quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Fé é a Vitória que Vence

Fé é a vitória que vence e “fé é a convicção da realidade das coisas que se não veem”.

Se isto é verdade, então o segredo da vitória é a capacidade e a persistência deliberada em olhar - não as coisas que se veem - mas as que “se não veem”. Isto tem sempre sido provado na história e experiência do povo de Deus. Paralisia, derrota, desastre, tem sido sempre consequências do juízo sob a visão dos olhos (os olhos dos sentidos naturais). A vitória tem sempre acontecido, mais cedo ou mais tarde, àquele que tem confiança e discernimento dos recursos Divinos e realidades por trás das coisas.

Muitas vezes, esta dupla questão sobre este único principio, é vista no registro bíblico da experiência do homem. Muitas vezes libertação acontecia porque era concedida a alguém ascendência espiritual e moral, porque em suas caminhadas íntimas com Deus, os olhos interiores recusaram a tirania dos olhos exteriores e entregaram-se a um espontâneo “NÃO OLHAR”! Quantas vezes o efeito triunfante da admoestação Divina era negativamente “NÃO PARA AS COISAS QUE SE VEEM”, e positivamente “MAS PARA AS QUE SE NÃO VEEM”. E quando “as coisas visíveis” eram ocultas para a purificação da fé, a soma total de todas as coisas se resumia “NAQUELE que é invisível”.

Portanto, quando um mar profundo está à frente, um faraó tremendamente endurecido e enfurecido com suas hostes persegue ferozmente, cumes inegociáveis levantam-se de cada lado – uma situação humanamente impossível – a atitude salvadora é “Não para as coisas que se veem, MAS”, e que grande “mas!”

Uma terra de promessa, de cumprimento, de realização, a entrada no propósito de uma longa e dolorosa preparação encontra-se imediatamente adiante. Mas, como é muitas vezes o caso, existe um grande desafio final para a espiritualidade ante a carnalidade, que determina entre um êxodo e um eisodus (entrada). Dificuldades gigantescas são demonstradas diante dos sentidos, e Deus espera no escuro invisível.


Novamente a questão de ir e entrar, ou voltar e sair depende de uma capacidade para apreender o Supremo Recurso, e a exortação é novamente ouvida - “NÃO PARA AS COISAS QUE SE VEEM”.


Extraído do texto “O Visível e o Invisível” – T.Austin-Sparks


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Gloriar-se nas Fraquezas



Em Segunda Coríntios 12:9 é dito: "Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo". Vocês podem ver isso? A fraqueza não é algo pelo qual devamos lamentar-nos ou chorar. A fraqueza é algo para gloriar-nos. Você talvez tenha dito: "Agradeço ao Senhor e O louvo por ter-me feito vencer". Mas alguma vez você disse: "Agradeço ao Senhor e O louvo por ter permitido que fracassasse miseravelmente"? Você louva ao Senhor e dá-Lhe graças por dar a você paciência; mas alguma vez O agradeceu e O louvou pelo seu gênio incontrolável? Você já chegou a dar-Lhe graças e louvá-Lo pelo seu orgulho ? Já agradeceu-Lhe e louvou-O pela sua inveja? Já agradeceu-Lhe e louvou-O pela sua impureza interior e pelo seu pecado? Se você tem esses problemas, deve agradecer ao Senhor e louvá-Lo por isso. A primeira coisa que deve fazer é perceber que não pode superá-los. A segunda é desistir de tentar conseguir. E a terceira é louvar o Senhor e agradecer-Lhe pela sua total incapacidade. Aleluia! Não consigo fazer nada. Aleluia! não consigo fazer nada!

Porque Paulo disse: "De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas"? Paulo disse que considerava sua fraqueza motivo de gloriar-se. Ele disse isso porque sua fraqueza dava a Cristo a oportunidade de manifestar Seu poder e de que tal poder repousava sobre ele. O poder de Cristo não pode repousar sobre os que não têm fraquezas. Somente os que têm fraquezas chegam a experimentar o poder de Cristo que repousa sobre eles. Mais me gloriarei nas minhas fraquezas, porque minhas fraquezas dão ao Senhor a oportunidade de operar em mim e de manifestar Seu poder e mover-Se em mim.


Extraído do livro “A Vida que Vence” – Watchman Nee

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Os Benefícios do Inverno



Vejo o inverno como uma estação que dá excelentes exemplos do trabalho de transformação do Senhor na vida do cristão. Quando ele chega, é como se o mundo vegetal refletisse a imagem da purificação, mediante a qual Deus remove as imperfeições da vida de seus filhos.

Quando o frio tem início nas asas de uma tempestade de inverno, as árvores vão gradualmente perdendo as folhas. O verde logo é trocado pelo tom de marrom funesto; e as folhas caem e morrem. Presencia-se a perda da bonita vestimenta do verão. Que sensação experimenta você, ao contemplar essa pobre árvore? Você sente como que uma revelação.

Debaixo de todas as lindas folhas estão toda espécie de irregularidades e defeitos. Eles eram invisíveis em razão das folhas que os cobriam. Agora começam a ser revelados! A árvore já não é bonita na sua superfície aparente. Mas será que ela mudou? Não de todo. Tudo continua a ser exatamente como era antes. Tudo prossegue sendo como sempre foi! É certo que as folhas já não estão lá para esconder o que é real. A beleza da sua vida exterior apenas ocultou o que sempre estivera lá.

A mesma coisa acontece com você. O mesmo sucede com todo cristão. Nós podemos parecer bonitos... até que a vida desapareça! Então não haverá dúvida: o cristão irá mostrar-se com todos os seus defeitos. Se Deus não trabalhar para purificá-lo, você se mostrará despido de todas as suas virtudes! Contudo, dentro da árvore existe uma vida; e assim como a árvore, você não está se tornando pior; está simplesmente se vendo como realmente é! É preciso saber que no interior da árvore de inverno ainda há uma vida que produziu lindas folhas na última primavera.

Assim como acontece com a árvore acontece com você.

Algumas vezes tal revelação é tão devastadora para o orgulho do cristão, que ele simplesmente nunca se recupera, decidindo ser um cristão em outro nível; ou renunciando totalmente a idéia de seguir o Senhor.

Através do inverno, longo e frio, a árvore parece estar morta, como muitas da floresta. Mas ela sabe que isso não é verdade. No momento parece que a destruição é total, mas na verdade repousa em algum lugar.

Essa árvore está se submetendo a um processo que preserva sua vida e a fortalece. Afinal, o que o inverno faz com ela? Ele faz com que seu interior se contraia. A vida que está no seu interior não vai mais ser usualmente consumida! Ela vai ficar concentrada no interior do seu tronco e na porção mais oculta de sua raiz, sendo empurrada até bem fundo. O inverno preserva a árvore - não importa o quanto ela pareça estar morta. É verdade que suas folhas caem, deixando-a deformada e exposta; no entanto, nunca esteve mais viva! Durante o inverno, a fonte e o princípio da vida ficam mais firmemente estabelecidos do que em qualquer outra estação.

