terça-feira, 4 de agosto de 2015

A Cena da Ascensão

"Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto."
Ap. 5:5,6

Apocalipse 4 e 5 costumava ser um grande mistério para mim. Do que posso me lembrar, nunca ouvi mensagem alguma a respeito desses capítulos e levou muito tempo até que eu conseguisse compreender alguma coisa de seu significado. Esses dois capítulos apresentam uma cena dos céus abertos. Há um trono onde Deus está assentado, cercado por outros vinte e quatro tronos. Há também vinte e quatro anjos como anciãos do universo e quatro seres viventes. Sem dúvida há ainda miríades de anjos presentes, como também todos os demais seres criados. Esse quadro retrata Deus no trono como o centro do universo.

A seguir João viu um rolo de pergaminho nas mãos Daquele que se encontrava assentado no trono. Quando surgiu a pergunta acerca de quem poderia abrir o livro, João chorou por não haver ninguém qualificado para fazê-lo. "Não chores", disse-lhe um dos anciãos, "eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos" (Ap 5:5). Quando João olhou, o que viu foi um Cordeiro com sete olhos. Esse Cordeiro-Leão se encontrava de pé, não sentado, e Seus sete olhos eram flamejantes. A partir desse quadro podemos ver claramente que Sua obra não está concluída. O que fora concluído em João 19 foi a obra de redenção. No entanto Sua posição de pé e Seus sete olhos flamejantes indicam que Ele ainda age.

"Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono" (Ap 5:7). Esse é o início do ministério de Cristo nos céus. Sem esses dois capítulos ficaríamos sem saber o que aconteceu quando Cristo ascendeu aos céus. Em Apocalipse 4 e 5 vemos que, ao ascender, Cristo foi diretamente ao trono no centro do universo. Diante do trono, diante dos vinte e quatro anciãos, e cercado por todos os seres criados, Ele recebeu a comissão de levar a efeito a economia divina, simbolizada por aquele livro.

Apreciamos cantar hinos baseados em Apocalipse 5:12-13. O louvor, a honra e a glória são para o Cordeiro, não na cruz, mas de pé diante do trono, no centro do universo, onde ele recebeu uma comissão universal! Não devemos ser tão superficiais a ponto de restringir nossos louvores a Cristo apenas pela redenção. Precisamos ampliar nossa visão, a fim de enxergar esse mesmo Cordeiro realizando uma obra de dimensões incomensuráveis e eternas.

Observe esse quadro que João retrata para nós. O Cordeiro redentor se encontra agora de pé no centro do universo, diante do trono de Deus. Isso nos revela que o Redentor agora se ocupa da administração divina. Ele é o Administrador do universo a executar a economia divina. Ele não está lá sentado ou dormindo, porém de pé, com sete olhos flamejantes, observadores, perscrutadores e até mesmo ardendo em chamas. O universo inteiro observa essa cena. Os quatro seres viventes, os vinte e quatro anciãos, miríades de anjos e todas as demais criaturas estão totalmente despertas, em estado de alerta, a observar. É nessas circunstâncias que proclamam: "Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos" (Ap 5:13).

Como sabemos que essa cena ocorreu por ocasião da ascensão de Cristo? Concluímos isso por 5:6, onde o Cordeiro é descrito como "tendo sido morto". O tempo verbal grego aqui traz a implicação de que Ele acabara de ser morto. Logo após Sua morte sacrificial, Ele recebeu a comissão universal e eterna das mãos de Deus.


Extraído do livro “O Ministério Celestial de Cristo” – Witness Lee

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