"Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardamos firme, até o fim, a confiança que, desde o princípio tivemos." (Hb. 3:14)
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
quinta-feira, 12 de maio de 2016
Mansidão, a Condição Principal para Ser Guiado
Enquanto a perversidade impede a direção, a mansidão a assegura. Aqui está a advertência de Deus para o perverso:
“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem.”
Salmo 32:8,9
Aqui está a promessa ao manso:
“Guiará os mansos em justiça e aos mansos ensinará o seu caminho.” (ARC)
Salmo 25:9
Em relação a este verso, Dr. Arthur T. Pierson escreveu o seguinte no livro George Muller de Bristol, pp. 185-187:
Ao cuidadosamente pesar uma questão, muitos discípulos falham e tendem a ficar impacientes com a demora em tomar decisões. O impulso muito frequentemente agita, e planos da própria vontade seduzem, conduzindo-os a erros falsos e até desastrosos. A vida é muito preciosa para arriscar-se a tal falha. Nos foi dada uma promessa de grande significado:
“Guiará os mansos em justiça e aos mansos ensinará o seu caminho.” (ARC)
Salmo 25:9
Há uma dupla ênfase sobre a mansidão como uma condição para ser guiado e aprender. A Mansidão é uma verdadeira preferencia pela vontade de Deus. Onde este santo hábito mental existe, mesmo não havendo qualquer sinal exterior, haverá um reconhecimento interior e escolha pela vontade de Deus. , Deus guia, não por sinais visíveis, mas por influência no discernimento. Esperar diante do Senhor, pesando honestamente em medidas cada consideração contra ou a favor de um curso proposto, aliados a uma prontidão para ver para qual caminho o predomínio direciona, é um estado de espírito e de coração no qual alguém é capacitado para receber direção. Então Deus toca as escalas e faz com que a balança penda para Sua vontade. Mas nossas mãos devem estar fora da balança, caso contrário não podemos esperar uma interposição Dele em nosso favor. Para retornar à figura sobre a qual o capítulo se inicia, a alma mansa simples e humildemente espera, e observa o mover do Pilar.
Um sinal seguro deste espírito de mansidão é o completo descanso quando são encarados os aparentes obstáculos para qualquer plano proposto ou curso. Enquanto estamos esperando e desejando apenas conhecer e fazer a vontade de Deus, obstáculos não trarão ansiedade, mas um tipo de prazer, como que possibilitando nova oportunidade para interposição divina. Se é o Pilar de Deus que estamos seguindo, o Mar Vermelho não vai nos assustar, por que vai prover uma nova cena para a demonstração do poder dAquele que pode fazer as águas se empilharem em montões, e se tornarem paredes ao nosso redor, à medida que vamos através do mar em terra seca.
O Sr. Muller aprendeu essa rara lição, e no seu caso ele disse: “Eu tive uma satisfação secreta nas grandes dificuldades do caminho. Longe de ser abatido por elas, elas traziam deleite para a minha alma; porque eu só desejava fazer a vontade de Deus naqueles assuntos.”
Aqui é revelado outro segredo da vida santa. Para aquele que sempre coloca o Senhor diante de si, e para quem a vontade de Deus é seu deleite, existe o hábito da alma de antecipadamente liquidar as mil dificuldades e desconcertantes questões diante de si.
O caso em questão é uma ilustração da bênção encontrada por essa mansa preferência pelo prazer do Senhor. Se é da vontade de Deus que uma viagem Continental seja feita neste tempo, dificuldades não devem desanimar; porque as dificuldades não podem ser de Deus, e, se não são de Deus, elas não devem tirar-nos do descanso, porque, em resposta à oração, elas serão removidas. Se, por outro lado, esta visita proposta ao Continente não é plano de Deus, mas apenas o fruto da vontade própria; se alguma motivação sutil secreta e egoísta estiver nos dirigindo, então nesse caso os obstáculos podem ser interferências de Deus, designados para ser Seus passos. No último caso, Mr. Muller julgou corretamente que dificuldades no caminho certamente o iriam irritar e aborrecer; e que ele não gostaria de olhar para elas, ou buscaria removê-las por seus próprios esforços. Ao invés de dar a ele uma satisfação interior de dar a Deus uma oportunidade de intervir a seu favor, essas circunstâncias iriam trazer irritação e aborrecimento, como que impedindo a vontade própria de levar em frente seus planos.
