terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Louvor e Vitória

Temos visto que nosso louvor é um sacrifício. Mas há mais. Temos que ver que louvar é a maneira de vencer ataques espirituais. Muitas pessoas dizem que Satanás tem medo das orações dos filhos de Deus; ele foge quando Seus filhos se ajoelham para orar. Essa é a razão pela qual ele muitas vezes ataca os filhos de Deus e os frustra de orar.

Isso é um ataque comum. Mas salientaremos um outro fator: o maior ataque de Satanás não tem como alvo as orações; seu maior ataque tem como alvo o louvor. Isso não significa que Satanás não ataca orações. No momento que o cristão ora, Satanás começa a atacar. É muito fácil falar às pessoas, mas no momento que alguém ora, Satanás começa com problemas. Ele fará com que alguém sinta dificuldades em orar.

Isso é um fato. Mas Satanás não ataca apenas a oração; ele também ataca o louvor dos filhos de Deus. O objetivo máximo de Satanás é parar todos os louvores a Deus. Orar é uma guerra, mas louvar é uma vitória. Orar significa guerra espiritual, mas louvar significa vitória espiritual.

Sempre que louvamos, Satanás foge. Por isso, Satanás odeia nosso louvor ao máximo. Ele usará toda a sua força para parar nosso louvor. Os filhos de Deus são tolos se param de louvar quando sofrem sob ambientes adversos e sentimentos oprimidos. Mas quando começam a conhecer mais a Deus, saberão que mesmo uma cadeia em Filipos pode se tornar um lugar para cantar hinos (At 16:25). Paulo e Silas estavam louvando a Deus na prisão. Seu louvor quebrou todas as portas da prisão. As portas da prisão foram abertas duas vezes em Atos. Elas foram uma vez aberta para Pedro e outra para Paulo. No caso de Pedro, a igreja orou fervorosamente por ele, e o anjo abriu a porta e o trouxe para fora (12:3-12).

No caso de Paulo, ele e Silas cantavam hinos de louvor a Deus, e todas as portas foram abertas e as correntes quebradas. O carcereiro creu no Senhor naquele dia, e toda sua família foi salva de maneira jubilosa (16:19-34).

Paulo e Silas ofereceram sacrifícios de louvor na prisão. As feridas de seu corpo ainda não estavam curadas; sua dor ainda não tinha sido amenizada. Seus pés estavam no tronco, e eles estavam trancados em uma prisão do Império Romano. O que havia lá para estarem alegres? O que havia lá para cantar? Mas havia lá duas pessoas com espírito transcendente, que tinha superado todas as coisas.

Eles viram que Deus ainda estava sentado nos céus; Ele não tinha mudado. Eles mesmos poderiam ter mudado, seu ambiente poderia ter mudado, seu sentimento poderia ter mudado, e o seu corpo poderia ter sofrido, mas Deus ainda estava no trono. Ele ainda era digno das suas ações de graça. Nossos irmãos, Paulo e Silas, estavam orando, cantando e louvando a Deus. Esse tipo de louvor, que vem da dor e da perda, é um sacrifício de louvor.

Quando ora, você está no meio de sua situação. Mas quando louva, você paira sobre a sua situação. Enquanto está orando e suplicando, você está limitado pelas suas circunstancias, você não está fora delas. Quanto mais você suplica, mais encontra-se limitado e pressionado. Mas se Deus tirar você da prisão, das correntes, das feridas doloridas no corpo, do sofrimento, e da vergonha, você oferecerá louvores ao Seu nome.

Muitas vezes o louvor opera onde a oração falha. Este é um principio básico. Se não pode orar, porque não louvar? O Senhor tem colocado outro item em suas mãos para sua vitória e para se gloriar na vitória.
Sempre que esgotar sua força para orar e seu espírito estiver oprimido, ferido ou abatido, louve-O. Se não puder orar, tente louvar. Invariavelmente pensamos que devemos orar quando o encargo é pesado e louvar quando o encargo está terminado.