Nas outras estações a árvore tem de utilizar toda sua força de vida para adornar-se e embelezar-se. Mas ela faz isso despendendo muita vida, extraindo sua vitalidade das raízes e das partes mais profundas do tronco. É preciso que exista um inverno. Ele é necessário para que ela viva, sobreviva e floresça; e volte a florescer.

A virtude tem uma maneira interior de fazer com que o cristão pense profundamente, enquanto desaparece totalmente da superfície, deixando os efeitos externos e naturais notadamente visíveis!

O que está acontecendo é o puro amor.

O que continua na parte mais interior é a renúncia e o desprezo pelo eu. O homem interior está fazendo progressos. A alma está aventurando-separa adiante, dentro do interior. Verdadeiramente, parece que as manobras de Deus estão concentradas nas partes externas do cristão, e nem por um momento se pode vislumbrar que não seja agradável á vista. No entanto, não se desenvolveu na alma nenhum novo defeito! Somente faltas antigas vieram a tona! E por estarem expostas cicatrizam mais facilmente.

Se você ousar desafiar a peregrinação espiritual, lembre-se dos dias de calamidade, do período de seca, e do tempo que o homem chamará de inverno espiritual: A vida está lá!

Se o inverno vier ...

Extraído do livro "Aventura Espiritual" - Jeanne Guyon – Ed. Danprewan
Disponível na Editora dos Classicos


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Oração de Guerra

Esta guerra está relacionada a uma posição. É uma consciência que somente chega a nós em um determinado campo. Você pode ser um cristão, e como cristão pode perceber que há adversidades, dificuldades, oposições e coisas que tornam a vida cristã difícil e cheia de conflito, desafiando todos os aspectos combativos da vida, e, contudo, você pode ainda não ter entrado nas últimas coisas do testemunho do Senhor Jesus e no campo final da batalha dos santos. Mas, se você, como crente, chegar à revelação da plenitude de Cristo em Seu senhorio pessoal, à grandeza da obra de Sua cruz em cada área, e à luz da Igreja que é o Seu Corpo, então você entra imediatamente em um novo campo de conflito, a batalha muda a sua característica, e você começa a desenvolver uma consciência, ou uma nova consciência começa a crescer em você, de que você está contra algo muito mais sinistro, muito mais inteligentemente maligno do que aqueles males que abundam no mundo. Você fica cada vez mais consciente de que é diretamente contra o maligno e suas forças que você está lidando.

Mas esta consciência está ligada a uma posição específica, e a experiência dos crentes é que quanto mais eles avançam com o Senhor (o que significa transcender do terreno para o celestial, cada vez mais para longe da velha criação para a nova vida criada, da carne para o espírito) mais intimamente eles entram em contato com as últimas forças espirituais do universo, e o conflito assume novas formas e a guerra assume uma nova característica. É uma guerra associada a uma posição específica a que o cristão chega, e à consciência que entra somente num certo campo. É, em ampla medida, uma guerra espiritual, e, sendo assim, ela pressupõe um estado espiritual da parte do cristão.

Para colocar isto de outra maneira: quanto mais espirituais nos tornamos, mais espiritual se torna a guerra; e mais espiritual a guerra passa a ser em nossa consciência, de modo que poderemos perceber que temos nos tornado mais espirituais. Quando somos carnais nossa guerra é carnal, e eu me refiro a crentes, e não a descrentes. O infiel não é chamado de carnal. Ele é natural. Quando somos crentes carnais, nossa guerra e nossas armas são carnais. Isto é, enfrentamos os homens em seus próprios níveis e respondemos as provocações deles com aquilo que eles nos provocam. Se eles vêm com argumento, nós respondemos com argumento; se eles vêm com a razão, nós os enfrentamos com a razão; se eles vêm com a força do temperamento, nós reagimos a eles no calor da carne; e se eles vêm a nós com críticas, bem, nós damos a eles aquilo que eles dão a nós, enfrentando-os sempre em seus próprios níveis.

Isto é guerra carnal, é usar armas carnais. Quando cessamos de ser carnais e deixamos todo o terreno carnal, tornando-nos completamente espirituais, encontramos a nós mesmos num novo terreno que está por detrás dos homens, lidando diretamente com forças espirituais e não meramente com forças carnais. Entramos em contato com algo que está por trás do homem carnal, e o homem carnal é completamente impotente na presença de um homem espiritual pela simples razão de ele não conseguir fazer com que o homem espiritual desça para o seu nível. Por isso ele fica desarmado e, mais cedo ou mais tarde, terá que reconhecer que o homem espiritual é seu superior. Mas a superioridade não é apenas que o homem espiritual está em um novo nível. É que ele não está enfrentando o homem natural, mas as forças por detrás dele. Agora é guerra espiritual. Cessamos de lutar após a carne; cessamos de lutar contra o homem; cessamos de batalhar contra a carne; nossa guerra se dá num outro terreno. Isto representa avanço espiritual, crescimento espiritual, e representa espiritualidade. E quando nós entramos na guerra espiritual, um novo estado é pressuposto. Nesse terreno os recursos naturais do homem são completamente inúteis. São descartados porque para esta guerra somente equipamento espiritual é admitido e eficaz. A guerra, então, é com armas espirituais, recursos espirituais. Assim Efésios 6 nos vê nos lugares celestiais, lutando, não contra carne e sangue, mas com os principados e potestades, porém estamos equipados com a armadura espiritual, a armadura de Deus.

Extraído do livro “Em Contato com o Trono” – T.Austin-Sparks
Publicado no site www.austin-sparks.net/portugues/


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Oração é Submissão

Então, em segundo lugar, oração é submissão, e aqui precisamos estar conscientes da possibilidade de uma contradição, em termos. Oração é submissão. A inércia passiva, chamada de confiança, não é oração. Temos ouvido pessoas falarem sobre confiança, que para eles significa apenas passividade e inação, porém, isto não é oração. Submissão é sempre algo ativo, nunca passivo. A submissão sempre envolve a vontade; ela não descarta a vontade. Agora, preste muita atenção nisto. Muitas pessoas pensam que apenas se apoiar confiantemente no Senhor é submissão, e suas palavras ao Senhor assumem suas características a partir de tal estado, porém, isto não é oração. Aquiescência cega às coisas não é submissão. Submissão significa alinhar-se ao propósito Divino. Isto pode significar conflito, e irá, quase que invariavelmente, significar ação, e irá trazer a vontade. A oração, seja qual for o ponto de vista a que você se referir a ela, é sempre positiva. Jamais passiva. Confiança é uma outra coisa, e não entra no campo da oração. A fé entra no campo da oração, mas a fé é sempre algo ativo, nunca passivo. A fé pode exigir uma batalha, e muito frequentemente exige, para se chegar a um lugar de descanso, porém, o ‘descanso da fé’ não é o que temos chamado de aquiescência cega. O ‘descanso da fé’ significa que o último estágio de ajuste ao propósito Divino foi alcançado. Submissão não é meramente a supressão do desejo, mas o trazer o desejo alinhado à vontade de Deus, e, se for necessário, mudar o desejo. O desejo pode ser algo muito forte, uma poderosa força propulsora, porém tal força precisa estar totalmente sob controle, a fim de que possa se ajustada na direção de outra força maior. Para puxar um trem, uma tremenda quantidade de força é exigida, porém, um trem moderno está tão arranjado que uma poderosa força propulsora que o leva adiante pode, num instante, ser direcionada para os freios, a fim de pará-lo. Na oração, onde a submissão está em vista, isto é o que muito frequentemente acontece. A força do desejo tem que ser detida numa direção e ser trazida para outra, talvez de nos impedir de avançar, trazer-nos a uma parada na vontade de Deus. Isto é submissão. Você sabe, submissão é algo ativo, positivo.

