sábado, 30 de maio de 2015

A Escola de Cristo

“E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
(Mt 3:17)

Uma das primeiras lições que o Espírito Santo nos ensina na escola de Cristo é o quanto Ele é diferente de nós. Não conseguiremos produzir nada aceitável a Deus que venha de nossa natureza. A única coisa que pode agradar a Deus é Cristo. Sempre haverá uma grande diferença entre nós e Cristo. Apesar dEle residir em nós, Ele, e apenas Ele é o objeto de prazer do Pai. Então não podemos nos esquecer de que a lição básica nessa nova vida e que Ele é diferente de nós. Mas precisamos aprender isso pela experiência... e espero que você se conforte com o que vou dizer, porque isso está sendo dito por alguém que tem essa experiência. O que o Espírito Santo está fazendo em nós? É tudo bem básico. Ele está nos levando a aprender que nós somos diferentes de Cristo. Essa é a lição mais importante a ser aprendida, porque nada poderá ser construído se não tivermos aprendido isso.

Então, o Espírito Santo nos leva a perceber a impossibilidade de conseguirmos viver isso por nós mesmos. Você já aprendeu essa lição do desespero? Seria tão bom se pudéssemos aprender isso de uma vez por todas! Nunca encontraremos descanso para nossas almas até que tenhamos primeiro aprendido a grande diferença entre nós mesmos e Cristo, e então descobriremos que é impossível para nós nos tornarmos como Ele baseados em nossos próprios recursos. Então melhor é desesperar de uma vez por todas no que se relaciona a nós mesmos.

Deus tem grande ciúme de Seu Filho. Seu Filho passou através do fogo nesse sentido, aceitando uma vida de dependência em sua forma humana, se esvaziou de Sua deidade, não procurou se salvar, prover nada para si, se preservar. Ele escolheu enfrentar tudo o que enfrentamos em nosso próprio ambiente, isso tudo sem nenhuma falha, em completo triunfo! Você acha que Deus vai aceitar qualquer coisa menor do que isso, do que Seu Filho? Só existe Um no universo que pode satisfazer o coração de Deus! Depois de aprendermos essa lição, então o Espírito Santo pode começar a obra de nos conformar a Sua imagem.

Então o que o Senhor está fazendo comigo? Ele está preparando um caminho para Seu Filho, está limpando o terreno para trazer a Sua plenitude. É isso que Ele está fazendo. Essa é a Escola de Cristo. Eu sei que é desafiador, principalmente porque nosso velho homem luta muito bravamente para não morrer. 


Adaptado do livro “A Escola de Cristo” – T.Austin-Sparks

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Tendo um espírito forte no Senhor

“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder” – Efésios 6:10

Nós somos tão ansiosos pelos nossos corpos! Nosso Pai quer nossos corpos fortes; mas se o espírito é forte, o corpo será fortalecido. Seu corpo não deve carregar o seu espírito, mas o seu espírito deve controlar o seu corpo. Por isso é que o espírito que deve se fortalecer pela força do Seu poder, e isso é obtido através de alimento espiritual. As palavras que Ele nos disse são “espírito e vida”. Quando o seu espírito é forte, ele assimila a comida espiritual na Bíblia, e você alimenta o seu espírito. Você precisa mais de um espírito forte do que um corpo forte, ou até mesmo uma mente forte. Sua mente, de qualquer maneira, será forte se você tem um espírito forte para ativá-la, porque nesse espírito habita o Espírito Santo. Este é o santuário de Deus. Este é o lugar onde Deus habita, e a força do poder do Senhor vai penetrar no seu espírito até que ele esteja “forte no Senhor, e na força do Seu poder”.

Você já pediu ao Senhor para te fazer forte no espírito (Lucas 1:80), e você usa os meios que vem a você para torna-lo forte? Como? Não apenas por alimentá-lo, mas também o exercitando. Um espírito forte é gerado pelo exercício. É por isto que o Senhor permite o conflito. Seu espírito se fortalece no conflito, e é por isto que Deus permite a luta.