Mas, por favor, tenha em mente que há vezes quando o encargo é tão pesado que você não consegue orar. Esse é o momento de louvar. Louvamos quando não há encargo; louvamos quando o encargo torna-se muito pesado. Quando você enfrenta circunstâncias e problemas incomuns e fica confuso e sente-se desfalecido, lembre-se apenas de uma coisa, “Por que não louvar? Aqui está uma oportunidade de ouro. Se você oferecer seu louvor nesse momento, o Espírito de Deus operará em você, abrirá todas as portas e quebrará todas as cadeias.


Extraído do texto “Louvores” – Watchman Nee

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Louvor

A Bíblia dá muita atenção ao louvor.  É falado frequentemente nas Escrituras. O livro de Salmos é cheio de louvores. O livro de Salmos é na verdade um livro de louvor no Antigo Testamento...

Entretanto, os Salmos não apenas contêm capítulos de louvores, mas também de sofrimento. Deus quer que Seu povo saiba que aqueles que louvam são aqueles que sofreram por meio de situações difíceis e cujos sentimentos foram feridos. Estes Salmos nos mostram homens guiados por Deus por meio das sombras da morte. Eles foram rejeitados, difamados e perseguidos. “Todas as tuas ondas e vagas, passaram sobre mim” (42:7).

No entanto, Deus tira perfeito louvores deles. As palavras de louvor nem sempre vêm da boca daqueles que não tem problemas. Elas vêm muito mais daqueles que estão sob disciplina e julgamento. Nos Salmos podemos tocar os sentimentos maravilhosos, e também podemos encontrar os maiores e mais elevados louvores. Deus usa muitas dificuldades e perseguições para produzir louvores em Seu povo. Ele os faz aprender por meio de circunstâncias difíceis para se tornarem pessoas que louvam diante do Senhor.  

As pessoas mais felizes nem sempre são aquelas que têm o louvor mais elevado. Muitas vezes o louvor mais elevado vem daqueles que passam por meio de dificuldades. Esse tipo de louvor é o mais agradável a Deus e é abençoado por Ele.

Deus não quer que os homens O louvem apenas quando estão no topo do monte vislumbrando Canaã, a terra prometida. Deus deseja muito mais ver Seu povo escrevendo Salmos e O louvando quando eles “andam pelo vale da sombra da morte” (23:4). Este é o genuino louvor.

Isto nos mostra a natureza do louvor aos olhos de Deus. A natureza do louvor é uma oferta, um sacrifício. Em outras palavras, o louvor vem da dor e do sofrimento. Hebreus 13:15 diz, “Por meio Dele, pois, ofereçamos continuamente a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto de lábios que confessam o Seu nome”. 

O que é um sacrifício? Um sacrifício é uma oferta. Uma oferta significa morte e perda. Uma pessoa que faz uma oferta deve sofrer alguma perda. Uma oferta, um sacrifício, deve ser ofertada. Essa oferta constitui uma perda. O touro e o cordeiro são seus. Quando você os oferece, você os sacrifica. Ofertar algo não significa ganhar algo; significa sofrer uma perda. Quando uma pessoa oferece seu louvor, ela perde algo; ela está oferecendo um sacrifício a Deus.

Em outras palavras, Deus inflige feridas, Ele quebra e corta uma pessoa profundamente, contudo, ao mesmo tempo, tal pessoa se volta para Ele e O louva. Sofrer por oferecer louvor a Deus é um tipo de oferta. Deus ama os homens que O louvam dessa maneira. Deus gosta de ser entronizado sob esse tipo de louvor.

Como Deus pode receber Seu louvor? Deus quer que Seus filhos O louvem em meio aos seus sofrimentos. Não devemos louvar apenas quando há ganho. Apesar de o louvor oferecido como resultado do ganho seja louvável, ele não pode ser considerado uma oferta. O principio da oferta é baseado na perda. Uma oferta carrega consigo o elemento da perda. Deus quer que O louvemos em meio a nossa perda. Isso a torna uma verdadeira oferta.

Não devemos apenas orar a Deus, mas também aprender cada vez mais louvar a Deus. Precisamos ver o significado do louvor no início da nossa caminhada cristã. Devemos incessantemente louvar a Deus. Davi recebeu graça de Deus para louvar sete vezes ao dia. É um bom exercício, uma boa lição, e uma prática espiritual muito boa louvar a Deus todos os dias.

