quinta-feira, 18 de junho de 2015

A Tragédia da Superficialidade

No evangelho de Mateus, capítulo 13, capítulo 13 e versículo 5:
"E outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda; mas, saindo o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou-se."

A carta aos Romanos, capítulo 11, no versículo 33:
"Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!"

Nós reconhecemos imediatamente este contraste entre essas três afirmações na porção Mateus: "não havia muita terra", "não tinha terra profunda", "sem raízes", e então: "Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!"

Nesta parábola do nosso Senhor tão familiar a nós - a chamada parábola do semeador - o Senhor aponta para algo que é uma tragédia quando somos lembrados das potencialidades enormes da Palavra de Deus. Não foram semeadas palavras diferentes entre os espinhos, sobre o solo rochoso ou a que foi semeada em boa terra. Em cada caso e instância, as potencialidades eram as mesmas; nenhuma diferença na Palavra.

Coisas maravilhosas e poderosas são possíveis a partir do momento que a Palavra de Deus entra no coração. 

A tragédia da superficialidade...que tragédia! O Senhor aponta Seu dedo sobre aquilo que é tão contrário à Sua própria natureza e Seu próprio pensamento; tão contrário a Deus. Oh, a profundidade de Deus! Como Deus é profundo! 

A superficialidade é sempre inconsistente; nunca, nunca prevalece no teste e passa – não é duradoura – resiste por um tempo, e então... se vai. Sempre inútil; perdendo o que Deus planejou.

Se Deus é assim - e se há algo naquilo que o Senhor Jesus diz e indica na parábola como condenação, lamentando tal estado - o que devemos esperar de Deus? O que devemos esperar? Se Deus realmente tem a chance de estabelecer um caminho para o Seu propósito, Ele vai nos levar bem fundo. Essa é a nossa experiência. Tenho certeza de que há muitos aqui que sabem que isso é verdade. É uma palavra que não só é verdade para a experiência, mas ela explica muita coisa. O salmista exclamou: "O teu caminho é profundo..." e sempre é. O caminho de Deus é sempre no profundo!

Deus vai sempre buscar nos levar para as profundezas, a fim de que possa reproduzir em nós as coisas que são verdadeiras Nele mesmo. Havia uma coisa que esse salmista estava sempre dizendo a respeito do Senhor, que Ele era a sua Rocha. O quanto o salmista devia ao fato de que ele havia descoberto o Senhor como sua Rocha - algo que não poderia ser movido, não pode ser abalado, algo no que se apoiar, confiável, sempre lá: "Tu és a minha Rocha!" Esse é o Senhor.

Queridos amigos, o Senhor quer reproduzir Seu caráter em nós, para nos fazer seguros, confiáveis, substanciais; prevalecentes, aqueles que sempre podem ser encontrados lá - não se movem! Para fazer isso, Ele tem que nos levar para as profundezas. 

Como uma ilustração e um exemplo disso, lembre-se do Senhor Jesus e como Ele atravessou essa linha de seus trinta anos de vida oculta privada, para a vocação pública e a missão para a qual Ele veio. E o inimigo, discernindo claramente com a intuição comum aos espíritos, reconheceu muito bem por que Ele tinha vindo e por que Ele tinha atravessado essa linha naquele dia: para tornar-se o Senhor da Criação, o príncipe deste mundo, o Governante dos reinos. 

Ele reconheceu isso e ofereceu o prêmio a ele ao longo de linhas superficiais; ... se fazendo concessões: "Tome este caminho mais fácil, você pode tê-lo, você pode ter tudo isso se você se tomar esse caminho que eu sugiro. Você está indo da maneira mais difícil! Você está indo pelo caminho profundo! Você é indo pelo caminho custoso; mas você pode ter tudo isso sem estas coisas!" 

Superficial...não é? O caminho superficial para um reino. Mas que Reino este teria sido! Ele não teria durado; não teria suportado; não teria sido da ordem substancial da eternidade. 

E o Senhor Jesus viu a armadilha e aceitou o caminho profundo - e oh, quão profundo era... aquele caminho da cruz, para as profundezas, para as profundezas. Mas que Reino! Um reino eterno, um reino duradouro; Ele o tem! Ele irá perdurar por todas as gerações, para todo o sempre. O caminho profundo é o caminho real. O inimigo está sempre tentando roubar a profundidade, este é o ponto - facilitar as coisas. Ele está sempre tentando tornar as coisas superficiais; tudo tão feliz, e tão agradável; tão bom, tudo na superfície, tudo parece tão adorável e tão agradável, e parece ser tão bom; mas o ponto é: A que custo isso tem sido garantido? E há um perigo de que algo da profundidade está sendo rendido? Por isso este é o reino de valor e de conflito: profundidade!


Adaptado do texto “Ó Profundidade” de T.Austin-Sparks

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