Eu antecipo que haverá muitas questões em relação a isso, mas é muito importante reconhecer que a oração, em seu segundo aspecto, é submissão, que é algo positivo. Não é apenas se prostrar diante de Deus e dizer: ‘Bem, eu creio que tudo irá sair bem. Eu apenas concordo com as coisas do jeito que estão e as deixo com o Senhor.’ Submissão é estar positivamente alinhado à vontade de Deus, ao propósito de Deus.

Extraído do livro “Em Contato com o Trono” – T.Austin-Sparks
Publicado no site www.austin-sparks.net/portugues/
  

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Oração como Comunhão

Primeiramente, oração é comunhão, é companheirismo, é amor abrindo o coração a Deus, e este é o fundamento de todas as formas verdadeiras de oração. Podemos associá-la às duas atividades principais do nosso corpo humano. Quando falamos do corpo físico, falamos de algo que é orgânico, e, então, do que é funcional. Um problema orgânico é algo muito sério, mas um problema funcional pode não ser tão sério, e a oração, como comunhão, toma o lugar daquilo que é orgânico em nosso corpo. Uma parte de nossa constituição orgânica é o nosso fôlego, que chamamos de respiração. Agora, você nunca para a fim de pensar nisto! Nunca questiona, dizendo: ‘Será que irei dar outra respirada?’ 'Será que irei respirar?’ ou 'Quantas respiradas mais irei dar hoje?’ Você pode fazer isto sobre uma refeição, pois isto é algo funcional, mas jamais sobre a sua respiração, pois é orgânico. Você pode discutir se irá caminhar, ou falar, ou pensar, e pode dizer a si mesmo que irá parar de pensar, ou caminhar, ou falar. Isto é funcional. É controlado e deliberado, mas você não faz isto com a sua respiração. Ela continua. Mas, se a sua respiração pudesse parar, o seu caminhar, falar e pensar iria parar também, de modo que a respiração é fundamental para o resto.
E a oração, como comunhão, é na vida espiritual o mesmo que a respiração é na vida física. A comunhão com Deus é algo sustentado, algo como a respiração que prossegue, ou que deveria prosseguir. Ela difere completamente das atividades funcionais periódicas tais como a alimentação. A respiração é completamente involuntária; é algo não deliberado. Nós podemos chamá-la de hábito, e um hábito é algo que facilmente foge da consciência plena de alguém que está viciado nele. Nós fazemos coisas habitualmente sem estarmos conscientes no momento em que as estamos fazendo. Quando um hábito está plenamente formado, ele simplesmente passa a fazer parte do nosso procedimento, e a comunhão com Deus é isto – algo que prossegue. Oração como comunhão é simplesmente isto: nós estamos em contato com o Senhor e, de forma espontânea e involuntária, abrimos o nosso coração para Ele. Esta é a primeira coisa fundamental em toda oração, e é algo na qual precisamos prestar atenção. Embora nunca discutamos quanto a se vamos respirar ou não, existe a coisa semelhante a desenvolver uma respiração correta, e neste sentido precisamos prestar atenção em nossa respiração.
Penso que, de todas as pessoas que já conheci, que tivesse exemplificado esta vida orgânica de comunhão com Deus, o Dr. F. B. Meyer foi notável. Não importava onde ele estivesse, ou quais fossem as circunstâncias, ele parava de repente, talvez ao estar ditando uma carta, ou numa conversa, ou numa reunião de negócios, e apenas dizia: “Pare um minuto!” e orava. E este era o seu hábito na vida. Ele parecia estar a todo o momento em contato com o Senhor. Era como a respiração para ele, e creio que isto representou um dos segredos de sua vida frutífera e do valor de seu julgamento nas coisas do Senhor. Somente aqueles que tinham contato íntimo com ele, especialmente nas reuniões executivas difíceis, sabiam o valor daquele julgamento espiritual que ele trazia para suportar as situações, e parecia chegar a ele simplesmente desta forma, como que do Senhor.

Extraído do livro “Em Contato com o Trono” – T.Austin-Sparks
Publicado no site www.austin-sparks.net/portugues/



terça-feira, 22 de outubro de 2013

O Soberano Propósito Governa nossa Salvação

...O propósito é o aspecto positivo e governante da salvação. É para isto que fomos chamados. É claro que não seria completamente certo dizer que, de onde fomos chamados é o aspecto negativo da salvação, mas este é negativo comparado com o outro. Não é “de onde”, mas “para onde” ou “para” que é o lado positivo da salvação. Estagnação não tem lugar mesmo na criação não caída. Deus não apenas criou tudo e colocou o homem no governo e fixou limites para as possibilidades do homem e criação. As potencialidades eram imensas; e quando Adão falhou, ele não apenas perdeu o que era, mas aquilo que viria a ser. É dito que Adão “prefigurava aquele que havia de vir” (Rm.5:14). Figuras são sempre inferiores ao que elas representam. Adão deveria ser mais do que ele foi. Cristo é aquele algo mais – infinitamente mais – e quando Cristo redimiu, Ele não apenas redimiu o que havia antes de Adão pecar, mas também aquilo que Adão nunca possuiu ou herdou, mas que era intencionalmente para ele. Propósito governou a criação, e nós sabemos que, como parte do evangelho, o propósito de Deus foi perdido por Adão, e perdido pela raça de Adão. Ainda, o completo propósito de Deus não é nunca possuído e experimentado no momento que nascemos de novo.
                              
Eu disse que estagnação não é uma característica da criação de Deus mesmo entre o que não é caído; mas para alguns o nascer de novo, e começar a conhecer as bênçãos da redenção, e então falhar em reconhecer que eles foram salvos não apenas “de” algo, mas “para” algo imenso, significa que a estagnação se introduziu e eles estão sempre registrando tudo pelo passado; mas entre aqueles que têm apreendido o fato do propósito, eles estão sempre ocupados com o futuro, com algo à frente.

O Soberano propósito, como dizemos, é o fator positivo e governante da salvação. Você pode ter ouvido isto muitas vezes, mas eu desejo enfatizar isto de novo. Talvez você não tenha compreendido ainda. Existem ainda muitos Cristãos que estão apenas satisfeitos por serem Cristãos; eles conhecem Cristo como seu Salvador e estão buscando dia a dia viver como Cristãos; mas eles não estão conscientes de nenhum grande, poderoso, dominante motivo para o soberano propósito de sua salvação. Eles não são trazidos para uma visão alargada e apreensão deste soberano propósito. Estas pequenas afirmações que citamos antes, como “para isto eu fui conquistado...”, “porque por isto te apareci...”, representam pouco ou nada para eles.

