sexta-feira, 30 de maio de 2014

Servo de Verdade (parte 5/5)

Continuação de...Uma carta de C.A.Coates para um destinatário desconhecido

Espero que as características de um verdadeiro servo sempre marquem você, a fim de que não seja tocado pela exaltação do dia de sucesso. E que no dia da adversidade você não venha a desmaiar, mas possa provar a doçura daquela bem-aventurança especial do servo provado:

“Bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em Mim”.
(Lc.7:23)

- Fim -

Quem foi C.A.Coates

Charles Andrew Coates (1862-1945) era inglês, nasceu em uma família cristã e converteu-se aos 16 anos. Sua saúde muito frágil impedia-o de estender por uma área muito grande seu ministério, mas ele era confortado por saber que aquilo havia sido soberanamente ordenado por Deus. Segundo ele, seu pequeno serviço ao Senhor era feito principalmente por meio de material impresso: inicialmente, pequenos folhetos de evangelização, cuja impressão ele mesmo pagava. Seu comentário sobre Deuteronômio é considerado um clássico.

Extraído do texto “Servo de Verdade” de C.A.Coates publicado no livro “O Homem que Deus Usa” publicado pela Editora dos Clássicos.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Servo de Verdade (parte 4/5)

Esta Lição é Para Todos

Creio que todo servo de Cristo tem de passar por essa experiência mais cedo ou mais tarde. Ele pode experimentá-la numa forma diferente durante toda a sua vida, ou pode passar por ela em épocas especiais de profundo exercício espiritual, ou, então, pode aprendê-la em seu leito de morte, mas ele deve aprender que nada é além de um servo dos propósitos de Deus  (cf.1 Co 3:5-7) e que Deus pode prescindir dele a qualquer momento e transferir o serviço para outro diferente vaso da graça. Estou ciente de que todos nós aceitamos isso como teoria, mas é outra coisa aprender a lição na própria experiência com Deus. Quando aprendia essa lição, João se “escandalizou” Naquele cujas sandálias ele havia declarado não ser digno de amarrar ou desatar. A pergunta que seus discípulos levaram a Jesus (Lc.7:19) era uma repreensão muito mal disfarçada ao Mestre, pois este permitia que o servo fosse detido em circunstâncias que faziam dele um nada. Frequentemente, tem-se observado que o santo falha exatamente naquele ponto que é sua principal característica, e foi isso o que aconteceu com João.

Sempre que o servo é diminuído aos seus próprios olhos e aos olhos dos outros também, é que o orgulho do coração se descobre. Nessa hora, o melhor a fazer é se dobrar em submissão e não dar coices contra o aguilhão da soberania do Senhor (At.26:24).

Continua amanhã...

Extraído do texto “Servo de Verdade” de C.A.Coates publicado no livro “O Homem que Deus Usa” publicado pela Editora dos Clássicos.


quarta-feira, 28 de maio de 2014

Servo de Verdade (parte 3/5)

Continuação de...Uma carta de C.A.Coates para um destinatário desconhecido

Devoção Abnegada a Cristo

Outra característica do verdadeiro servo é a devoção abnegada a Cristo. João estava pronto a diminuir a fim de que Cristo pudesse crescer (Jo.3:30). João estava disposto a ser deslocado, a ficar na sombra e ser abandonado até mesmo por seus discípulos. O resultado do seu testemunho era a prova de sua realidade dos fatos divinos: homens deixaram a João e seguiram a Jesus. Isso lhe proporcionou verdadeira alegria (Jo.3:29), pois moralmente ele havia desistido de si mesmo  e encontrado seu objetivo no bendito Cordeiro de Deus...

...Podemos, pela graça, trazer outros para onde estamos, mas não podemos elevá-los acima de nosso próprio nível. Quão profundamente importante é, então, sermos vigilantes, sóbrios e pessoas de oração, andando habitualmente no Espírito! Cristo será, então, o objetivo e o motivo de toda a nossa vida e do nosso serviço. Nossa declaração poderá ser uma pequena proporção da sua grandeza e bem-aventurança “Para mim, o viver é Cristo” (Fp.1:21).