Note bem qual é o meio pelo qual o espírito se torna forte no Senhor. Ele é dado no versículo: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo”. O versículo diz “contra as ciladas do mundo”? Não. Ou das pessoas? Não, mas “do diabo”. Aqui você vê uma posição espiritual dada que é permanecer firme contra o adversário espiritual invisível exercitando “ciladas” com algum fim específico. Estas ciladas são para nos puxar para baixo, tirar-nos de nossa posição. Outrora você conhecia a música de vitória – o bradar do grito de vitória, ver o Senhor dispersar os inimigos; mas as “ciladas” te envolveram, e o grito se foi. Elas te trouxeram as nuvens escuras, trazendo a um exagero em todos os tipos de coisas, colocando imagens na sua mente, planejando todo o tipo de coisas para te puxar para baixo. Você colocou toda a armadura de Deus, para permanecer na posição espiritual “no Senhor” contra as ciladas do diabo?

Leia: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne” (vs.12). Este conflito não é no domínio terreno, e você não deve andar nesse caminho. A luta com esse inimigo está por trás de “carne e sangue” (veja Ef.2:2). Acreditem em mim, filhos de Deus, vocês precisam aprender a atacar o adversário por trás, afirmando a vitória no nome do Senhor Jesus, e então nada pode permanecer diante de você, não diante do brado de vitória no nome de Jesus.


Extraído do livro “Vida no Espírito” de Jessie Penn-Lewis.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Nossa força está no Senhor

“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder” (Ef 6:10)

Nada é mais importante do para o cristão do que reconhecer que as provações, os problemas e os conflitos deste mundo são inevitáveis. Portanto, sempre que nos virmos inclinados ao desânimo, a reclamar e murmurar dizendo que parece que o Senhor não está cumprindo Suas promessas, nesse preciso momento nós temos que dar ouvidos a esta exortação: “Ficar firmes”. “Junte forças!” “Encha-se de coragem!” Não devemos dar lugar aos pensamentos de auto piedade que vêm juntar-se em nossa mente e coração. Como cristãos, nunca devemos lamentar por nós mesmos, não importa qual seja a nossa situação, ou o que nos esteja acontecendo. No momento em que o fizermos, perderemos a nossa energia, perderemos a vontade de lutar e a vontade de viver, ficaremos paralisados. Por mais forte que você seja, assim que você der lugar a esse sentimento, já estará perdendo algo de sua energia vital.

Reconhecemos que certas práticas são pecaminosas e nem sonharíamos em fazê-las. Mas temos que nos lembrar, porém, de que um dos grandes pecados é o pecado da auto piedade, da pessoa lamentar-se por si mesma e de permitir que entrem na sua mente pensamentos que lancem dúvida sobre o amor e bondade de Deus, e questionamentos se Ele cuida de nós. Nunca achem estranho ou surpreendente que a vida em que vocês entraram tem essas dificuldades. Paulo, escrevendo a Timóteo, explicita bem isso quando diz que “todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2Tm 3:12)

Também não devemos apavorar-nos. “Ficar firmes”, diz o apóstolo. O homem apavorado não é visto como sendo firme, seguro; já está meio correndo, a fugir, está aterrorizado, alarmado. “Ficar firmes”, diz o apóstolo. Não significa que vamos subestimar o diabo e seu poder. Paulo se empenha para nos dizer que não façamos isso. É por essa razão que ele entra em detalhes sobre o caráter e a natureza desses poderes. Ele não está defendendo uma atitude temerária. Devemos compreender plenamente a natureza do poder que se opõe a nós. Contudo, apesar de sabermos que esse poder é tão grande, tão terrível e tão poderoso, só ficando abaixo do poder de Deus, somos exortados a não apavorar-nos – e isso é a maravilha da mensagem cristã!

Toda vez que você ficar apavorado, já está derrotado. No momento em que você começa a temer, a estremecer e descer a pensamentos de possível derrota, sua energia simplesmente escorre para fora de você, vai se gastando e dissipando. Portanto, necessitamos desta exortação de “ficar firmes”. 

Noutras palavras, procure dar-se conta de que você é “forte no Senhor e na força do Seu poder”, que você faz parte deste Corpo que é dominado, governado e alimentado pela Cabeça, da qual toda a energia provém. Você está “em Cristo”, e o Seu poder está em você, mediante o Espírito. Procure aperceber-se disso, e então será forte. O apóstolo expressa isso de maneira notável – “Ficai firmes”! Antes de termos tempo para desenvolver o argumento, simplesmente devemos “ficar firmes”. Isso tem uma espécie de efeito elétrico sobre nós, imediatamente. 

