"Mandou adiante deles um varão, que foi vendido por escravo: José, cujos pés apertaram com grilhões e a quem puseram em ferros, até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do SENHOR o provou."
(Sl. 105:17-19)
...Você obtém uma revelação, um ensino do Senhor em
relação à verdade; uma abertura dos céus para ver a verdade Divina como nunca
viu antes. Talvez isso seja uma coisa nova, uma coisa inteiramente nova, ou
talvez é uma nova luz sobre algo antigo. De qualquer forma, é uma nova
revelação; revelação que vem a você com todo o frescor, toda a alegria, toda a
inspiração, e toda a enlevação da abertura dos céus, e por um tempo você se
delicia nisso, glorifica e se lava nisso, e você não tem nada mais para falar
do que essa revelação que veio até você.
E
chega o ponto em que você caminha diretamente a um terrível conflito em relação
a essa revelação. Parece que a primeira glória dela se foi e você se encontra
com todo tipo de questionamento a respeito dela. Você está frio, morto, em
trevas; a coisa se perdeu e olhando para ela desse ponto de vista, o ponto de
vista da experiência, você questiona se depois disso tudo estava certo ou não.
Que
criaturas estranhas somos nós! Coisas que vem até nós como mais tremendas na
nossa experiência, nas circunstâncias acima, passam a ser coisas que
questionamos serem ou não realidade. Ou nós simplesmente tomamos posse de algo
e corremos com isso por um tempo havendo um frescor sobre ele, e esse frescor
foi o próprio ímpeto para nos levar adiante e agora é irreal, e nós entramos
num tempo de conflito pela verdade dado
a nós pelo Senhor. Naquele momento de conflito nós somos sondados, nossos
corações são contemplados, e somos testados. Vamos nos lembrar de José: “Até o
tempo que a palavra se cumpriu, a palavra de Jeová o testou”. A Palavra do
Senhor testou José, e nós passamos por coisas que nós estávamos falando e
crendo, e então temos todo tipo de questionamento a respeito delas.
A Palavra do Senhor nos
prova, mas é nesse conflito que os
elementos espirituais e morais são desenvolvidos, e as características de
Cristo são trazidas para fora. O
conflito garante o despojo para futura construção. Daí nos voltamos de
novo, não apenas para o campo original em que nos apropriamos daquela verdade,
mas em outra muito mais alta, muito mais profunda, de forma que é mais para nós do que era antes, porque nós fomos para a batalha com ela, e
nós voltamos com o despojo para construir; lá foram colocados fatores celestiais frescos sobre ela. Alguma
coisa foi introduzida na original, através do conflito, que deu a essa
revelação um valor extra; é o poder da
ressurreição.
Apesar da revelação de
Deus vir como “de Deus”, com toda sua glória, beleza e força Divinas, e nós nos
regozijarmos nessa luz por um tempo, é na batalha, no conflito, na morte, no
ser sondado, provado, testado, revelado, e sermos levados ao lugar que, se ela
for, nós vamos, porque é a nossa vida, daí o poder da ressurreição começa a
operar e nós voltamos com a revelação
mais forte do que nunca, e com a
adição de despojos para a construção.
Nós sabemos o valor dessa
revelação mais do que nunca provamos antes, porque nós nunca havíamos passado por um conflito com ela, e nunca havíamos testado esse armamento, nunca havíamos testado aquela espada;
mas agora algo de valor foi acrescentado a ela, que nós nunca soubemos até ter
entrado no conflito.
Muitas pessoas são vistas
alcançar revelação. Elas a abraçaram, falavam só da revelação que tiveram. Nós
estamos muitos felizes e ficamos encantados quando as pessoas fazem isso, mas
nós dizemos: É, em breve eles serão testados por isso, e essa revelação vai
testa-los, e eles vão passar por um conflito de terrível escuridão, cheio de
questionamentos de sim ou não, e depois disso, a revelação será verdade, e daí o Senhor estará colocando-a dentro deles.
Era de uma maneira – objetiva - mas agora o Senhor está plantando a revelação
em nós, e nós na revelação. Nós vamos passar por isso e dizer: Antes, era algo
dado a mim, mas pertencia a outro, agora é meu. Daí vamos começar a construir
com o despojo do conflito.
Extraído do texto "Os Despojos da Batalha" - T.Austin-Sparks
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