sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Tratamentos e Conhecimento São Inseparáveis

Nada é mais precioso em nossa vida terrena do que conhecer a Deus. Para conhecê-lo, precisamos receber seu tratamento em todas as coisas. Precisamos receber seu tratamento na questão de conhecê-lo bem como na questão da oração. Precisamos tratar do ambiente bem como do pecado. Vamos inquirir quanto ao significado de tudo o que nos acontecer. Há alguma exigência de Deus? O indolente nunca chegará a conhecê-lo. Conhecemo-lo através da oração; conhecemo-lo mediante a comunhão com ele. Deveríamos aprender com Paulo, que orou ao Senhor não apenas uma vez, mas duas e três vezes até que o Senhor lhe respondeu. Deveríamos também aprender com nosso Senhor que, no jardim do Getsêmani, orou: "Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade" (Mateus 26:42). Ele orou não apenas uma vez, mas a segunda e a terceira vez até ter certeza sobre essa questão. Oremos também primeira, segunda e terceira vez até recebermos resposta de Deus. Somente dessa maneira é que podemos conhecer a Deus.

Posso dizer algumas poucas palavras a meus colegas? Não podem sair a trabalhar se não tiverem aprendido como tratar com Deus bem como a serem tratados por Deus, pois nem mesmo podem ser comparados a um bom cristão. Se vocês não conhecem o caminho de Deus, nem seu procedimento, nem sua natureza, que é que os torna diferentes das outras pessoas? Vocês podem dar--lhes algumas ideias espirituais, mas não podem guiá-las no caminho espiritual. Nem todos os que leem o guia de Hanchow ou de Pequim já estiveram em Hanchow ou em Pequim. Nem todos os que têm um livro de arte culinária já experimentaram as receitas do livro. Da mesma forma, vocês não podem guiar as pessoas se nada tiverem além do conhecimento da Bíblia.

No entanto, não é suficiente também ter apenas experiência sem o conhecimento da Palavra, pois nesse caso não se terá as palavras adequadas para ajudar as pessoas. O Senhor diz: "Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus" (Mateus 22:29). Tal é sua repreensão. Muitos crentes têm falta de conhecimento bíblico e do poder divino. Muitos têm apenas uma pequena ideia espiritual; cada qual imagina as coisas sem saber como realmente são. Alguns podem ensinar outras pessoas porque seus cérebros são mais fortes e conseguem lembrar-se um pouco mais da doutrina. Ó irmãos, este é um fenômeno demasiadamente trágico! Que possamos aprender a conhecer a Deus tanto em sua vontade como em oração. Nós podemos conhecê-lo. Nada é mais importante que isto. Não vamos guardar a luz que temos em nossos cérebros; busquemos, antes, conhecer a Deus e receber seus tratamentos.


Extraído do livro “Conhecimento Espiritual” – Watchman Nee


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Conhecendo a Deus em sua vontade

Se quisermos conhecer a vontade de Deus, precisamos conversar com ele. Aqueles que não tiverem essa experiência, não conhecerão a vontade divina. Alguns irmãos talvez pensem que é impossível conhecer uma coisa tão tremenda quanto a vontade de Deus. É verdade, Deus é extremamente sublime. Será que ele revela a sua vontade a pessoas tão insignificantes como nós? É importante nos prepararmos. Se um espelho estiver turvo, refletirá uma imagem borrada. Ou se não for muito plano, até distorcerá a imagem que reproduzir. Se estivermos despreparados, quem pode dizer quão mal compreendamos a Deus! Toda vez que desejarmos conhecer a sua vontade, precisamos primeiro tratar de nós mesmos. Precisamos colocar a nossa própria pessoa de lado, dispostos a tudo abandonar; então ele nos revelará a sua vontade. Toda vez que buscarmos a vontade divina, precisamos que nossas pessoas sejam tratadas por ele.