Devemos aprender a louvar a Deus quando nos levantamos cedo pela manhã. Devemos aprender a louvá-Lo quando nos deparamos com problemas, quando estamos na reunião, ou quando estamos sozinhos. Devemos louvar a Deus ao menos sete vezes ao dia. Não deixe Davi superar-nos em seu louvor. Se não aprendermos louvar a Deus todos os dias, será difícil ter um tipo de sacrifício de louvor falado em Hebreus 13.

Quando você aprender a louvar, descobrirá que há dias nos quais você não poderá reunir-se para louvar. Talvez você louvou a Deus sete vezes hoje, ontem e anteontem. Talvez você O louvou há uma semana ou um mês atrás.
Mas um dia você verá que não pode expressar um louvor. Em tais dias você está com dor, em total escuridão ou com problemas terríveis. Em tais dias você é mal entendido e sofre perseguições. Você está ocupado derramando lágrimas de auto-piedade. Como pode louvar a Deus em tais dias? Você não pode louvar porque está ferido, dolorido e em dificuldades.

Você sente que a resposta mais óbvia seria reclamar do que louvar. Você sente que o mais coerente seria murmurar do que dar graças. Você não quer louvar e não tem intenção de louvar. Você sente que não é adequado louvar sob esse tipo de circunstâncias e disposição.

Nesse exato momento, você deve lembrar que o trono de Jeová não mudou, Seu nome não mudou e Sua glória não mudou. Você deve louvá-Lo simplesmente porque Ele é digno de louvor. Você deve abençoá-Lo porque Ele é digno de todas as bençãos. Apesar de você estar em meio às dificuldades, Ele ainda é digno de ser louvado. Apesar de você estar em aflição, ainda tem que louvá-Lo.


Nesse momento, seu louvor torna-se um sacrifício de louvor. Seu louvor é como o abater do novilho cevado. É como colocar o seu amado Isaque no altar. Seu louvor em lágrimas é um sacrifício de louvor. O que é uma oferta? Uma oferta implica feridas, morte, perda e sacrifício. Você está ferido diante de Deus. Você morre diante de Deus. Você sofre perda e se sacrifica diante de Deus. Mas percebe que o trono de Deus está estabelecido nos céus e não pode ser abalado, e não retém o seu louvor. Isso é o sacrifício de louvor. Deus deseja que Seus filhos O louvem em tudo e por meio de toda situação.

Extraído do texto “Louvores” – Watchman Nee

sábado, 21 de dezembro de 2013

A Eternidade da Cruz - O Tempo da Cruz

Embora a Bíblia diga que o Senhor Jesus ofereceu um único sacrifício pelos pecados, ela ressalta que "tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se" (Hb 10:12). A palavra "único" significa que o sacrifício do Senhor pelos pecados foi perfeito; Ele somente teve de redimir o homem dos pecados uma vez. Entretanto, esse sacrifício pelos pecados é para sempre. É um eterno sacrifício pelos pecados! Isso quer dizer que não somente o efeito desse sacrifício pelos pecados é eterno, mas o próprio sacrifício é eterno. Muito embora Cristo tenha ressuscitado e viva eternamente, parece que a Sua cruz continua a existir! Que possamos perceber a eternidade da cruz! Não se trata de um acontecimento ocorrido há mil e novecentos anos. Hoje ele permanece cheio de frescor.

Apocalipse 13:8 diz: "Do Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo". O nosso Senhor é o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo, até agora e eternamente. Para Ele, a cruz não é meramente um evento de determinado tempo, em determinada data, de determinado mês, de determinado ano. Pelo contrário, é algo que tem existido desde a fundação do mundo até agora. Ao criar o homem, Ele já sabia de antemão o preço da redenção vindoura. Ele criou o homem com Seu poder. Da mesma maneira redimiu o homem com Seu sangue. É como se fosse crucificado desde o início quando criou o homem. Por milhares de anos Ele suportou o prolongado sofrimento da cruz. A morte única no Gólgota simplesmente expressou a aflição que o Espírito de Deus havia suportado por longo tempo. Que graça! Que maravilha! Não temos palavras para expressar o significado desse versículo. Antes de o Senhor Jesus deixar o céu e enquanto ainda estava na glória, Ele já conhecia o sofrimento da cruz. Ele o conhecia durante os milhares de anos antes de vir. Ele conhecia isso na época da criação. Desde a eternidade passada, a cruz tem estado no coração de Deus.

