segunda-feira, 13 de abril de 2015

Chamado, Eleito, Fiel

“Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis”. Apocalipse 17:14.

Em certo sentido, estas três palavras representam uma graduação de uma esfera de provação para outra. Embora possamos ser “escolhidos Nele antes da fundação do mundo”, é também verdade que quando o assunto é o serviço confiado e uma intimidade com Deus, a escolha é daqueles que “retém firme seu chamado e eleição”.

Deus inicia todos seus tratos conosco por um chamado. “O chamado de Deus”, para ser útil, deve ser sentido e percebido pelo homem interior. A carne pode ouvi-lo; como aconteceu com aqueles que iam com Paulo, eles podem ter sido jogados ao chão pela glória da revelação; seus sentidos podem ter testemunhado algumas das manifestações exteriores que acompanham o chamado; mas, como Paulo diz, “eles não ouviram a voz Daquele que falou a mim”.

O chamado de Deus contém tanto graça como verdade. A verdade é o instrumento separador. “Sai”. A graça é a promessa. “Abençoarei e farei uma benção”. O homem muitas vezes se agarra na graça, o “Abençoarei” de Deus, e falha em consentir com a demanda do “sai”. Ora, isto não só se aplica no assunto de nossos primeiros passos na salvação, mas também em novas revelações e chamados em diferentes momentos da vida cristã. O chamado de Deus para uma mais completa e mais ampla aceitação da verdade e ministério; de testemunho e testemunha; de rendição e experiência, surgirá sem duvida, por uma ou outra das formas divinas de visitação àqueles que o Senhor deseja conduzir na graça. 

Isto terá um tempo apropriado, definido e desafiador. Um mensageiro pode vir do nada; do nada de reputação, reconhecimento, fama mundana ou honra. Ele entregará uma mensagem, apenas ficando o tempo suficiente para deixar suas implicações essenciais àqueles que ouvem. Então, tendo seguido, as coisas nunca poderão ser as mesmas para eles novamente.

O “chamado” soou. A crise se precipitou. A questão está entre a vida com suas limitações conhecidas ou desconhecidas, e aquilo que Deus oferece. Mas, como é geralmente o caso, esta verdade vai chamar por um “sair”. Sair pode representar deixar uma posição com certa popularidade, comparada a algo fácil. Pode haver um risco na reputação, ou perda de prestigio, uma desaprovação entre os homens, ser rotulado de “singular”, “peculiar”, “extremo”, “perigoso”. Pode significar um impacto direto de todo o preconceito, tradição, e desaprovação do mundo religioso. Pode envolver exclusão, ostracismo e suspeita. Estes podem ser os companheiros nos chamados de Deus para avançar com Ele além do padrão geralmente aceito. Este é o custo do pioneirismo para almas. Este é o preço a ser pago para ser útil no serviço a Deus e homens.

Aquele que pagou o preço que poucos pagarão, e a quem foram confiadas uma revelação superlativa e serviço imortal e universal, disse no fim de sua vida “não há nenhum homem da mesma opinião comigo”. “Nenhum homem permaneceu comigo”. Isto significou que ele estava errado? Quem ousará dizer que sim?

Observe, além disso, que cada passo adiante com Deus traz o “chamado” a uma mais direta e intima colisão com as forças do inimigo, atraindo a sua atenção. O único caminho para “triunfar na vida” é literalmente sabendo dessa necessidade.

A interrogação é, vamos continuar com Deus a qualquer custo? Recusaremos Àquele que fala? Vamos responder a cada chamado para avançar, qualquer que seja ele? Permaneceremos firmes onde o preço parece quase que demasiado? Vamos  “nos manter firmes” na provação do “chamado”, e tendo sido provados pela graça de Deus, seremos escolhidos para esta obra que não poderia ser feito por outra pessoa?

De outra forma, afundaremos de volta para nosso caminho mais fácil, e tomaremos a linha de menos resistência; mantendo nossos tesouros, com medo de perde-los, mantendo nosso lugar de diversão e seguranças das águas rasas, sem “lançar-nos ao profundo”.

O “muito bem, servo bom e fiel”, será reservado para aqueles que arriscam perder alguma coisa e foram para além da obrigação e dever e embarcaram na segunda milha do “chamado” da revelação progressiva.

Oh, queridos de Deus, vamos seguir todo o caminho e independente do que vai envolver – nunca antecederá o sofrimento apostólico – aspire por ser um dos “chamados, eleitos e fieis”.


Primeiramente publicado na revista “Um Testemunho e Uma Testemunha”, Jul-Ago 1926, Vol 4-4

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