...O propósito é o
aspecto positivo e governante da salvação. É para isto que fomos chamados. É
claro que não seria completamente certo dizer que, de onde fomos chamados é o
aspecto negativo da salvação, mas este é negativo comparado com o outro. Não é
“de onde”, mas “para onde” ou “para” que é o lado positivo da salvação.
Estagnação não tem lugar mesmo na criação não caída. Deus não apenas criou tudo
e colocou o homem no governo e fixou limites para as possibilidades do homem e
criação. As potencialidades eram imensas; e quando Adão falhou, ele não apenas
perdeu o que era, mas aquilo que viria a ser. É dito que Adão “prefigurava
aquele que havia de vir” (Rm.5:14). Figuras são sempre inferiores ao que elas
representam. Adão deveria ser mais do que ele foi. Cristo é aquele algo mais –
infinitamente mais – e quando Cristo redimiu, Ele não apenas redimiu o que
havia antes de Adão pecar, mas também aquilo que Adão nunca possuiu ou herdou,
mas que era intencionalmente para ele. Propósito governou a criação, e nós
sabemos que, como parte do evangelho, o propósito de Deus foi perdido por Adão,
e perdido pela raça de Adão. Ainda, o completo propósito de Deus não é nunca
possuído e experimentado no momento que nascemos de novo.
Eu disse que
estagnação não é uma característica da criação de Deus mesmo entre o que não é
caído; mas para alguns o nascer de novo, e começar a conhecer as bênçãos da
redenção, e então falhar em reconhecer que eles foram salvos não apenas “de”
algo, mas “para” algo imenso, significa que a estagnação se introduziu e eles
estão sempre registrando tudo pelo passado; mas entre aqueles que têm
apreendido o fato do propósito, eles estão sempre ocupados com o futuro, com
algo à frente.
O Soberano propósito,
como dizemos, é o fator positivo e governante da salvação. Você pode ter ouvido
isto muitas vezes, mas eu desejo enfatizar isto de novo. Talvez você não tenha
compreendido ainda. Existem ainda muitos Cristãos que estão apenas satisfeitos
por serem Cristãos; eles conhecem Cristo como seu Salvador e estão buscando dia
a dia viver como Cristãos; mas eles não estão conscientes de nenhum grande,
poderoso, dominante motivo para o soberano propósito de sua salvação. Eles não
são trazidos para uma visão alargada e apreensão deste soberano propósito.
Estas pequenas afirmações que citamos antes, como “para isto eu fui
conquistado...”, “porque por isto te apareci...”, representam pouco ou nada
para eles.
Mas para nós, como
para Paulo, o Senhor diria, “Não apenas para salvar-te, não apenas para te
livrar da perdição, não apenas para que escapes do julgamento apareci a ti, mas
Eu tenho uma grande revelação para te dar daquilo para o qual te salvei”. Este
é o efeito das Suas palavras para Paulo, e elas são verdadeiras para nós
também, e Paulo as deixa claras em suas cartas. Você deve ter certeza de que
foi agarrado no seu homem interior por esta consciência, por esse senso de ser
apreendido por e para um supremo propósito, para que isto então domine a sua
vida – algo que elimina o elemento de tempo, para que você não esteja limitado
à ideia de viver apenas uma boa vida Cristã até morrer. Isto tira de cena nossa
vida, e nós sabemos bem disso.
Extraído do texto “Porque
os estranhos caminhos de Deus?” – T.Austin-Sparks
Publicado no site www.austin-sparks.net/portugues/
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