Ao considerar como, na eternidade passada, Deus sabia que iria criar o homem e este iria cair, nós percebemos como o Seu coração, humanamente falando, deve ter-se afligido com isso. Por amar tanto os homens, Ele determinou antes da fundação do mundo que Cristo morreria em nosso favor (1 Pe 1:20). Embora Cristo tenha aparecido uma única vez, nos últimos tempos, pelos nossos pecados, por causa do Seu amor pelo mundo Ele vem sofrendo aflição e dor desde a fundação do mundo, como se já houvesse sido crucificado milhares de vezes! Que lástima que muitos, ainda agora, O aflijam, como que crucificando-O novamente. Quando ficamos cientes de Seu tão grande amor, nada podemos fazer senão ficar maravilhados e admirados diante Dele! Esse é o coração de Deus! Se percebermos isso, não amaremos a Deus muito mais? Portanto, humanamente falando, os do Antigo Testamento criam em uma cruz vindoura, enquanto os do Novo Testamento crêem em uma cruz do passado. Na verdade, não existe distinção de tempo e período. A cruz do Antigo Testamento é algo presente e a cruz do Novo Testamento também é algo presente. Possa o Senhor abrir-nos os olhos a fim de vermos que a cruz independe do tempo.

Extraído do livro “A Cruz” – Watchman Nee


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A Eternidade da Cruz - Como os Homens são Salvos no Novo Testamento?

Sabemos que estamos na era do novo testamento. Como somos salvos nesta era? Cristo morreu e a salvação foi consumada. Se crermos no Senhor Jesus, que significa recebê-Lo pela fé como o Salvador, seremos salvos. Alguns têm dificuldade para compreender como Cristo pôde morrer por eles mesmo antes de terem nascido. De fato, isso representa um problema para os sentidos físicos. Contudo, para a fé, é uma verdade gloriosa.

Primeiramente, precisamos perceber que o tempo não pode restringir Deus. Para nós, mortais, umas poucas décadas são um longo tempo, mas o nosso Deus é eterno. Para Ele, até mesmo mil anos não significam muito. Embora o tempo possa restringir-nos, ele não pode restringi-Lo. Sendo assim, muito embora tenhamos crido em um Senhor que morreu por nós uma única vez, há muitos anos, somos salvos.

A Bíblia diz que o Senhor Jesus ofereceu-se a Si mesmo uma vez por todas e cumpriu a obra da redenção (Hb 7:27). Ele é Deus, por isso pode transcender o tempo para redimir os que viveram milhares de anos antes Dele, bem como os que vivem milhares de anos depois Dele. E Ele não somente pode redimir estes; se, infelizmente, o mundo continuar por outros milhares de anos, a Sua redenção ainda será eficaz. Uma vez que Ele terminou a Sua obra, ela foi cumprida eternamente. Se um pecador desejar ser salvo agora, o Senhor não precisa morrer por ele novamente. Ele só precisa aceitar o valor da oferta única do Senhor e será salvo. A nossa fé também não é restringida pelo tempo; a fé pode conduzir alguém para a realidade da eternidade.

Assim como os homens no Antigo Testamento contemplaram um Salvador vindouro e foram salvos, da mesma forma contemplamos um Salvador no passado e somos salvos. O fato de a questão ter sido no passado não significa que tenha terminado. Pelo contrário, significa que está feito. Os homens no Antigo Testamento olhavam para frente; nós, no tempo presente, olhamos para trás. A fé levou os do Antigo Testamento a aceitar um Salvador que viria. Não irá a nossa fé levar-nos a aceitar um Salvador que passou?
Ao ler Hebreus 9:12-15 seria muito significativo se ligássemos os três "eternos" desses versículos. O que o Senhor cumpriu foi uma redenção eterna. Portanto, quando alguém crê Nele, recebe essa redenção. É necessário percebermos que a importância da cruz não foi determinada pelo homem, e, sim, por Deus. Deus avalia a redenção da cruz como sendo eterna. Por conseguinte, nós, pecadores que não temos justiça própria, deveríamos reconhecer a palavra de Deus como verdadeira, agir de acordo com ela, crer na cruz do Seu Filho e ser salvos.


