sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Oração de Guerra

Esta guerra está relacionada a uma posição. É uma consciência que somente chega a nós em um determinado campo. Você pode ser um cristão, e como cristão pode perceber que há adversidades, dificuldades, oposições e coisas que tornam a vida cristã difícil e cheia de conflito, desafiando todos os aspectos combativos da vida, e, contudo, você pode ainda não ter entrado nas últimas coisas do testemunho do Senhor Jesus e no campo final da batalha dos santos. Mas, se você, como crente, chegar à revelação da plenitude de Cristo em Seu senhorio pessoal, à grandeza da obra de Sua cruz em cada área, e à luz da Igreja que é o Seu Corpo, então você entra imediatamente em um novo campo de conflito, a batalha muda a sua característica, e você começa a desenvolver uma consciência, ou uma nova consciência começa a crescer em você, de que você está contra algo muito mais sinistro, muito mais inteligentemente maligno do que aqueles males que abundam no mundo. Você fica cada vez mais consciente de que é diretamente contra o maligno e suas forças que você está lidando.

Mas esta consciência está ligada a uma posição específica, e a experiência dos crentes é que quanto mais eles avançam com o Senhor (o que significa transcender do terreno para o celestial, cada vez mais para longe da velha criação para a nova vida criada, da carne para o espírito) mais intimamente eles entram em contato com as últimas forças espirituais do universo, e o conflito assume novas formas e a guerra assume uma nova característica. É uma guerra associada a uma posição específica a que o cristão chega, e à consciência que entra somente num certo campo. É, em ampla medida, uma guerra espiritual, e, sendo assim, ela pressupõe um estado espiritual da parte do cristão.

Para colocar isto de outra maneira: quanto mais espirituais nos tornamos, mais espiritual se torna a guerra; e mais espiritual a guerra passa a ser em nossa consciência, de modo que poderemos perceber que temos nos tornado mais espirituais. Quando somos carnais nossa guerra é carnal, e eu me refiro a crentes, e não a descrentes. O infiel não é chamado de carnal. Ele é natural. Quando somos crentes carnais, nossa guerra e nossas armas são carnais. Isto é, enfrentamos os homens em seus próprios níveis e respondemos as provocações deles com aquilo que eles nos provocam. Se eles vêm com argumento, nós respondemos com argumento; se eles vêm com a razão, nós os enfrentamos com a razão; se eles vêm com a força do temperamento, nós reagimos a eles no calor da carne; e se eles vêm a nós com críticas, bem, nós damos a eles aquilo que eles dão a nós, enfrentando-os sempre em seus próprios níveis.

Isto é guerra carnal, é usar armas carnais. Quando cessamos de ser carnais e deixamos todo o terreno carnal, tornando-nos completamente espirituais, encontramos a nós mesmos num novo terreno que está por detrás dos homens, lidando diretamente com forças espirituais e não meramente com forças carnais. Entramos em contato com algo que está por trás do homem carnal, e o homem carnal é completamente impotente na presença de um homem espiritual pela simples razão de ele não conseguir fazer com que o homem espiritual desça para o seu nível. Por isso ele fica desarmado e, mais cedo ou mais tarde, terá que reconhecer que o homem espiritual é seu superior. Mas a superioridade não é apenas que o homem espiritual está em um novo nível. É que ele não está enfrentando o homem natural, mas as forças por detrás dele. Agora é guerra espiritual. Cessamos de lutar após a carne; cessamos de lutar contra o homem; cessamos de batalhar contra a carne; nossa guerra se dá num outro terreno. Isto representa avanço espiritual, crescimento espiritual, e representa espiritualidade. E quando nós entramos na guerra espiritual, um novo estado é pressuposto. Nesse terreno os recursos naturais do homem são completamente inúteis. São descartados porque para esta guerra somente equipamento espiritual é admitido e eficaz. A guerra, então, é com armas espirituais, recursos espirituais. Assim Efésios 6 nos vê nos lugares celestiais, lutando, não contra carne e sangue, mas com os principados e potestades, porém estamos equipados com a armadura espiritual, a armadura de Deus.

Extraído do livro “Em Contato com o Trono” – T.Austin-Sparks
Publicado no site www.austin-sparks.net/portugues/


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