Mas para nós, como para Paulo, o Senhor diria, “Não apenas para salvar-te, não apenas para te livrar da perdição, não apenas para que escapes do julgamento apareci a ti, mas Eu tenho uma grande revelação para te dar daquilo para o qual te salvei”. Este é o efeito das Suas palavras para Paulo, e elas são verdadeiras para nós também, e Paulo as deixa claras em suas cartas. Você deve ter certeza de que foi agarrado no seu homem interior por esta consciência, por esse senso de ser apreendido por e para um supremo propósito, para que isto então domine a sua vida – algo que elimina o elemento de tempo, para que você não esteja limitado à ideia de viver apenas uma boa vida Cristã até morrer. Isto tira de cena nossa vida, e nós sabemos bem disso.

Extraído do texto “Porque os estranhos caminhos de Deus?” – T.Austin-Sparks
Publicado no site www.austin-sparks.net/portugues/


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Fé é a convicção da realidade das coisas que se não vêem...

Fé é a vitória que vence e “fé é a convicção da realidade das coisas que se não veem”.

Se isto é verdade, então o segredo da vitória é a capacidade e a persistência deliberada em olhar – não as coisas que se veem mas as que “se não veem”. Isto sempre tem sido provado ser assim na história e experiência do povo de Deus. Paralise, derrota, desastre, tem sido sempre consequente sobre o juízo segundo a visão dos olhos (os olhos dos sentidos naturais). Vitória tem sempre surgido de alguém, mais cedo ou mais tarde, da certeza e discernimento dos recursos Divinos e realidades por trás de tudo.

Muitas vezes esta dupla questão sobre este único principio é visto no registro bíblico da experiência do homem. Muitas vezes libertação acontecia porque era dado a alguém ascendência espiritual e moral, porque em suas caminhadas intimas com Deus, os olhos interiores recusaram a tirania dos exteriores e entregaram-se a um espontâneo “FITAR!” Quantas vezes o efeito da advertência Divina pela que emergência triunfante vinha era negativamente “NÃO PARA AS COISAS QUE SE VEEM”, e positivamente “MAS PARA AS QUE SE NÃO VEEM”. E quando “as coisas” eram escondidas para a purificação da fé, a suma total de todas as coisas era “AQUELE que é invisível”.

Portanto, quando um mar profundo estiver à frente, um faraó tremendamente endurecido e enfurecido, e suas hostes perseguirem ferozmente, cumes inegociáveis levantam-se de cada lado – uma situação humanamente impossível – mas a atitude salvadora é “Não para as coisas que se veem, MAS”, e que grande “mas!”

Uma terra de promessa, de cumprimento, de realização, a entrada no propósito de uma longa e dolorosa preparação encontra-se imediatamente adiante. Mas, como é muitas vezes o caso, um grande desafio final para a espiritualidade ante a carnalidade, fica entre um êxodo e um ‘eisodus’ (entrada). Dificuldades gigantescas demonstradas diante dos sentidos, e Deus espera no escuro invisível.

Novamente a questão de ir e entrar, ou voltar e sair depende de uma capacidade para apreender o Supremo Recurso, e a exortação é novamente ouvida - “NÃO PARA AS COISAS QUE SE VEEM”.

Extraído do texto “O Visível e o Invisível” – T.Austin-Sparks
Publicado no site www.austin-sparks.net/portugues/


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O que Deus fez foi incluir-nos em Cristo...

O que Deus fez, no Seu propósito gracioso, foi incluir-nos em Cristo. Ao tratar de Cristo, Deus tratou do cristão; no Seu trato com a Cabeça, tratou também de todos os membros. É inteiramente errado pensar que possamos experimentar algo da vida espiritual meramente em nós mesmos e separadamente dEle. Deus não pretende que adquiramos uma experiência exclusivamente pessoal e não quer realizar qualquer coisa deste gênero em você e em mim. Toda a experiência espiritual do cristão tem Cristo como sua fonte de realidade. O que chamamos a nossa "experiência" é somente a nossa entrada na história e na experiência de Cristo.

Seria ridículo se uma vara de videira tentasse produzir uvas vermelhas, e outra, uvas verdes, e ainda outra, uvas roxas; as varas não podem produzir uvas com características próprias, independentemente da videira, pois é a videira que determina o caráter das varas. Todavia, há crentes que buscam experiências, como experiências. Para eles, a crucificação é uma coisa, a ressurreição é outra, a ascensão é outra, e nunca se detêm para pensar que todas estas coisas estão relacionadas com uma Pessoa. Somente na medida em que o Senhor abrir os nossos olhos para ver a Pessoa, é que teremos qualquer experiência verdadeira. Experiência espiritual verdadeira significa que descobrimos alguma coisa em Cristo e que entramos na sua posse; qualquer experiência que não resulte de uma nova compreensão dEle está condenada a se evaporar muito rapidamente. "Descobri aquilo em Cristo; então, graças a Deus, pertence-me. Possuo-o, Senhor, porque está em Ti". Que coisa maravilhosa conhecer as realidades de Cristo como o fundamento da nossa experiência!

Assim, o princípio de Deus ao nos fazer progredir experimentalmente, não consiste em nos dar alguma coisa, de nos colocar em determinadas situações a fim de nos conceder algo que possamos chamar de experiência nossa. Não se trata de Deus operar em nós de tal maneira que possamos dizer: "Morri com Cristo no mês de março passado", ou "ressuscitei da morte no dia primeiro de janeiro de 1937", ou, ainda, "quarta-feira pedi uma experiência definida e alcancei-a". Não, esse não é o caminho. Eu não busco experiências em si mesmas, neste presente ano da graça. Não se deve permitir que o tempo domine o meu pensamento neste ponto.

Alguns perguntarão: e o que dizer a respeito das crises por que tantos de nós temos passado? Não há dúvida que alguns passaram por crises nas suas vidas. Por exemplo, George Muller podia dizer, curvando-se até ao chão: "Houve um dia em que George Muller morreu". O que diríamos a isto? Bem, não estou duvidando da realidade das experiências espirituais pelas quais passamos, nem a importância das crises a que Deus nos traz no nosso andar com Ele; pelo contrário, já acentuei a necessidade que temos de ser absolutamente definidos acerca de tais crises em nossas vidas. Mas, a verdade é que Deus não dá aos indivíduos experiências individuais, e, sim, apenas uma participação naquilo que Deus já fez. É a realização no tempo das coisas eternas. A história de Cristo torna-se a nossa experiência e a nossa história espiritual; não temos uma história separadamente da Sua. Todo o trabalho, a nosso respeito, não é efetuado em nós, aqui, mas em Cristo. Ele não faz um trabalho separado, nos indivíduos, à parte do que Ele fez no Calvário. Mesmo a vida eterna não nos é dada como indivíduos: a vida está no Filho, e: "quem tem o Filho tem a vida". Deus fez tudo no Seu Filho e incluiu-nos nEle; estamos incorporados em Cristo.