Quando George Müller buscou conhecer a vontade de Deus, examinou a si próprio muitas vezes. Em seu diário, sempre começava sua primeira anotação tratando de certa coisa com palavras assim: esta ou aquela coisa parecem ser assim. Na segunda anotação, escrevia de novo que realmente parecia ser assim. Mais tarde, poderia anotar que depois de examinar a questão por dois meses, essa mesma questão ainda parecia ser assim. Certo dia, algumas pessoas apareceram com um pedido que parecia relacionado a essa questão. Em ainda outro dia, um colega falou algo nesse mesmo sentido. Em outro dia, no entanto, veio uma promessa. Após muitos dias, ele anotou algo assim: "Agora, a questão está esclarecida." Mais tarde, escreveu que tinha ficado ainda mais clara, pois havia não apenas a palavra mas também o próprio suprimento. Finalmente, anotou em seu diário que tudo se havia esclarecido perfeitamente. Às vezes, ele revelava em seu diário que apesar de ser pouco o dinheiro que tinha, Deus havia começado a suprir e abençoar. Não tinha medo que caçoassem dele, nem assinava contrato algum com homens. Toda vez que havia uma necessidade, pedia a Deus que a suprisse, e Deus nunca falhou. Aprendeu ele a sempre tratar com Deus.

Uma vez, ao orar, sentiu que Deus desejava que fosse à Alemanha. Ele disse ao Senhor que havia três obstáculos à sua ida: primeiro, se sua esposa fosse com ele, quem iria tomar conta dos seus três filhos? Segundo, não havia dinheiro para a viagem; e terceiro, precisaria de alguém que tomasse conta do orfanato em sua ausência. Reconheceu que não sabia se a sua viagem era da vontade de Deus; mas se fosse, pediu a Deus que desse a resposta para essas três perguntas. Depois disso, apareceu-lhe um homem que era a pessoa ideal para tomar conta do orfanato. Então, disse a Deus que um dos obstáculos havia sido removido, mas e os outros dois? Mais tarde, uma mãe mudou-se para sua casa por alguns meses. Ela poderia tomar conta de seus filhos. O segundo obstáculo havia sido vencido. Mais tarde ainda, alguém lhe mandou um presente pessoal (pois ele nunca usava dinheiro designado para a obra), que veio a resolver seu terceiro problema. Por tudo isso, ele perguntou a Deus se podia agora começar a viagem. Anotações como as 'acima foram claramente registradas em seu diário. Ele aprendeu a tratar com Deus passo a passo.

Extraído do livro “Conhecimento Espiritual” – Watchman Nee


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Conhecendo a Deus em oração

Uma coisa que intriga os cristãos é como obter resposta de Deus à oração. Cada cristão deve sentir o desejo de que Deus ouça sua oração. Será anormal o cristão do qual Deus ouve a oração apenas uma vez em três ou cinco anos, ou uma vez em três ou cinco meses. Muitos raramente têm experimentado uma resposta de Deus a suas orações. Não estou dizendo que não oram. Digo apenas que suas orações são ineficazes. Muitos crentes não têm a menor certeza de que Deus ouve suas orações. Não sabem se ele respondeu ou não enquanto não conseguirem aquilo pelo que ora­ram. Não têm a menor convicção no começo. Como cristãos, deveríamos ser espiritualmente ricos, mas nos tornamos pobres por não sabermos orar. Quão pobres seremos se nossas orações forem ouvidas apenas uma vez a cada três ou cinco anos! Já mencionei muitas vezes que ne­nhum cristão pode viver em um estado de orações não respondidas. Quão terrivelmente deve ter caído!

Hoje, gostaria de examinar como é que o cristão deve orar. Quão cedo deve sua prece receber resposta? Que confiança tem ele após haver ora­do? Qual será a conclusão disso tudo? E onde podemos adquirir todo esse conhecimento? Pode­mos obtê-lo através de nosso conhecimento de Deus. Se fizéssemos essas perguntas a pessoas diferentes, elas provavelmente assinalariam mais de dez itens aplicáveis à oração, tais como o abandono do pecado, a necessidade de ter fé, e a necessidade de orar de acordo com a vontade de Deus. O problema é que muitas pessoas conhecem a oração apenas através da Bíblia; não a conhecem na presença de Deus. Leem a Palavra e extraem dela as condições para orações respondidas. Aprendem tudo através da Bíblia, e não por intermédio de tratamentos com Deus. Não adianta muito, portanto. Precisamos passar tempo na pre­sença de Deus e aprender a tratar com ele, bem como a ser tratados por ele. Assim, viremos gradualmente a conhecer o que ele requer de nós com respeito à oração. Conhecer a Deus em oração não acontece ao acaso, nem pelo ouvir, nem pelo que digo agora. Um guia turístico só pode indicar um lugar a alguém, mas não leva o turista àquele lugar. Se ele não for até lá, não terá experiência alguma desse lugar específico.