Ao mesmo tempo, o cristão compreende quão terrivelmente fraco ele é, e, todavia, quão tremendamente forte. Portanto, quando nos vierem pensamentos deprimentes, e quando o diabo tentar nos aterrorizar como leão, e rugir para nós, lembremo-nos da exortação a “Ficar firmes”. 

Não fale nem pense muito em sua fraqueza, ou em suas derrotas, ou nas fraquezas e falhas dos outros. É deprimente. Os agentes do inimigo gostam de levar-nos a fazê-lo. Ele tem os seus espiões, e estes insinuam em nossos pensamentos e nos fazem sugestões, e procuram levar-nos à depressão falando-nos da grandeza do inimigo e da nossa fraqueza, e assim por diante. Certamente temos que atentar para estas coisas; mas não falemos demais sobre elas. Não passemos demasiado tempo segurando as mãos uns dos outros. Isso parece duro? No entanto, é o ensino do Novo Testamento. Se a Igreja dá ao mundo a impressão de que ela não passa de um bando de pessoas que dão as mãos uns aos outros e ficam dizendo coisas bonitas, consoladoras e sentimentais, já está acabada e é inútil num mundo como o de hoje! O diabo e suas forças estão ativos, e precisamos lutar! Uma igreja não é um lugar onde as pessoas pouco mais fazem do que compadecer-se umas das outras; essa é uma concepção totalmente errada da Igreja Cristã.

Sede vigilantes, sejam sóbrios, por causa do caráter e da natureza do seu inimigo. Noutras palavras, vigiem a primeira abordagem dele; ataquem-no e resistam a ele de imediato, sem nenhuma hesitação. Se vocês começarem a dar ouvidos ao diabo sequer uma vez, ele já os capturou. Não lhe dêem ouvidos, não recebam dele nem uma só expressão; à primeira investida, repliquem imediatamente, como fez o nosso Senhor na tentação, e o derribarão. Mas se vocês começarem a aceitar algumas das suas sugestões, se por uma vez começarem a arrazoar ou argumentar, ele já os derrotou.

Extraído do livro O Soldado Cristão” – D.M.Lloyd-Jones (capítulos 11 e 12)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Você conhece o seu Deus?

“...mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo.” (Dn.11:32)

Esse momento descrito pelo profeta é marcado pelo crescimento dos grandes poderes do mundo. Grandes exércitos, reis e impérios. Existe um esplendor nesse estágio, que chega a um clímax e ponto crucial. Mas existe um MAS. Esse mas se refere a um povo. 

Esse pequeno grupo se moverá com uma força vital de conquista. Mas quem é esse pequeno grupo? Não é dito muito a respeito dele a não ser que é um “povo que conhece ao seu Deus”. 

Primeiro, precisamos nos lembrar que esse conhecimento de Deus é por revelação. Nós nunca poderemos obter este conhecimento de Deus meramente lendo, ouvindo ou assistindo às reuniões. 

Temos a doutrina, mas ela tem que ser vivificada; tornada vida em nós, até que possamos ficar firmes nessa verdade. Quanto você depende de conferências e mestres para mantê-lo caminhando? Você participa de reuniões só porque você sente que o último lote que você tinha foi usado e você precisa de novos recursos? Ou você foi emancipado de todos os adereços humanos e colocado em um lugar glorioso de independência, porque você CONHECE O SEU DEUS? Não importa se você está mergulhado no meio do Saara, você conhece seu Deus e pode permanecer independentemente de toda ajuda natural! Esse é o tipo de conhecimento que significa poder. Isto é o tipo de experiência que vence o mundo. Esse é o tipo de coisa que faz todos os outros sistemas venham abaixo, e você se levante triunfante acima deles. Esse era o segredo da igreja apostólica. Deixe os reis fazerem o que eles quiserem, deixe as pessoas ficarem irritadas – a igreja continua, e é o Império Romano que vai ser feito em pedaços, e não o contrário. É um conhecimento pessoal independente de Deus, resultante de um nascimento interior, vivo. Não só uma verdade objetiva, mas um poder subjetivo, e é um grande dia, quando um pequeno fragmento da verdade se torna uma experiência pessoal. Isso é o que nós queremos. Conhecimento em primeira mão, não a verdade de segunda mão. Que Deus trabalhe isso em nosso próprio ser até que se torne parte de nós.