Extraído do livro “A Vida Cristã Normal” – Watchman Nee

Publicado pela Editora Tesouro Aberto

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A fé substancializa para mim as coisas de Cristo

Se eu fosse cego, não poderia distinguir a cor, e se me faltasse a faculdade de ouvir, não poderia apreciar a música. A música e a cor, no entanto, são realidades que não são afetadas por minha capacidade ou incapacidade de apreciá-las. Aqui estamos considerando coisas que, embora não sejam vistas, são eternas e, portanto, reais. Evidentemente, não é com nossos sentidos naturais que poderemos "substancializar" as coisas divinas: há uma faculdade para "a substancialização das coisas que se esperam", das coisas de Cristo — é a fé. A fé faz com que as coisas que são reais, sejam reais na minha experiência.

A fé "substancializa" para mim as coisas de Cristo. Centenas de milhares de pessoas lêem Rm 6.6: "Foi crucificado com Ele o nosso velho homem". Para a fé, esta é a verdade; para a dúvida, ou para o mero assentimento moral, sem a iluminação espiritual, não é verdade.

Lembremo-nos de que não estamos lidando com promessas, e sim, com fatos. As promessas de Deus nos são reveladas pelo Espírito, a fim de que nos apropriemos delas; os fatos, porém, permanecem fatos, quer creiamos neles ou não. Se não crermos nos fatos da Cruz, estes ainda permanecerão tão reais como sempre, mas não terão qualquer valor para nós. A fé não é necessária para tornar estas coisas reais em si mesmas, mas pode "substancializá-las" e torná-las reais em nossa experiência.

Qualquer coisa que contradiga a verdade da Palavra de Deus deve ser considerada mentira do Diabo. Ao fato maior declarado por Deus, deve-se curvar qualquer fato que pareça real ao nosso sentimento. Passei por uma experiência que servirá para ilustrar este princípio. Há alguns anos, encontrava-me doente. Passei seis noites com febre alta, sem conseguir dormir. Finalmente, Deus me deu, através das Escrituras, uma palavra pessoal de cura e, portanto esperava que se desvanecessem imediatamente todos os sintomas da enfermidade.

Ao invés disso, não conseguia conciliar o sono, e me senti ainda mais perturbado; a temperatura aumentou, o pulso batia mais rapidamente e a cabeça doía mais do que antes. O inimigo perguntava: "Onde está a promessa de Deus". "Onde está a sua fé? Qual o valor das suas orações"? Desta forma, senti-me tentado a levar o assunto de novo a Deus em oração, mas fui repreendido por esta escritura que me veio à mente: "A tua palavra é a verdade" (João 17.17). Se a palavra de Deus é verdade, pensava, então o que significam estes sintomas? Devem ser todos eles mentiras. Assim, declarei ao inimigo: "Esta falta de sono é uma mentira, esta dor de cabeça é uma mentira, esta febre é uma mentira, esta pulsação elevada é uma mentira. Em face do que Deus me disse, os presentes sintomas de enfermidade são apenas as tuas mentiras, e a palavra de Deus, para mim, é a verdade". Em cinco minutos, eu já estava dormindo, e, na manhã seguinte, acordei perfeitamente são.

Extraído do livro “A Vida Cristã Normal” – Watchman Nee

Publicado pela Editora Tesouro Aberto

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A Fé é a substancialização do que se espera

A libertação do pecado é tão real, que João pôde escrever, confiante: "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado... não pode viver pecando" (I João 3.9), expressão essa que, erradamente compreendida, poderia nos confundir. João não quis dizer que o pecado nunca mais entra em nossa história e que não cometeremos mais pecados. Diz que o pecar não está na natureza daquele que é nascido de Deus. A vida de Cristo foi plantada em nós pelo novo nascimento, e a Sua natureza não é caracterizada por cometer pecados. Há, porém, uma grande diferença entre a natureza de uma coisa e a sua história, e há uma grande diferença entre a natureza da vida que há em nós e a nossa história.

A questão consiste em escolher quais os fatos a que damos valor e que orientam a nossa vida: os fatos tangíveis da nossa experiência diária ou o fato muito mais importante, de que agora estamos "em Cristo". O poder da Sua ressurreição está ao nosso lado, e todo o poder de Deus está operando na nossa salvação (Rm 1.16), mas o assunto ainda depende de tornarmos real, na história, o que já é uma realidade divina.

"Ora a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que se não vêem" (Hb 11.1), e: "as coisas que se não vêem são eternas" (II Co 4.18). Creio que todos sabemos que Hb 11.1 é a única definição de fé na Bíblia. É importante que compreendamos esta definição. O Novo Testamento de J. N. Darby traduz bem este trecho: "A fé é a substancializaçao das coisas que se esperam".

A palavra "substancialização" é boa; significa tornar reais, na experiência, as coisas que se esperam.

Como é que "substancializamos" uma coisa? Fazemos isso todos os dias. Você conhece a diferença entre substância e "substancializar"? Uma substância é um objeto, uma coisa na minha frente. "Substancializar" significa que tenho certo poder ou faculdade que torna aquela substância real para mim. Por meio dos nossos sentidos, podemos tomar certas coisas do mundo, da natureza, e transferi-las para o nosso conhecimento e percepção interna, de modo que possamos apreciá-las. A vista e o ouvido, por exemplo, são duas das faculdades que me permitem "substancializar" da luz e do som. Temos cores: vermelho, amarelo, verde, azul e violeta, e estas cores são coisas reais. Mas se eu fechar os olhos, a cor não continua sendo real para mim; é simplesmente nada — para mim. Com a faculdade da vista, contudo, possuo o poder de "substancializar", e assim, o amarelo torna-se amarelo para mim.


Extraído do livro “A Vida Cristã Normal” – Watchman Nee

Publicado pela Editora Tesouro Aberto

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A Cruz atinge a raiz do nosso problema


Quero recordar, mais uma vez, a natureza fundamental do que o Senhor operou na Cruz, assunto que merece o maior destaque, porque precisamos entendê-lo.

Suponha que o governo do seu país quisesse enfrentar rigorosamente a questão das bebidas alcoólicas e decidisse que todo o País ficasse sob a "lei seca". Como seria posta em prática tal decisão? Como poderíamos cooperar? Se revistássemos cada loja, cada casa, por todo o país e destruíssemos todas as garrafas de vinho, cerveja ou pinga que encontrássemos, resolveríamos assim o problema? Certamente que não.

Poderíamos livrar assim a terra de cada gota de bebida alcoólica existente na praça, mas, por detrás daquelas garrafas de bebida se encontram as fábricas que as produzem, e se não tocássemos nas fábricas, a produção continuaria e não haveria solução permanente para o problema. As fábricas produtoras das bebidas, as cervejarias e as destilarias por todo o país, teriam que ser fechadas se quiséssemos resolver de forma permanente a questão do álcool.

