A Base Divina de Toda a Oração Aceitável
Não é minha
intenção tomar esses ingredientes para exposição, mas simplesmente observar que
o Senhor estipulou certas coisas para o aroma da composição, e, então, fez uma
declaração muito séria em relação a elas: “...não fareis para vós mesmos
conforme a composição do incenso; santo será ao Senhor. Quem fizer composição
semelhante, com o mesmo aroma, será cortado dentre o povo”. Esta é a base de
toda oração aceitável.
Como sabemos, os
ingredientes aromáticos, a composição do incenso, tipificam as excelências
morais do Senhor Jesus: Sua graça, Suas virtudes, Seus méritos e Sua dignidade.
O incenso não são as orações dos santos, mas é o mérito e a dignidade do Senhor
Jesus colocado nelas, misturado às orações, fazendo com que as orações se
tornem eficazes e aceitáveis na presença de Deus. Há uma totalidade aqui, visto
que os ingredientes são quatro: a perfeição da graça e as virtudes e
excelências morais de Cristo. E, então, como você observa, o sal (que sempre
fala da preservação das coisas em vida) é misturado a esses outros
ingredientes, e isto me parece sugerir que até mesmo a apresentação das
excelências morais do Senhor Jesus deve estar sempre livre de mera formalidade
fria, que significa morte, e precisa permanecer algo vivo.
É bem possível que
uma contemplação do Senhor Jesus se torne algo mecânico e formal, algo que
aceitamos em nossas mentes como necessário e verdadeiro, de modo que nos achegamos
a Ele mecanicamente baseados nos méritos do Senhor Jesus, enquanto o Senhor
quer que isto seja continuamente vivo. A cada nova ida ao Senhor deve haver uma
nova apreciação em vida do Senhor Jesus. O sal preserva as coisas da morte,
para mantê-las vivas, para mantê-las frescas e ardentes, e nos é requerido ter
um entusiasmo de apreciação vivo e permanente dessas excelências do Senhor
Jesus. Se for desta forma, então a oração é aceitável e eficaz. O sal não é um
dos ingredientes, mas é algo adicionado a eles, e este é incorruptível.
Então temos a
própria condição de que nada disso deveria ser fabricado pelo homem para si
próprio. Não deveria haver imitação, e não deveria haver nenhuma apropriação
particular ou pessoal por parte do homem. Aquilo deveria ser apresentado
somente ao Senhor e ser santo ao Senhor, e uma infração a esta regra significava
morte. Como sabemos, numa ocasião, a oferta de fogo estranho resultou em
julgamento e morte. Assim, somos aqui avisados de que se esta composição fosse
fabricada pelo homem, uma imitação dela feita para si próprio e para seus
interesses particulares, ele seria cortado de entre o seu povo. As excelências
morais do Senhor Jesus não podem ser imitadas. O homem não pode tê-las em si
mesmo, e tudo que é fingido não é aceito por Deus. Não há excelências, e não há
glória semelhante à do Senhor Jesus.
Aqui temos Deus dizendo
de maneira muito definida e positiva que há uma singularidade, uma
exclusividade sobre o caráter do Senhor Jesus que é inalcançável pelo homem e
que está completamente separado do melhor que o homem possa fazer de si mesmo.
Deus vê no Senhor Jesus aquilo que não está em nenhum outro lugar, e, se
aproximar do Senhor imitando os méritos do Senhor Jesus significa morte para qualquer
homem. Não há nenhum terreno de aproximação a Deus em nossas próprias glórias
morais, e é uma blasfêmia terrível falar sobre o sacrifício e entrega da vida de
um homem em favor de seus iguais, separado do sacrifício do Senhor Jesus. Isto
é uma blasfêmia absoluta, e deve sofrer o mais sério juízo de Deus. Não! Deus
não enxerga coisa alguma semelhante as excelências morais de Seu Filho e nos
proíbe de tentar trazer qualquer coisa que seja uma imitação delas, algo
fabricado pelo homem, que não reconhece a singularidade do Senhor Jesus.
Assim, a base de
toda oração aceitável sobre a qual nos aproximamos do Pai é aquela das
excelências, glórias, graça, virtudes, méritos e dignidade do Senhor Jesus.
Isto é muito simples, mas é básico, e precisamos reconhecer isto antes de
podermos chegar a algum lugar em questão de oração.
Parte do Capítulo 1 do livro "Em Contato com o Trono" - T.Austin-Sparks
Nenhum comentário:
Postar um comentário