Continua amanhã...


Extraído do livro “A Cruz” – Watchman Nee

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A Eternidade da Cruz - Como os Homens eram Salvos no Antigo Testamento?

Se o sangue de touros e bodes não era capaz de remover pecado, como mencionamos anteriormente, como, então, os homens no Antigo Testamento eram salvos? Pela cruz. O homem havia pecado. Portanto, somente um homem podia cumprir a redenção do pecado. Embora os animais fossem inocentes e sem mácula, eles não podiam redimir o homem de seus pecados.

Por que, então, Deus prometeu, em Levítico 17, que o sangue de criaturas era capaz de redimir alguém do pecado? Deve existir algum significado muito profundo aqui. As coisas da lei são "sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo" (Cl 2:17).

Portanto, todos os sacrifícios e ofertas no Antigo Testamento referem-se a Cristo. Apesar de Cristo ainda não ter morrido na época da primeira aliança, Deus pretendia que todos os sacrifícios oferecidos naquele período fossem prefigurações de Cristo. A morte deles era tomada como a morte de Cristo. Por intermédio do sangue de muitos animais, Deus contemplava o sangue de Seu Filho amado. Por meio de muitos touros e bodes, Ele via "o Cordeiro de Deus". Nos muitos sacrifícios, Ele contemplava a morte substitutiva de Cristo. Ao aceitar aquelas ofertas, era como se aceitasse o valor da morte de Seu Filho.

Por causa disso, o homem era redimido dos pecados. Ele reconheceu nos inocentes touros e bodes o Seu querido Filho. Assim Ele podia perdoar os pecadores com base nos sacrifícios que ofereciam. Toda vez que as ofertas eram imoladas, elas falavam do sacrifício vindouro do Filho de Deus como a oferta pelo pecado no Gólgota e do Seu cumprimento da eterna obra de salvação. Pelo fato de o Senhor ser um homem, Ele é capaz de redimir o homem do pecado. Por ser Ele Deus, é capaz de redimir dos pecados todos os homens, do passado e presente.

Os que ofereciam os sacrifícios no Antigo Testamento, consciente ou inconscientemente, criam em um Salvador crucificado que havia de vir. Todos os seus sacrifícios eram para fazê-los voltar ao Salvador que viria. Embora o Senhor Jesus ainda não tivesse nascido naquela época, a fé não contemplava o que podia ser visto. Pelo contrário, ela contemplava o que não podia ser visto. A fé viu ao longe um Salvador vicário e creu Nele. Quando chegou o tempo, o Filho de Deus veio e morreu pelos homens. Então, o que havia sido apenas questão de fé, tornou-se fato.

Continua amanhã...

Extraído do livro “A Cruz” – Watchman Nee



quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A Eternidade da Cruz - A Morte do Senhor relacionada com a Antiga e Nova Aliança

Podemos ler primeiramente Hebreus 9:15-17: "Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. Porque, onde há testamento [a mesma palavra para aliança no original], é necessário que intervenha a morte do testador; pois um testamento [aliança] só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador".

Esses poucos versículos nos mostram a relação entre a morte de Cristo na cruz e a antiga e a nova aliança. Sob a antiga aliança, os homens pecaram da mesma forma que o fazem agora. Uma vez que existia o pecado, havia a necessidade do Salvador. Se um homem pecou e não recebeu o perdão de Deus, ele terá de suportar seu próprio julgamento do pecado. Deus não pode perdoar o pecado do homem simplesmente pela Sua misericórdia. Fazer isso colocá-Lo-ia em injustiça. Por essa razão, na redenção à maneira de Deus, Ele estabeleceu o caminho da substituição. Sob a antiga aliança, Ele utilizava muitos sacrifícios e ofertas para fazer propiciação pelos pecados do homem. Uma vez que muitos animais morriam a favor do homem, este recebia o justo perdão de Deus.