Nós somos uma fábrica desta natureza, e os nossos atos são a produção. O Sangue de Jesus Cristo, nosso Senhor, resolveu a questão dos produtos, dos nossos pecados. De modo que a questão do que temos feito já foi tratada; será que Deus Se detém aqui? Como se trata daquilo que somos? Fomos nós que produzimos os pecados. A questão dos nossos pecados foi resolvida, mas como vamos nós próprios ser tratados? Crê que o Senhor purificaria todos os nossos pecados para então deixar por nossa conta enfrentarmos a fábrica que os produz? Acredita que Ele inutilizaria os produtos e que deixaria por nossa conta a fonte de produção?

Fazer tal pergunta é responder-lhe. Deus não faz a obra pela metade. Pelo contrário, inutilizou os produtos e encerrou a fábrica produtora.
A obra consumada de Cristo realmente atingiu a raiz do nosso problema, solucionando-o. Para Deus não há meia medida. "Sabendo isto", disse Paulo, "que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos" (Rm 6.6). "'Sabendo isto".

Sim, mas você o sabe de fato? "Ou, porventura, ignorais? " (Rm 6.3).

Extraído do livro “A Vida Cristã Normal” – Watchman Nee

Publicado pela Editora Tesouro Aberto

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A nossa morte com Cristo, um fato histórico


 ...A passagem do nosso estudo agora é Rm 6.1-11. Aqui se vê que a morte do Senhor Jesus é representativa e inclusiva. Na Sua morte, todos nós morremos. Nenhum de nós pode progredir espiritualmente sem perceber isto. Assim como Cristo levou os nossos pecados sobre a Cruz, tampouco podemos ter a santificação sem termos visto que nos levou a nós próprios na Cruz. Não somente foram colocados sobre Ele os nossos pecados, mas também foram incluídas nEle as nossas pessoas.

Como se recebe o perdão? Compreendemos que o Senhor Jesus morreu como nosso Substituto, e que levou sobre Ele os nossos pecados, e que o Seu sangue foi derramado para nos purificar. Quando percebemos que todos os nossos pecados foram levados sobre a Cruz, o que fizemos? Dissemos, porventura: "Senhor Jesus, por favor, vem morrer pelos meus pecados"? Não, de forma alguma; apenas demos graças ao Senhor. Não Lhe suplicamos que viesse morrer por nós, porque compreendemos que Ele já o tinha feito.

Esta verdade que diz respeito ao nosso perdão também diz respeito à nossa libertação. A obra já foi feita. Não há necessidade de orar, e, sim, apenas de dar louvores. Deus nos incluiu a todos em Cristo, de modo que quando Cristo foi crucificado, nós também o fomos. Não há, portanto, necessidade de orar: "Sou uma pessoa muito má; Senhor, crucifica-me, por favor". Apenas precisamos louvar ao Senhor por termos morrido quando Cristo morreu. Morremos nEle: louvemo-Lo por isso e vivamos à luz desta realidade. "Então creram nas Suas palavras e Lhe cantaram louvores" (Salmos 106.12).

Você crê na morte de Cristo? É claro que sim. Então, a mesma Escritura que diz que Ele morreu por nós diz também que nós morremos com Ele. Prestemos atenção a este fato: "Cristo morreu por nós" (Rm 5.8). Esta é a primeira declaração que se nos apresenta com toda a clareza, a segunda, porém, não é menos clara: "Foi crucificado com ele o nosso velho homem" (Rm 6.6). "Morremos com Cristo" (Rm 6.8).

Extraído do livro “A Vida Cristã Normal” – Watchman Nee

Publicado pela Editora Tesouro Aberto

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Negando o Ego

"A si mesmo se negue, tome cada dia a sua cruz e siga-Me" (Lc 9:23).

Nosso pensamento em geral é que estamos muito desejosos de dar a Cristo nossas coisas más, sujas, pecaminosas e satânicas e tê-las pregadas na cruz com Ele. Estamos muito dispostos a livrar-nos das coisas más do ego. Entretanto, nosso problema frequente é que achamos que deveríamos manter as coisas boas do ego.

Na visão de Deus, o ego está totalmente corrompido e é afetado profundamente pela queda de Adão. De acordo com Deus, Ele não pode curar a vida do ego nem melhorá-la. Não há outra maneira senão crucificá-la com Cristo. O mundo está disposto a deixar que tudo se vá e até mesmo se dispõe a sacrificar seu próprio dinheiro e tempo; contudo, encontra muita dificuldade em negar o ego e crucificá-lo. Sempre consideramos que o ego não é de todo mau. Esse é o ponto de vista humano. É claro que o homem natural não tem a intenção de preservar somente sua bondade. Entretanto, inconscientemente e involuntariamente, ele preserva o lado bom do ego e leva à morte o lado mau. Pouco nos damos conta de que o ego ou está totalmente vivo ou totalmente morto. Se a parte boa do ego é mantida viva, não há garantia de que a sua parte má esteja morta. Portanto, os crentes têm uma lição séria a aprender aqui. Eles devem estar dispostos a crucificar com Cristo tanto a parte boa como a parte má do ego. O ego natural de muitas pessoas é honesto por nascimento. Alguns são muito pacientes, outros são amáveis. É muito difícil para elas levar todo o ego à morte. No subconsciente, elas mantêm sua honestidade, paciência e amor, e deixam que as outras coisas erradas sejam crucificadas com o Senhor. Esses crentes devem aprender de Deus a perceber que eles mesmos não são confiáveis. Somente então submeter-se-ão ao Senhor. Podemos aprender uma lição de Pedro nesse ponto. Antes de experimentar a morte e ressurreição de Cristo e o preencher do Espírito Santo, Pedro realmente pensava que seu amor pelo Senhor fosse correto. Entretanto, sua promessa de "morrer com o Senhor" foi cumprida? A falha de Pedro foi causada pela sua total confiança em si mesmo; ele confiou em na própria bondade. Contudo não percebeu isso. Afinal, é difícil perceber o ego. Devemos confiar na avaliação que Deus faz de nós e colocar o ego na cruz.


Extraído do livro “A Cruz” – Watchman Nee

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Negando a Nós Mesmos

"A si mesmo se negue, tome cada dia a sua cruz e siga-Me" (Lc 9:23).

Esse versículo ressalta que as três coisas que deveríamos fazer são, na verdade, apenas uma dividida em três passos. O primeiro passo é negar o ego. Negar significa rejeitar, descartar, ignorar e não reconhecer a interpelação de alguém. O significado de negar o ego é simplesmente não permitir que ele seja o senhor. Esse passo é um ato definido; é crer especificamente que "estou crucificado com Cristo". Para preservar o trabalho desse passo, devemos levar a cabo o segundo passo, que consiste em "cada dia" tomar a cruz. Isso significa que, uma vez que entregamos o ego à cruz voluntariamente e o impedimos de ser o senhor, devemos, então, continuar a negá-lo diariamente.

Negar o ego deve ser "diariamente" e ininterruptamente. Essa questão não pode ser realizada uma vez por todas. O Senhor precisa conceder-nos uma cruz diária para carregar. O ego é muito ativo e Satanás, que tira vantagem do ego, também é incansável. A todo o momento, o ego procura uma oportunidade de restaurar-se e jamais deixar escapar a menor chance que seja. Assim, é de suma importância que tomemos a cruz diariamente. É nisso que os crentes precisam ser vigilantes.

