terça-feira, 7 de abril de 2015

O Desenvolvimento do Propósito Divino na Igreja

Eu gostaria que fosse mais claramente reconhecido entre os cristãos, que é mais importante para Deus que sejamos conformados à imagem do Seu Filho do que estejamos fazendo tantas coisas para Ele. Parece que nós colocamos um enorme valor sobre o que estamos fazendo. Percebemos isso porque quando o Senhor tira de nós a capacidade de fazer, nos conduzindo a provas e testes de uma maneira interior, onde todas as virtudes divinas são necessárias, elas não parecem ter valor. Nesses momentos nos revoltamos e desejamos fazer alguma coisa. ‘Vamos sair dessa situação e fazer alguma coisa, trabalhar!’ 

Isso acontece tantas vezes quando somos colocados de lado pelo sofrimento... mas o Senhor está tentando produzir algo mais de Cristo em nós: paciência, tolerância, amor, compaixão. Desejamos sair tão rápido da situação, para poder fazer alguma coisa. ‘Ficar nessa situação é não fazer nada!’ 

E é verdade que, quando o Senhor realmente escolhe trabalhar em uma pessoa, Ele ocupa muito mais do Seu tempo em mudar aquela vida à imagem do Seu Filho, do que a levando pelo mundo fazendo toda a sorte de coisas. O que Deus está fazendo? Ele está preparando a igreja para dominar. Ele está tornando o reino algo interior, antes que seja expresso de forma exterior. Ele está fazendo algo secreto, antes de expor a Sua obra a um universo maravilhado. Ele está construindo Cristo dentro para o dia da manifestação dEle. Se você tem dúvidas quanto a isso, existe um texto nas Escrituras que traz a prova conclusiva: “quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram” (2 Ts 1:10). O texto não diz por todos os que creram, mas em todos os que creram. Este será o dia da manifestação dos filhos de Deus; não os bebês de Deus, mas os filhos de Deus. 

Deus está envolvido agora, de forma meticulosa e diligente, nesse trabalho profundo e difícil (isso do nosso ponto de vista). Se Paulo é um tipo para essa dispensação, a parte mais frutífera da vida de Paulo não aconteceu quando ele estava correndo pelo mundo, mas quando ele estava na prisão e escreveu as cartas. 

A maior revelação que chegou a nós de Jesus Cristo foi dada através daquelas últimas cartas da prisão. Somos levados ao tempo “antes da fundação do mundo”, levados através das eras, levados à era das eras; e então nos são desvendadas essas maravilhosas revelações. As maravilhas descritas nas orações de Paulo, são suficientes para nos deixar sem fôlego: “para saberdes qual é a esperança do seu chamamento...” (Ef.1:18). Sente e medite nisso. Essa é apenas uma das petições. Podemos juntar inúmeras coisas nesse fragmento, “a esperança do seu chamamento”. Mas isso é apenas uma coisa, e sobre ela segue, “a riqueza da glória da sua herança nos santos...” Pense nisso! Davi iria dizer, Selah! Então, ele continua “e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo...” (Ef 1:19-21). Três fragmentos de uma oração! Você consegue compreender isso? Pode vislumbrar isso? Que revelação! Que pensamento concentrado da essência divina! Mas Paulo precisou ficar preso e impedido de todas as suas atividades exteriores para que essa revelação pudesse irromper. Sim, eu acredito que tinha que ser assim. 


Adaptado do livro “O Cristo, o Anticristo e a Igreja – cap.2” de T.Austin-Sparks

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