A palavra "propiciação" no hebraico significa "encobrir". Sob a antiga aliança, a propiciação era somente um encobrimento dos pecados do homem com o sangue de animais, pois a Bíblia claramente diz: "Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hb 10:4).

Por essa causa, na plenitude dos tempos Deus enviou Seu Filho ao mundo para morrer pelos homens. Por meio de Sua única oferta de Si mesmo, a salvação eterna da redenção foi cumprida. Os pecados que não eram removidos pelo sangue de touros e bodes, no Antigo Testamento, são agora removidos por meio da Sua morte, pois Ele é o "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29). A morte de Cristo conferiu grande mudança à história: dividiu a era do Antigo Testamento da do Novo Testamento. Antes dela tínhamos a era do Antigo Testamento; após ela temos a era do Novo Testamento. A leitura dos versículos mencionados acima abrange esse ponto.

Esses três versículos falam sobre dois tipos de relacionamento que a morte do Senhor tem com a antiga e a nova aliança. Hebreus 9:15 mostra como Ele é o Mediador. Os versículos 16 e 17 mostram como Ele se tornou o que fez o testamento.

...A seguir devemos considerá-Lo como o que fez o testamento. A palavra "testamento" é "aliança" na língua original. Na explanação acima, vimos a lei da aliança. Todos os que transgrediam a lei morriam. Cristo morreu para redimir-nos do pecado. Posto isso, consideremos o testamento da aliança. Um testamento significa um arranjo feito por um testador para a passagem de suas posses, quando da sua morte, para seu herdeiro. O Senhor Jesus é o Testador, o que fez o testamento. Todas as bênçãos desta era e da próxima pertencem a Ele. Assim como Ele desejava carregar os pecados dos que estavam na primeira aliança, da mesma forma Ele deseja conceder tudo o que é prometido nessa aliança (testamento). Para que pudesse redimir o homem de seus pecados, Ele teve de morrer. Para que o homem pudesse herdar o testamento, Ele também teve de morrer. Se um homem estiver vivo, o testamento que ele fizer não estará em vigor. Ele deve morrer antes que o herdeiro possa receber a herança. Aqui vemos o profundo relacionamento entre a morte de Cristo e a antiga e a nova aliança. Resumindo, sem a Sua morte não haveria a antiga e a nova aliança. Sem a Sua morte, o Antigo Testamento não poderia ser completo, pois o requisito da Sua lei não teria sido satisfeito. Sem a Sua morte não poderia haver o Novo Testamento, porque não haveria maneira de a bênção do Seu testamento ser concedida aos chamados. Mas o Senhor morreu, e terminou a primeira aliança e decretou a segunda. De fato, o Novo Testamento foi decretado por Seu sangue.
Continua amanhã...

Extraído do livro “A Cruz” – Watchman Nee



terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O Tempo da Cruz – a Eternidade da Cruz

(O presente artigo foi publicado pela primeira vez, no Volume 1, Número 3 da revista The Christian [O Cristão] em janeiro de 1926.)

Toda vez que consideramos a cruz, ela causa admiração em nós! Toda vez que nos lembramos da redenção do Senhor Jesus, nosso coração é preenchido tanto por tristeza como por júbilo. Para nós, a cruz do Senhor não é somente uma cruz de madeira, mas um símbolo da Sua obra redentora completa e da plena salvação realizada por essa obra redentora.

De início, quando recebi o Senhor Jesus, frequentemente procurava descobrir como os homens no Antigo Testamento, que vieram antes da época da crucificação do Senhor, poderiam ser salvos. Naqueles dias eu era um bebê no Senhor e estava intrigado com essa questão.

Nos últimos anos, não tenho visto muito do vigoroso poder da cruz manifestado nos cristãos. Parece-lhes que a morte do Senhor é algo que ocorreu há muito tempo, há mais de dezenove séculos. Sendo assim, ela não parece ter qualquer poder.

Agradeço ao Pai por recentemente ter-me mostrado a eternidade da cruz. Devido aos dois conceitos acima mencionados, acho necessário que os santos de Deus estejam familiarizados com o ensinamento da "eternidade" da cruz. Se percebermos que a cruz ainda é extremamente alentadora, quanto seremos tocados por ela!