Deveríamos "cada dia" e momento após momento tomar a cruz que o Senhor nos tem dado; e ainda continuamente reconhecer que a cruz do Senhor é nossa e não dar qualquer espaço para o ego nem permitir que ele assuma qualquer posição. O terceiro passo é seguir o Senhor; isto é positivamente honrá-Lo como Senhor e obedecer completamente a Sua vontade. Dessa maneira, o ego não terá chance nem possibilidade de se desenvolver. Esses três passos estão totalmente baseados e centralizados na cruz. O primeiro passo, de negar o ego, é do lado negativo. O segundo passo, de tomar a cruz, é negativamente positivo. O terceiro passo, de seguir o Senhor, é do lado positivo.

O ensinamento nessas duas passagens não deve ser desvinculado um do outro. Se os tomarmos e os praticarmos juntos, teremos a experiência de vencer o tempo todo. Entretanto, devemos permitir que o Espírito Santo faça Sua própria obra em nós e permitir que a obra consumada da cruz seja trabalhada em nós.
  


Extraído do livro “A Cruz” – Watchman Nee

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Não Doutrina, Mas Vida


Pode a obra de Deus estar fora da Igreja em alguma missão, grupo evangelístico ou qualquer outro órgão? Nunca! Porque tem de ser a própria Igreja - o Corpo - que faz a obra do Corpo. Isso decide as considerações sobre obreiros ou missões independentes, grandes ou pequenas, notavelmente organizadas ou motivadas pela fé. Se estas estão separadas do Corpo, estão separadas da ordem de Deus.

Isso não é um princípio ou doutrina, mas é uma questão de vida. Se você tiver revelação em relação a isso, então, no momento em que fizer a menor coisa individualista e não relacionada ao Corpo, você sentirá e saberá que está errado, mesmo sendo uma coisa pequena. Não existe absolutamente qualquer lugar para a independência ou individualismo, pois isto é o ego, isto é você, não é Cristo.

Você entende isso como doutrina? Se você não tem consciência do Corpo, então seu entendimento está na esfera mental e não lhe vem por revelação. Se for assim, é algo que você recebeu de fora, não é algo que veio do interior. Não é espontâneo e não é vida para você...

Se você está realmente no Corpo, como uma experiência resultante de revelação, você não tem como se livrar dele. Você não tem outro caminho, não existe outra escolha - só existe um caminho para você.

Fora da Igreja, que é o Corpo de Cristo, não há possibilidade de trabalhar para Deus. Se você for a um lugar onde existe uma igreja verdadeira, isto é, uma expressão do Corpo de Cristo que é realmente Sua igreja, você não pode trabalhar separado daquela igreja, isto é, não relacionado com ela. Não abrigue a ideia de que os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres são os únicos obreiros que Deus estabeleceu no Corpo e para o Corpo. Realmente não são os únicos; cada membro do Corpo é designado por Deus para trabalhar para Deus e para o Corpo para a edificação do Corpo. Não é que alguns são obreiros e outros são simplesmente membros do Corpo. Todos são obreiros. O Corpo de Cristo deve edificar a si mesmo. Tudo deve vir do Corpo e tudo deve ser para o Corpo.

Não estamos aqui para estabelecer algo, para estabelecer uma "coisa", para sermos um modelo de culto, para representar um novo movimento. Estamos aqui para representar uma expressão da vida de Cristo em Seu Corpo. Em Xangai, o que quer que seja do Senhor, quem quer que seja do Senhor, qualquer coisa e qualquer um que represente uma medida da vida de Cristo, nós os consideramos como pertencendo a nós. Eles são parte de nós, quer percebam ou reconheçam isso, quer não, e nós somos parte deles.

Se não for algo vivo, não é a Igreja. Uma coisa morta não pode ser Seu Corpo.

Geralmente o que mantém unida uma missão ou obra é um conjunto de doutrinas, algumas especiais, ou o próprio fundador, que pode ter sido um homem piedoso. Que o Senhor nos livre disso, pois tudo isso é morto. O Espírito Santo não pode apoiar tal coisa ou ministrar a ela, pois é uma "coisa", e o Espírito Santo só pode usar um organismo vivo: o Corpo, a Igreja. Toda obra deve sair da Igreja e toda obra deve ser para a Igreja, para a sua edificação.

O alvo de tudo o que mencionamos é encontrado em Efésios 4-13: "Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo". Isso nunca poderá ser realizado individualmente; só pode ser realizado e alcançado como um Corpo. Portanto, peçamos a Deus para tratar conosco e cortar todo o individualismo, todo pensamento próprio, toda decisão própria e toda a ação e movimento individualistas. Nossa vida inteira deve ser vivida no Corpo. Pecamos ao Senhor para nos ensinar como viver no Corpo. A vida do Corpo não é algo que possamos estudar, mas é algo muitíssimo natural e espontâneo, se estamos no Corpo por revelação.

Extraído do livro “A Obra de Deus” – Watchman Nee
Publicado pela Editora dos Clássicos

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A Escola de Adoração

"Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria, e para o seu povo regozijo" (Isaías 65:18)

A palavra hebraica para "crio" neste versículo significa "trago à existência".
Vê o que Isaías está dizendo? Deus está criando não só um novo mundo, mas também um povo especial. Está trazendo à existência uma noiva que não apenas foi apartada deste mundo, mas aprendeu a regozijar-se em meio ao sofrimento.

O fato é que os nossos sofrimentos presentes constituem-se numa escola de adoração. E todas as maneiras pelas quais estamos aprendendo a louvar a Jesus, especialmente em nossos sofrimentos, são treinamentos para aquele glorioso dia. Que quer dizer isto para os cristãos que vivem com medo e preocupação constantes? Esses que vivem como se Deus estivesse morto, como podem eles repentinamente, saber como - por meio do louvor - enfrentar a provação?

É muito importante como reagimos em nossa tribulação presente. Quando Israel esteve em sua hora de grande sofrimento, perdeu a esperança. Decidiram que não podiam aguentar mais, então simplesmente sentaram-se no pó. Cá estava o povo de Deus, com promessas sólidas como rocha; no entanto sentaram-se ali com uma corrente ao redor do pescoço.

Igualmente hoje, alguns cristãos desistem neste ponto. Eles não abandonam a fé, porém deixam de seguir a Jesus de todo coração, pensando "Não aguento viver sob tanta pressão. Parece que quanto mais me aproximo de Cristo, mais sofro". Perguntam-se como Paulo podia dizer: "Me regozijo nos meus sofrimentos" (Colossenses 1:23-24).

Eis aqui exatamente porque Paulo podia fazer tal afirmação: ele havia sido arrebatado ao céu, e viu a glória que nos aguarda. Devido ao que viu, Paulo pôde abraçar suas lutas e aflições nesta vida, aprendendo a louvar a Deus em cada experiência difícil. Estava determinado a aprender a ter alegria de coração não importando a situação, e começou a praticar o louvor em preparação para o mundo por vir.