Só então a realidade dessas diferentes características poderá ser realmente provada. Satanás não perderá a oportunidade de peneirar como trigo o servo de Cristo (cf.Lc.22:31) e, por outro lado, Deus permite o peneirar visando a nos humilhar ao descobrirmos que não somos tão espirituais ou dedicados como deveríamos ser. Ao mesmo tempo, como resultado, a realidade do que a graça tem operado em nós se torna mais nítida do que nunca. O servo não deve esperar estar sempre na mesma situação. João Batista foi, por algum tempo, o homem mais popular dos seus dias. Dezenas de milhares acompanhavam seu ministério e o honravam como um profeta de Deus. Durante algum tempo, ele não recebeu qualquer oposição dos líderes religiosos e era até mesmo ouvido com respeito e atenção pelo rei...

...Se os olhos de João não estivessem firmemente fixados na Pessoa gloriosa da qual ele era apenas o arauto, ele poderia pensar de si mesmo como sendo digno de posição mais elevada do que a do servo que se curva para desatar a sandália do senhor...Mas João teria de ser provado, como muitos outros servos. Ele precisa conhecer o “vento norte” da adversidade e o “vento sul” da prosperidade (Ct.4:16). Ele deve ser transferido da grande congregação do deserto para a solidão a aparente inutilidade da prisão, principalmente quando parecia mais necessário do que nunca para todos os verdadeiros servos espalhar com energia divina o evangelho da vinda do reino...

...Pense nele, em João, como um leão enjaulado, enclausurado num castelo solitário na sombria praia do Mar Morto, ouvindo ali as coisas gloriosos que estavam sendo proclamadas “por toda a Judéia e por toda a região circunvizinha” (Lc.7:17,18). Você fica surpreso ao saber que quando tais notícias chegaram aos seus ouvidos, seu espírito se tornou impaciente no confinamento que o impedia de participar de tudo isso? Nos dias de sua prosperidade, ele havia dito, realmente, que não era nada, mas agora ele havia sido levado a entrar nisso de forma prática. O reino estava sendo pregado sem ele, coisas maravilhosas estavam sendo feitas e ele, pessoalmente, não tinha nenhuma participação nelas – a obra de Deus prosseguia sem João.

Continua amanhã...

Extraído do texto “Servo de Verdade” de C.A.Coates publicado no livro “O Homem que Deus Usa” publicado pela Editora dos Clássicos.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Servo de Verdade (parte 2/5)

Continuação de...Uma carta de C.A.Coates para um destinatário desconhecido

Tem Consciência de que Nada É

A segunda característica de um verdadeiro servo é que ele tem consciência de não ser nada. João podia falar de si mesmo como apenas uma “voz” (Jo.1:23), e outro, maior do que João, tinha consciência de ser “o menor de todos os santos” (Ef.3:8). No momento em que julgamos ser alguma coisa, saímos da verdadeira posição e espírito de servos. Existe um lindo contraste entre a descrição de João a respeito de si mesmo e a descrição dele dada pelo Senhor (compare João 1:22-27 com Lucas 7:26-28). Quanto mais merecedores somos do elogio do Senhor, menos pensamos a respeito de nós mesmos.

Uma Testemunha

A terceira característica de um verdadeiro servo é que ele é um testemunha. Ele fala daquilo que tem visto e conhecido por si mesmo. Foi dito a Paulo que ele deveria ser testemunha tanto das coisas que tinha visto como daquelas em que o Senhor havia de lhe aparecer” (At.26:16). Podemos ministrar coisas que nunca passaram a fazer parte de nós, mas não podemos ser testemunhas delas. Daí a profunda importância de se cultivar a comunhão com Deus e a crescente intimidade com Cristo.

Estaríamos em contato com a graça que pode descer até o ponto mais baixo a fim de ganhar o coração de um pecador. Nossa pregação geralmente carece de peso porque experimentamos tão pouco das coisas que falamos. Nós mesmos devemos entrar – quer seja no terror do Senhor, no amor de Deus, no valor da obra de Cristo ou nas bênçãos que a fé desfruta – em tudo aquilo que, com insistência, apresentamos aos outros. Caso contrário, tornamo-nos apenas conferencistas  ou preletores  em vez de testemunhas.

Continua amanhã...


Extraído do texto “Servo de Verdade” de C.A.Coates publicado no livro “O Homem que Deus Usa” publicado pela Editora dos Clássicos.