Você recebe uma revelação, talvez algo sobre a Cruz de Cristo, ou a vitória sobre Satanás, e você acha que já sabe, e diz: Isso é lindo! Então você começa a falar sobre isso, e não passa muito tempo antes que algo aconteça - suas circunstâncias são tocadas. Agora você vai para dentro do vórtice de terrível agonia com esta verdade, até as portas do inferno, seu ser é drenado profundamente, e em todo o tempo a questão se levanta - "Será que essa verdade vai prevalecer?" Será que vai funcionar? E quando você chega ao nível mais baixo possível, os elementos da carne e do eu foram tratados, e você seguramente se agarra ao Senhor nessa questão de vitória - então você sai, você testou essa verdade direito no profundo do seu ser - essa verdade faz parte de você agora, e então você pode ir a outros que estão nos seus severos conflitos e escuridão, e dizer: "Eu sei - eu conheço isso, e eu sei que Deus é fiel, eu conheço a vitória". 

Você tem uma poderosa ênfase em seu conhecimento, é uma coisa sobre a qual você não tem nenhuma dúvida, porque você foi até as profundezas com ele, e provou-o lá em baixo, e pela própria dor a verdade foi provada. É o povo que conhece ao seu Deus assim que conta. Há um poder que é maior do que todos os outros poderes do universo, e esse poder pode ser expresso através de você, mas apenas quando você conhece Deus com base em uma experiência pessoal através da dor e do sofrimento. Mas este conhecimento de Deus vem somente pela obediência implícita e sem reservas. "Se alguém quiser fazer ... ele saberá", e você nunca avança no seu conhecimento pessoal de Deus além da sua vontade. Seu conhecimento de Deus depende total e absolutamente de sua atenção e obediência a cada fase e cada ponto da revelação Divina. Você não pode conhecer a Deus além do ponto de sua obediência ao que você já conhece Dele. Ele não vai lhe dar mais nenhuma revelação de Si mesmo além desse ponto onde você obedece o que você conhece. 


Adaptado do livro  “Visão e Vocação” (T.Austin-Sparks)

terça-feira, 26 de maio de 2015

Quando cair, grite vitória

“Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento.”
2 Co 2:14

Todo ano, na segunda semana de julho, acontece a Convenção de Keswick, na Inglaterra, e pessoas de todo o mundo vão lá para ouvir a mensagem sobre vitória. Há um lema nessa convenção que diz: “Quando você cair grite vitória”. Como você pode fazer isso? Isso não é verdadeiro porque quando caímos nós gritamos. Não; quando você cair, grite vitória. Como pode ser isso? Há um segredo. Embora você caia, Cristo nunca cai e o Seu poder é manifestado em sua fraqueza. Quando você cai e grita, pensa em si mesmo. Você lamenta por si mesmo. Você cai em si mesmo e cai mais fundo ainda. Mas quando você cai e grita vitória, diz: “Senhor, eu não posso fazer melhor. É isso que eu sou; mas Tu és melhor. Eu busco a Ti e Te louvo”. É nesse momento que você descobre que a vitória de Cristo é manifestada. Esse é o segredo.

Nosso problema com a vida espiritual é que desejamos ser fortes. Nós queremos ser espirituais. É assim que eu sou. Olhe para mim, como eu sou forte, como eu sou espiritual!  É isso que queremos. Mas isso não é vida espiritual. Isso é falsa espiritualidade. Estamos tentando ser espirituais. Isso não é real. A vida espiritual real é, por um lado, fraqueza e fragilidade do vaso, a humanidade, e, por outro, há a força e glória da divindade, a vida divina manifestada. Isso é vida espiritual. É uma combinação do humano e do divino. É uma combinação da fraqueza e força. É o aparecimento de lágrimas e clamores. Isso é vida espiritual. “Quem sempre nos conduz em triunfo EM CRISTO JESUS”.


Extraído do livro “Vida Espiritual” – Stephen Kaung