Continua amanhã...


Extraído do livro “A Cruz” – Watchman Nee

Posts da Semana

Essa semana vamos postar porções sobre o tema "A Eternidade da Cruz" de Watchman Nee (livro "A Cruz").

Desejamos que os irmãos sejam edificados, alimentados e fortificados NEle. E que a palavra possa habitar ricamente em nosso coração....


Em Cristo,
Participantes de Cristo

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Não se desencoraje...

“Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos” (Hb.12:12). Sob disciplina há a tendência de que as mãos fiquem descaídas e os joelhos trôpegos. Mas o apóstolo nos exorta a não desfalecermos, pois por mais descaídas que estejam as nossas mãos e fracos os nossos joelhos, ainda haverá o fruto pacífico de justiça.

Não se desencoraje. Não pense que após todas as tribulações e correções pelas quais passou não restará nada para você. Restabeleça suas mãos descaídas e os joelhos trôpegos pois a disciplina e correção produziram em você o fruto pacífico que é fruto da justiça. Caso se aquiete diante de Deus, estará tudo bem. Se puder ser submisso, então seu Santo caráter está sendo produzido em você. Não é necessário que busque a justiça, mas busque apenas paz, submissão e mansidão diante de Deus. Se for manso, obediente e pacífico, a santidade será sua porção.

Enquanto isso, “fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado” (vs.13). Após você mesmo ter passado por eles, poderá apresentar esses caminhos retos a outros para que o mesmo manco não se extravie, antes seja curado.  Aqueles que não conseguem andar serão capazes de caminhar com você porque você tem feito caminhos retos para os pés. Lembre-se simplesmente disso: se, quando passar por tribulações você se humilhar sob a poderosa mão de Deus, não somente o santo caráter de Deus será formado em você, como também terá condição de conduzir outros a caminharem retamente.


Extraído do livro “Amai-vos Uns aos Outros” – Watchman Nee

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Despreocupado esteve Moabe...

“Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade e tem repousado nas fezes do seu vinho; não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso, conservou o seu sabor, e o seu aroma não se alterou” (Jr.48:11)

É exatamente esse o problema de muitos que não passaram por provações ou foram disciplinados por Deus. Moabe esteve despreocupado desde a sua mocidade. Ele nunca experimentou qualquer provação ou dor. Tal viver fez de Moabe como o vinho que decantou os seus sedimentos. O vinho está no topo, mas os sedimentos no fundo. Para que se possa filtrar o vinho completamente, é necessário mudá-lo de vasilha em vasilha, caso contrário, mais tarde, os sedimentos que se acumulam no fundo da vasilha irão afetar o gosto do vinho. Para ser fazer vinho, inicialmente fermentam-se as uvas ou qualquer outra matéria prima que for ser utilizada. Após a fermentação, derrama-se o vinho de um recipiente para outro. Essa etapa demanda muito cuidado para impedir que sedimentos também sejam transferidos. Deve-se, então, transferir o vinho repetidas vezes entre recipientes até que não haja mais sedimentos no fundo dos recipientes.

Mas Moabe, disse Deus, tem estado despreocupado desde a sua mocidade. Tem repousado em seus sedimentos; não foi derramado de uma vasilha para outra. Portanto, os seus sedimentos o acompanham. Moabe está cheio de sedimentos. Ainda que a parte superior esteja pura, a parte do fundo nunca foi esvaziada. Aqueles que nunca passaram por provações e disciplina, são como o vinho que nunca foi derramado de vasilha em vasilha.


Extraído do livro “Amai-vos Uns aos Outros” – Watchman Nee


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Fruto da Disciplina

“Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça”. (vs.11)

O apóstolo chama a nossa atenção para o “depois” bem como para “o momento”. É fato que, no momento, toda disciplina não é motivo de alegria, mas de tristeza. Quando você está passando pela disciplina de Deus, não há nada de errado em se sentir triste. Você deve se sentir contristado. A Bíblia não diz que a cruz é prazerosa, mas, ao contrário, afirma que é dolorosa. Quando se está sob disciplina, sente-se angustiado. É natural se sentir assim.

