Por toda a história humana, tudo o que vemos é rebelião e obstinação; até que um dia Deus enviou Seu único Filho amado a este mundo para ser um homem. No primeiro Adão, no primeiro homem não há nenhuma esperança. Ele não pode ser melhorado, educado, instruído, desenvolvido. Não há esperança. Por isso Deus enviou o segundo Homem, o nosso Senhor Jesus.
Filipenses 2 nos diz que nosso Senhor Jesus, como o Filho de Deus, é igual a Deus. Na Divindade temos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É um mistério - três em um, um em três. Não podemos explicá-lo. Cremos nisso porque o encontramos revelado na Palavra de Deus. Muito embora a palavra trindade não esteja ali, o fato, a realidade, está. O Filho é igual ao Pai em todas as coisas. Entre a Divindade não há ninguém à frente, nem atrás, nem acima, nem abaixo, nem algo, nem baixo. Eles são iguais. E a glória da Divindade, a glória de Deus, é a autoridade. A submissão e a obediência são impensáveis quando você pensa em Deus. A quem Ele deveria se submeter? A quem Ele deveria obedecer? Ele deve ser obedecido. Ele é Soberano, a Autoridade do universo. Assim é Deus. Por isso, lembre-se: na Divindade a glória é a autoridade. A obediência é desconhecida, não é necessária, não está ali. Não ouso ir muito a fundo no mistério da Divindade, mas tentarei lançar um pensamento, se estiver errado, perdoe-me. No princípio, na Divindade, não havia o conceito de submissão e obediência - apenas autoridade. Creio que podemos aceitar isso. Agora eu me pergunto: quando a submissão começou? Na eternidade passada, antes de tudo ser criado, havia apenas Deus, eternamente existente, existente pro Si mesmo. Mas de alguma forma, usando palavras humanas, deve ter havido algum tipo de conselho na Divindade. Certamente esse conselho foi diferente. Nós temos que falar para haver um conselho, mas Deus não precisa disso.
O Pai amava tanto o Filho, Ele queria glorificá-lO, queria dar algo ao Filho para mostrar o Seu amor. O amor sempre busca uma saída. O Pai ama tanto o Filho que quer lhe dar algo para glorificá-LO. Ele quer criar todas as coisas e dar todas elas ao Seu Filho, para torná-lO herdeiro de tudo. Ele quer dar o homem ao Seu Filho, para ser criado à Sua própria imagem, conforma a Sua semelhança, para qeu o homem possa ter relacionamento, comunhão com Ele e ser unido a Ele em vida, em amor, em propósito e compartilhar da glória e responsabilidade de Seu Filho. Mas sendo onisciente, Ele sabe o fim desde o princípio. Ele sabia que haveria problemas, não apenas no mundo invisível, mas também no mundo visível, mesmo com o homem que seria criado.
Poderia dizer que houve uma hesitação: "Deveríamos fazê-lo? Ou não?". E durante aquele período o Filho deu um passo à frente. Ele amou tanto o Pai, queria que a vontade do Seu Pai fosse feita. Ele queria agradá-lO. Queria satisfazer o coração do Seu Pai. Por isso deu um passo à frente e disse: "Pai, se isso é o que Tu queres, isso é o que terás. Quero oferecer a Mim mesmo como o Cordeiro para redimir, para restaurar, para que a Tua vontade seja feita." Houve um acordo perfeito na Divindade. Nosso Senhor Jesus é chamado o Cordeiro morto desde a fundação do mundo (Ap 13:8), não antes da fundação do mundo. É "desde a fundação do mundo".
Assim, a figura do Cordeiro é uma figura de submissão. Pergunto se esse espírito de submissão começou naquele momento porque é no espírito de submissão que o nosso Senhor Jesus, o Filho de Deus, esvaziou a Si mesmo. "...pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou..." (Fp.2:6-7). Houve alguém que tentou se agarrar a isso - Lúcifer, mas isso não era dele. O Filho eterno, igual a Deus, não se apegou a isso porque era Seu direito. Ele era a forma de Deus.
O que é a forma de Deus? A forma de Deus é a manifestação da plenitude da Deidade, da plenitude da glória da Deidade. Ao esvaziar a Si mesmo, vemos o espírito de submissão. Para submeter a Si mesmo à vontade do Pai, Ele colocou de lado a glória, a honra, o poder, a autoridade e a posição de Deus. Certamente não pôde Se esvaziar da Sua Deidade. Isso é impossível porque isso é o que Ele é eternamente. isso nunca muda. Desde o princípio Ele é Deus. Quando se tornou um homem, Ele ainda era Deus. Depois de voltar ao céu Ele é Deus. Na eternidade por vir, Ele é Deus. Isso é o que Ele é. Essa é a Sua essência. Ele não pode Se esvaziar disso; mas estava apto a se esvaziar de toda a glória e honra associadas à Deidade. Ele Se esvaziou de tudo isso.
Ele colocou de lado a Sua onipotência. Ele é o Deus todo-poderoso, contudo colocou isso de lado para Se tornar um bebê indefeso. Ele colocou de lado a Sua onisciência - saber todas as coisas. Ele disse: "Eu não sei; Meu Pai é o único que sabe". Ele colocou de lado a Sua onipresença. Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo, mas se tornou um homem. Quando estava na Judeia, não estava na Galiléia.
O Senhor Jesus trouxe o espírito de submissão para este mundo. Ele tomou sobre Si mesmo a forma de um escravo. Ele tomou a forma que podia manifestar a plenitude da humildade - nenhum direito para Si mesmo, pior do que qualquer outro, submisso a todos -, um escravo.
O que é a glória de Deus? É a autoridade. Quando a autoridade de Deus é manifestada, você vê a glória. O que é a glória do homem? A glória do homem é a submissão, a obediência. Sempre que esta aparece, há glória.
Extraído do livro "Submissão espiritual" - Stephen Kaung
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