terça-feira, 25 de agosto de 2015

Tomando o Capacete da Salvação

"Não com sabedoria humana, mas na graça divina, temos vivido no mundo" (2 Coríntios 1:12b).

No meio de todas as árvores do jardim do Éden encontravam-se a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus ordenara a Adão: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2:16b,17). Isto indica quão opostas eram estas duas árvores. De um lado está a árvore da vida, do outro, a árvore do conhecimento do bem e do mal. Podemos, portanto, dizer que uma é a árvore da vida e a outra, a árvore da morte, pois ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem morre.

Podemos notar um resultado tremendo na vida de Adão e Eva depois de terem pecado: ganharam conhecimento; tendo comido do fruto, ficaram conhecendo o bem e o mal. Em outras palavras, o primeiro efeito subjetivo no homem depois da queda foi o aumento da capacidade de funcionar da mente. Antes da queda, o homem possuía um tipo de mente; depois da queda, seu cérebro começou a conter maior porção de coisas que era do propósito original de Deus que ele tivesse com o tempo — mas não da maneira pela qual os homens, nessa época, obtiveram tais coisas. Por este motivo Paulo menciona em Efésios 6:17 que o crente deve "tomar o capacete da salvação". Esta passagem confirma a necessidade da libertação da mente humana. Muitos, depois de crerem no Senhor Jesus, sofrem mudanças de vida, mas suas mentes ainda precisam ser libertas. Se as mentes não forem libertas, ficarão sem proteção na época de conflito espiritual. Daí ser da major importância que tomemos o capacete da salvação.

Ocorre um fenômeno um tanto espantoso entre os filhos de Deus: encontramos muitas pessoas de bom coração e bom comportamento que ainda levam consigo a mente que pertence à velha natureza. Em outras palavras, sua vida é a vida de Cristo mas sua mente é a de Adão. Isto diminui sua capacidade de conhecer a vontade de Deus. Portanto, a fim de medir a vida espiritual de uma pessoa, precisamos somente medir sua cabeça. Ao grau em que sua mente é liberta, a esse grau a pessoa é liberta de Adão e por conseguinte liberta da velha criatura. 

A diferença básica entre o viver na velha criatura e o viver na nova pode ser vista no relacionamento entre a mente da pessoa e Deus. Como precisamos pedir que Deus nos livre de nossa própria inteligência! O princípio do viver cristão é confiar na vontade de Deus e não na inteligência humana, depender da graça de Deus e não de nossa própria sabedoria. É necessário que aprendamos esta lição.

Suponhamos que exista algo que você tem de fazer, mas não sabe como fazê-lo, ou se não deve fazê-lo de modo nenhum. Você não tem ideia alguma de como proceder. De modo que você começa a deliberar sobre o resultado da ação que você deve tomar. Se fizer tal coisa desta ou daquela maneira, o que dirão as pessoas? De modo que você tenta ser inteligente. Como? Dizer ou fazer o que causará o mínimo de problemas e evitará o máximo de oposição. Este tipo de conduta significa que a pessoa esqueceu-se de que os filhos de Deus não vivem na terra pela inteligência humana. Ser cristão é bastante simples. A pessoa simplesmente deve fazer a pergunta: "Deus, o que queres que eu faça?"

Está claro que a árvore do conhecimento do bem e do mal ainda se encontra entre os filhos de Deus hoje. Muitos ainda se alimentam de seus frutos diariamente. Não comem da árvore da vida; pelo contrário, não cessam de perguntar: "O que é melhor?" — Pergunta esta que procede da árvore do conhecimento do bem e do mal. Entretanto, Paulo diz-nos que hoje nossa vida perante Deus é muito simples, não dependemos da sabedoria humana, mas da graça divina. Somos responsáveis por uma coisa somente: fazer a vontade de Deus.


Extraído do livro “O Mensageiro da Cruz” – Watchman Nee

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