No entanto, esse é o momento de aprender obediência para tornar-nos participantes da santidade de Deus. Durante os períodos de disciplina, não conseguimos ter outro sentimento que não seja tristeza, da mesma forma que o Senhor Se sentiu quando passou por provações.  Mas ao mesmo tempo devemos considerar que é motivo de gozo, como também o Senhor considerou. Não é Pedro quem diz: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações” (1Pe 1:6)? Está tudo bem se nos sentirmos contristados, mas também devemos considerar aquilo como motivo de gozo. Sentir é uma coisa, mas considerar é outra. Podemos não ter o gozo, mas podemos considerar como sendo motivo de gozo.

Um filho de Deus não deve olhar apenas para o presente, mas sim considerar o que está por vir....Não se ocupe tanto com o quando está sofrendo agora, mas, ao contrário, anele pelo fruto pacífico de justiça.



Extraído do livro “Amai-vos Uns aos Outros” – Watchman Nee

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Como Deus me Disciplina?

Quando o apóstolo escreveu aos Hebreus, ele citou as palavras em Provérbios. Começando com o versículo 7 de Hebreus 12:

“É para disciplina que perseverais”.

O Novo Testamento interpreta o Antigo Testamento. A interpretação aqui é extremamente importante, pois o apóstolo nos mostra que sofrimento e disciplina são uma mesma coisa. Perseveramos na disciplina de Deus.

Alguns podem perguntar o que é a disciplina de Deus. Os versículos 2 a 4 mencionam sobre o desprezar a vergonha, suportar o sofrimento da cruz e resistir ao pecado, enquanto os versículos 5 e 6 falam a respeito de disciplina e correção. Qual a ligação entre essas duas porções? O que é essa disciplina e essa correção? O que se quer dizer por vergonha, sofrimento e luta? Simplesmente lembre-se que o versículo 7 inclui os versículos 2 e 6 ao nos mostrar que aquilo em que perseveramos é a disciplina de Deus. Portanto, sofrer é disciplina de Deus, suportar vergonha é disciplina de Deus; resistir ao pecado é disciplina de Deus; resistir o pecado, ainda que não até o sangue, também é disciplina de Deus.

Toda situação pela qual Deus lhe fez passar, tudo o que Ele permitiu que você suportasse – isso é a Sua disciplina. Não fique imaginando que Sua disciplina é algo especial. Não, a disciplina de Deus está naquilo que você suporta a cada dia – uma palavra dura, uma face agressiva, uma língua ferina, uma interação desgastante, um acontecimento inesperado, vários tipos de desgraça, irresponsabilidade por parte dos membros da família – todas as muitas dores e dificuldades que você vivencia, grandes ou pequenas. Algumas vezes você tem que suportar doenças, privação, desgostos e dificuldades. Tudo isso é a disciplina de Deus; o que você suporta, segundo o apóstolo é a disciplina de Deus.

O problema, então, é o seguinte: Se alguém deixa de me cumprimentar, qual será a minha reação? Não é esse olhar a disciplina de Deus? Como devo tratar alguém que prejudica meu trabalho devido a sua péssima memória? Se essa péssima memória for a disciplina de Deus, como irei trata-lo?...Não pense que as diversas coisas que você encontra em seu ambiente são acidentais...se pudesse ver que todas essas coisas são disciplina de Deus, sua atitude definitivamente seria diferente....portanto, nunca devemos concluir que as coisas pelas quais estamos passando são insuportáveis. Também, não as consideremos acidentais. Devemos discernir corretamente: Essas coisas são, dia após dia, preparadas por Deus para nós.





Extraído do livro “Amai-vos Uns aos Outros” – Watchman Nee

Posts da Semana

Na semana passada selecionamos algumas mensagens do livro "Amai-vos uns aos Outros" (Watchman Nee), dentro do assunto a "Disciplina do Senhor". Entender os tratos do Senhor conosco, seus objetivos, seus meios, é fundamental para que possamos perseverar nEle com uma atitude de fé...

Então essa semana, ainda vamos continuar postando sobre esse assunto até a sexta feira....

Desejamos que os irmãos sejam edificados, alimentados e fortificados NEle. 


Em Cristo,
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