Irmãos, façam de conta que têm um desejo — uma petição que querem que Deus atenda. Orarão a ele a respeito dessa questão. Podem orar fervoro­sa ou casualmente, longa ou brevemente. No entanto, o mais estranho é que vocês nunca pensam em conhecer a Deus nessa hora de oração. Não se importam realmente se Deus responde ou não à sua oração. Por exemplo, pedem a Deus que lhes dê um livro; e, se ele lhes der o tal livro, considerarão isso como recompensa da parte dele. Deveriam saber, entretanto, que não é apenas um livro que receberam. Também adquiriram conhe­cimento de Deus. Na verdade, estão aprendendo a orar de maneira tal que recebem uma resposta dele. Receber o livro é muito insignificante, mas saber como orar e ter resposta à oração é um conhecimento extremamente precioso. Através desta hora de oração, vocês chegam a conhecer a Deus um pouco mais. Nosso conhecimento não deve vir apenas da leitura da Bíblia; precisamos recebê-lo diretamente de Deus.

Extraído do livro “Conhecimento Espiritual” – Watchman Nee


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O Homem Que Conhece a Deus

Se Deus já tratou de você e você já chegou a um conhecimento verdadeiro dele, saberá em que situação particular outra pessoa fica enroscada. Você poderá ajudá-la porque você já foi tratado a respeito deste mesmo assunto por mais de cinquenta vezes. Você não fala aos homens somente acerca da Bíblia; fala-lhes de Deus.

Certo verão, houve uma conferência liderada por muitas pessoas famosas. Disseram-me que deveria ir e ouvir um pregador que pregava muito bem naqueles dias. Então fui. Naquela sessão em particular, ele falou sobre como ficar cheio do Espírito Santo. Os versículos bíblicos que citou eram os mais apropriados possível. Suas ilustrações foram esplêndidas, e sua apresentação muito lógica. Mas após ter ele falado por dez minutos, perguntei a mim mesmo: É isto o que significa ficar cheio do Espírito Santo? Embora ele falasse muito bem, suas poucas declarações superficiais deixaram patente que não conhecia a Deus nesta questão particular. Nada conhecia a respeito de ser cheio do Espírito Santo. Daí que só o conhecimento da Bíblia não nos dá o conhecimento de Deus nem nos capacita a falar dele. Precisamos aprender a palmilhar o caminho da cruz. Precisamos ser tratados por Deus. O Senhor não ignorou a vontade divina por ser o Filho de Deus. Pelo contrário, orou uma, duas e três vezes ao Pai até poder dizer: "Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?"

O apóstolo Paulo também orou até que o Senhor lhe dissesse que sua graça lhe bastava. Sabemos que os crentes de Corinto compreenderam mal a Paulo. As cartas aos coríntios expressam sua tristeza, enquanto a carta aos filipenses declara seu gozo. De todas as cartas paulinas, apenas essas duas estão cheias de auto-expressão. Mas gosto muito mais de ler a carta aos coríntios do que aquela aos filipenses. Os coríntios se enganaram completamente a respeito do apóstolo. Acusaram--no de ser ardiloso e julgaram mal a sua doença.

Ele não insistiu em que Deus removesse o espinho a fim de escapar à zombaria dos coríntios. Disse apenas: "Por causa disto três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza." Tendo Deus falado, Paulo não pediu que o Senhor mudasse de idéia. Pelo contrário, ele declarou: "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (2 Coríntios 12:7-9).

Ninguém jamais conhecerá a Deus sem lidar com ele. Disse eu uma vez a alguns irmãos que existe apenas uma maneira de progredir na vida espiritual, e esta é através do tratamento de Deus. Se o indivíduo se recusar a aceitar os tratamentos de Deus, nunca conseguirá progredir. Se apenas desejar adquirir conhecimento da Bíblia, precisará simplesmente estudar bastante e ser auxiliado por aqueles que tiverem conhecimento bíblico. Mas se realmente desejar conhecer a Deus, precisa ter um tratamento pessoal com ele, pois não existe outra maneira.