"Se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós" (Romanos 8:17-18). À luz da glória que espera Paulo, o que é a prova em comparação à ela?

Igualmente, ele quer que desviemos os olhos do sofrimento presente e os fixemos no que virá, e isso mudará tudo. Um minuto dentro de nossa nova habitação, diz Paulo, e não nos recordaremos do que veio antes. A ideia dele é começar a louvar agora, regozijando-nos pelo gozo que nos espera. "Portanto, ofereçamos sempre, por ele (Jesus), a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hebreus 13:15).


Extraído do texto “Nem todo o Sofrimento é uma Prova” – David Wilkerson

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Deus tem a Sua Obra

"Prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo,para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3.12-14).

"E nós na qualidade de cooperadores com Ele" (2 Coríntios 6a).

Deus tem Sua obra. Essa não é a sua nem a minha obra, tampouco é a obra desta missão ou daquele grupo. É a obra do próprio Deus. Gênesis 1 nos diz que Deus trabalhou e, depois, descansou. No início, Deus criou a luz, os seres vivos, o homem e assim por diante. Ninguém, a não ser Ele, poderia realizar essa obra da criação. E hoje Ele também tem Sua obra, que não é a obra de homem algum e que homem algum pode fazer. A obra de Deus não pode ser feita por ninguém, a não ser pelo próprio Deus. Quanto mais cedo aprendermos isso, melhor, porque as obras, as ideias, os métodos, o zelo, a seriedade, os esforços e as atividades incansáveis do homem não têm qualquer lugar no que Deus está fazendo. O homem não pode ter mais parte na obra de Deus hoje do que poderia ter nos tempos remotos da criação.

Aos filipenses, Paulo diz: "Prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus". O Senhor Jesus tem um propósito especial e específico ao nos alcançar, e é esse propósito específico que desejamos alcançar. Ele tem um propósito, e esse propósito é que ele nos ganhe a fim de sermos cooperadores, co-obreiros com Ele. Entretanto, ainda é verdade que não podemos fazer a obra de Deus, visto que toda ela é absoluta e totalmente Dele.

No entanto, nós somos Seus co-obreiros. De modo que, por um lado, devemos reconhecer que não podemos tocar, nem mesmo com o dedo mínimo, a obra de Deus e, por outro, somos chamados para ser co-obreiros com Ele! E foi com este fim que Ele nos alcançou. O Senhor tem um propósito definido na salvação - e um propósito claro e específico ao nos salvar -, que é nos ter como Seus co-obreiros.

O que, então, é a obra de Deus? Efésios nos mostra isso de forma mais clara que qualquer outro livro no Novo Testamento. O capítulo 1 diz: "Assim como nos escolheu Nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele" (v. 4); no capítulo 2 lemos: "Para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da Sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus" (v. 7). Lemos também no primeiro capítulo: "Desvendando-nos o mistério da Sua vontade, segundo o Seu beneplácito que propusera em Cristo" (v. 9)
Em todas as reuniões da igreja frequentemente há aqueles que se levantam e falam de acordo com sua própria mente. Eles não estão falando no Espírito, mas estão "fora do tom". O que dizem é de pouco ou nenhum valor. Mas na criação de Deus, conforme Ele determinou, não existe nada fora do tom.

Tudo é para o Filho, tudo vem de Cristo e para Cristo. Nada está fora Dele, pois Deus incluiu tudo em Cristo. "Nele foram criadas todas as coisas (...) Tudo foi criado por meio Dele e para Ele" (Cl 1.16). Tudo está em perfeita harmonia no plano de Deus. E Deus vai levar tudo em Sua criação a este nível e a este lugar de perfeita harmonia. Nesse sentido, não podemos fazer nada - Deus está fazendo tudo e tudo Ele fará.

Extraído do livro “A Obra de Deus” – Watchman Nee
Publicado pela Editora dos Clássicos

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A promessa de Deus é imutável

"Por isso Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta."
Hebreus 6:13-19

A promessa de Deus é imutável e não é abalada pelas circunstâncias. Em Sua promessa Deus havia dito que a terra de Canaã seria dada a Abraão e aos seus descendentes. Nenhuma promessa de Deus jamais falhou; todas elas se cumpriram. Contudo, muitas vezes Deus permite que passemos por situações "de fome" a fim de provar nossa fé e o nosso coração. Isso também ocorreu com Abraão, Isaque e Jacó. Todos eles passaram pelo teste da fome que atingiu a terra de Canaã.

Segundo a promessa de Deus, Canaã era a terra que manava leite e mel. Como, então, seria possível que nela houvesse fome? Deus permitiu que isso acontecesse para provar a fé de cada um deles. A fome levou Abraão ao Egito, porém Deus, por causa de Sua promessa, trouxe-o de volta. O mesmo ocorreu com Isaque, que Deus trouxe de volta a Canaã antes que ele chegasse ao Egito. Mais tarde com Jacó se passou algo semelhante. Naquele tempo José, seu filho, era governador do Egito, e toda a terra passava por grande fome, menos o Egito que havia estocado alimento em seus celeiros. De todos os lugares iam pessoas comprar comida no Egito. Jacó e toda a sua família também foi para lá e passou a viver na terra fértil de Gósen.

Aos nossos olhos a descida deles ao Egito foi errada. Deus deveria fazer com que voltassem a Canaã assim como fez com Abraão e Isaque. Contudo, não devemos julgar de acordo com nosso conceito de certo e errado. Precisamos ver esse fato pelo princípio da vida. Jacó desceu ao Egito, todavia, seu coração nunca se apartou de Canaã, pois antes da sua morte, ele exigiu que fosse sepultado em Canaã, a terra do descanso. A descida de Jacó e seus filhos já estava nos planos de Deus...

Embora algumas vezes nos enfraqueçamos diante de certas situações, não podemos esquecer que estamos dentro da promessa de Deus, que é imutável, eterna, perpétua. Deus jamais se esquece de cumprir suas promessas, que são imutáveis, Ele as cumpre custe o que custar.

Extraído do Alimento Diário - Josué - Volume 1

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cinco Passos em Direção à Boa Terra da Obediência - 5/5

5 - A Fé Confia em Cristo Para Tudo

"Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio" (2 Co 1.20). 

É possível que, enquanto leu sobre a vida de obediência, tenham surgido perguntas e dificuldades para as quais você não tem uma resposta imediata. Pode parecer difícil para receber tudo isso ou para conciliar as verdades com seus velhos hábitos de pensamentos, palavras e ações. Você teme que não seja capaz de logo sujeitar tudo a esse princípio supremo que deve governar toda sua vida.

Para todas essas questões, há uma resposta, uma libertação de todos os temores: Jesus Cristo, o Salvador vivo, conhece tudo, e pede que você confie nele e se entregue totalmente à sua sabedoria e poder, a fim de poder sempre andar no caminho da obediência da fé.

Extraído do livro “As Bênçãos da Obediência” – Andrew Murray
Publicado pela Editora dos Clássicos