terça-feira, 2 de junho de 2015

Aquilo que é de Deus permanece!

“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê- las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém.” (1 Co 2:14,15)

Ao homem foi dado um espírito, e por meio dele ele tinha comunicação com Deus, que é Espírito. Antes da queda, o homem conhecia Deus, mas não por meio de sua alma. Ele não precisava arrazoar para chegar a conclusões sobre a vontade de Deus; não tinha que sentar e pensar no que Deus queria. Em seu estado antes da queda, ele percebia, ele sentia, ele conhecia intuitivamente, e sua consciência o incomodava, porque a consciência é uma faculdade do espírito não da alma.

Depois da queda, o homem perdeu esse órgão de comunicação com Deus e passou a agir com base na sua alma. Hoje o homem é como uma casa dividida que não prevalecerá (Mt 12:25), porque ele tem esses dois lados, a alma e o espírito. Por natureza ele é essencialmente um homem almático. No Novo Testamento, infelizmente, ele é chamado “o homem natural” (1 Co 2:14), mas todos sabemos que a palavra lá é “almático” (palavra grega psuche). Isso representa que ele, em seu estado caído, é aquele que é governado pela alma. Isso quer dizer que ele é governado por seus próprios julgamentos, discernimentos e vontade. Mas também temos no novo testamento aquele homem que é chamado “o homem espiritual” (1 Co 2:15). 

Então surge um conflito entre esses dois homens, o conflito entre a alma e o espírito. Um está buscando o propósito e vontade de Deus, os seus pensamentos, aquilo que Ele ama e deseja; enquanto o outro busca os seus próprios sentimentos, afeições e desejos. Essas coisas não acontecem apenas com o homem não regenerado, mas também com o regenerado. Temos o homem carnal (1 Co 3:1-3), que é um cristão que vive na carne, e que é levado por ela. 

Então temos um conflito armado. Esse conflito sempre existirá em nossa vida espiritual. Mas o ponto importante aqui é que a lei da vida demanda que estejamos vivendo no espírito, não na carne nem na alma (Rm 8:1,2;5-8). Essa lei demanda uma união celestial com Deus em nosso espírito, e não uma vida almática religiosa de acordo com nossas ideias. Essa foi a diferença entre Caim e Abel. Caim era certamente um homem religioso, era um homem que louvada a Deus, ele trouxe aquilo que era precioso, bom e custoso para ele. Caim, de sua maneira, era devotado a ideia que Deus precisava ser adorado, mas seu entendimento estava obscurecido e assim é o entendimento de nossas almas. Nós, por natureza, não conhecemos a mente de Deus (1 Co 2:14). Apesar do devotado louvor e da religião de Caim, suas ideias eram erradas, e nada que estava sobre o altar foi aceito. Deus não respeitou a oferta de Caim. Os Judeus permaneceram nessa posição, e podemos provar isso porque os Judeus assassinaram, assim como Caim assassinou. Desafie os adoradores almáticos, o povo religioso que não é espiritual, e eles se enfurecerão. Eles não podem suportar interferências, desafios, não gostam de ser tocados. Para um verdadeiro adorador, aquele que adora em espírito e verdade, você pode falar aquilo que desejar, mas não encontrará um espírito de assassinato se levantando, ou nada parecido. Como Abel, essa pessoa entregará sua vida, até mesmo nas mãos dos adoradores religiosos. Essa é a diferença entre a alma e espírito.

Queridos, vida, aquilo que é aceito diante de Deus e permanece, o que tem o selo e marca de Deus, aquilo que é aceitável diante dele, está na linha do espírito. A religião, apesar de ter uma aparência exterior, formas visíveis, louvor, reconhecimento de Deus, nada mais é que morte. Não consegue ser aceito por Deus e não irá permanecer (1 Co 3:12-17).


Adaptado do livro “A Lei do Espírito e da Vida” (T.Austin-Sparks)

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