Dou muito valor à experiência daqueles que verdadeiramente conhecem a Deus. Podemos julgar quão bem realmente o conhecem pelo que dizem. Certa irmã do Ocidente era realmente alguém que esperava a volta de Cristo. (Note que muitos estudiosos das profecias não sabem como esperar a volta do Senhor!) Quando estava em sua presença, eu sabia que não poderia enganá-la, pois algumas poucas palavras dela haviam revelado quão familiarizada estava com as coisas espirituais. Lembro-me agora que, no último dia de 1925, estava orando com ela. Ela orou: "Ó Deus, o Senhor vai realmente permitir que o ano de 1925 se passe? Precisa o Senhor esperar até 1926 para voltar? Mesmo neste último dia do ano, ainda lhe peço que volte hoje." Eu sabia o que ela estava pedindo. Alguns meses mais tarde, encontrei-me com ela na estrada. Tomou-me a mão e disse: "Irmão, não é estranho que ele não haja voltado ainda?" Estas declarações mostravam que ela não era simplesmente uma estudiosa das profecias, alguém que tinha comunhão com Deus e realmente esperava pelo Senhor. Conhecia a Deus. Era uma especialista na segunda vinda de Cristo.


Extraído do livro “Conhecimento Espiritual” – Watchman Nee

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Como Conhecer a Deus

No jardim do Getsêmani, o Senhor Jesus orou perguntando qual era a vontade de Deus. Ajoelhando-se, orou: "Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua" (Lucas 22:42). A Bíblia diz que ele orou a segunda e a terceira vez da mesma maneira. Não orou apenas uma vez e deixou de lado o assunto. Não, ele orou três vezes. E, quando se ergueu da oração, isto é, depois de ter acabado de orar, o Senhor foi até aos discípulos e disse-lhes: "Ainda dormis e repousais! eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mãos de pecadores" (Mateus 26:45). Orando no Getsêmani, ele disse: "Se possível, passe de mim este cálice!" (Mateus 26:39); mas quando Pedro sacou da espada e cortou a orelha do servo do sumo sacerdote, o Senhor declarou: "Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?" (João 18:11). Portanto, durante a oração no jardim do Getsêmani, o cálice parecia ainda duvidoso; mas após ter-se erguido da oração, Jesus já não tinha dúvidas sobre o cálice que estava pronto a sorver.

Orando três vezes, conseguiu conhecer a Deus. Nada tomaria como certo, mas buscaria conhecer a Deus tratando com ele em oração. No jardim, ele tratou com Deus ao mesmo tempo que Deus tratou dele.

Havia um espinho na carne de Paulo. Não tentarei identificar esse espinho. Basta dizer que era algo que o fazia sentir-se desconfortável e que o trespassava como um espinho. Referiu-se também o apóstolo a ele como mensageiro de Satanás; portanto, deve tê-lo perturbado bastante. Sem o poder de Cristo, Paulo não teria sido capaz de suportar esse espinho. Três vezes ele orou, pedindo ao Senhor que removesse o espinho. Mas disse--lhe o Senhor: "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9). Será que ele orou quarta vez? Não, pois depois da terceira vez o Senhor respondeu e a questão tinha sido resolvida pela sua palavra. Paulo nada decidiu por seu próprio conhecimento; antes, tratou com Deus em oração para se assegurar da vontade divina a respeito desse problema específico.

Através das experiências de nosso Senhor e do apóstolo, descobrimos um princípio: se alguém desejar conhecer a Deus, tem de aprender a lidar com ele. Em outras palavras, precisa tratar com Deus e ser tratado por Deus. Muitos cristãos descuidadamente deixam que dificuldades ou problemas passem sem o devido tratamento de Deus. Não sabem por que ele lhes manda essas dificuldades. Tais pessoas podem ler a Bíblia diariamente e parecer que têm algum conhecimento e luz, e, no entanto, ignorarem a mente divina. Seu conhecimento é obviamente insuficiente. Por esta razão, amados, precisamos tratar com Deus e receber tratamento de Deus; então verdadeiramente o conheceremos.


Extraído do livro “Conhecimento Espiritual” – Watchman Nee