar
como trigo o servo de Cristo (cf.Lc.22:31) e, por outro lado, Deus permite o
peneirar visando a nos humilhar ao descobrirmos que não somos tão espirituais
ou dedicados como deveríamos ser. Ao mesmo tempo, como resultado, a realidade
do que a graça tem operado em nós se torna mais nítida do que nunca. O servo não
deve esperar estar sempre na mesma situação. João Batista foi, por algum tempo,
o homem mais popular dos seus dias. Dezenas de milhares acompanhavam seu ministério
e o honravam como um profeta de Deus. Durante algum tempo, ele não recebeu
qualquer oposição dos líderes religiosos e era até mesmo ouvido com respeito e atenção
pelo rei...
...Se os olhos de João não estivessem
firmemente fixados na Pessoa gloriosa da qual ele era apenas o arauto, ele
poderia pensar de si mesmo como sendo digno de posição mais elevada do que a do
servo que se curva para desatar a sandália do senhor...Mas João teria de ser
provado, como muitos outros servos. Ele precisa conhecer o “vento norte” da
adversidade e o “vento sul” da prosperidade (Ct.4:16). Ele deve ser transferido
da grande congregação do deserto para a solidão a aparente inutilidade da
prisão, principalmente quando parecia mais necessário do que nunca para todos
os verdadeiros servos espalhar com energia divina o evangelho da vinda do
reino...
...Pense nele, em João, como um leão enjaulado,
enclausurado num castelo solitário na sombria praia do Mar Morto, ouvindo ali
as coisas gloriosos que estavam sendo proclamadas “por toda a Judéia e por toda
a região circunvizinha” (Lc.7:17,18). Você fica surpreso ao saber que quando
tais notícias chegaram aos seus ouvidos, seu espírito se tornou impaciente no
confinamento que o impedia de participar de tudo isso? Nos dias de sua
prosperidade, ele havia dito, realmente, que não era nada, mas agora ele havia sido levado a entrar nisso de forma
prática. O reino estava sendo pregado sem
ele, coisas maravilhosas estavam sendo feitas e ele, pessoalmente, não tinha nenhuma participação
nelas – a obra de Deus prosseguia sem
João.
Continua amanhã...
Extraído do texto “Servo de Verdade” de
C.A.Coates publicado no livro “O Homem que Deus Usa” publicado pela Editora dos
Clássicos.