Essa discriminação deve estar estabelecida em qualquer mente espiritual, para que haja discernimento. Cada filho de Deus deve calibrar cuidadosamente a medida de sua entrega à vontade de Deus, em qualquer assunto, pela medida da impaciência que sente nos obstáculos do caminho. Por isso, na proporção que a vontade própria o agita, qualquer coisa que aparentemente se opõe ou impede seus planos vai o incomidar e irritar, ao invés da calma entrega de todos esses impedimentos ao Senhor, para que Ele lide com eles como desejar, de acordo com Seus caminhos e Seu tempo. A vontade forte do discípulo vai se posicionar para remover esse empecilhos pelo seus próprio esquemas e esforços, com impaciência e na energia da carne, não tolerando nenhum atraso.
Sempre que Satanás age como impedimento (1 Ts 2:18), os obstáculos que ele coloca no nosso caminho não devem nos desanimar; pois Deus permite que as coisas se atrasem e nos detenham por um tempo, apenas parar testar nossa paciência e fé, e o impedimento satânico será tratado pelo Ajudador divino que vai varrer todos os obstáculos, como o sopro da Sua boca.
Um estudo atento da vida de George Muller nos traz a impressionante lição que, através de mais de setenta anos de caminhada como Cristão e como ativo servo de Deus, ele parece nunca ter perdido ou ter tido de rever seus caminhos. Isso deveria ser a experiência Cristã normal. A vereda do justo (o homem que estuda para fazer sempre e apenas o que é reto diante de Deus) é comparada a uma luz brilhando, subindo firmemente do nascer do sol até o meio dia (Pv 4:18). O sol nunca hesitou, perdeu seu caminho, ou teve que perder tempo para retomar seu verdadeiro curso. Mas essa vida só pode ser vivida pela incessante direção e energia divinas, assim como é Deus que sustenta o sol em seu caminho.
Traduzido do livro "Divine Guidance" (Direção Divina) de G.H.Lang
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Sendo Conduzidos
O Exemplo de Israel como Encorajamento
O Salmo 107, em sua concepção original, é uma previsão dos últimos dias da presente era da história humana. Isto pode ser atestado no versículo 3, que descreve o ajuntamento do povo de Israel dos quatro cantos do planeta. No passado, eles foram tirados do Egito para Canaã, do oeste para o leste. Depois do cativeiro da Babilônia, alguns da nação foram trazidos de volta para a Palestina, do leste para oeste. Mas ainda não aconteceu deles serem ajuntados na sua cidade do leste e do oeste, do norte e do sul. Isso está por acontecer, como predito por Isaías (45:5,6; 49:12). Os judeus foram dirigidos por Deus no passado e novamente o serão no futuro, assim como são todos aqueles que andam humildemente com Ele.
Do versículo 4 em diante, o profeta volta a contar as experiências pelas quais Israel está sendo e ainda será conduzido, para acarretar neste alegre ajuntamento. Apesar de aprendermos que a direção de Deus já está à nossa disposição, e irá continuar assim até que homens de fé sejam trazidos para o Seu propósito para eles. Não há necessidade de vagar sem rumo através da vida, como perdido em um deserto. Deus vai nos guiar, se nos deixarmos conduzir.
“Conduziu-os pelo caminho direito, para que fossem à cidade em que habitassem.”
Sl 107:7
As duas frases concisas citadas no versículo citado acima, cobrem quase que todo o tópico da direção divina:
2. “Conduziu-os”. O Líder vai adiante; o conduzido O segue. Isto praticamente cobre todas as condições para ser dirigido. Algumas delas serão notadas no devido tempo.
3. “Conduziu-os”. Quem? Aqueles que sabiam que estavam perdidos no deserto, que estavam famintos, sedentos, desmaiados, atribulados, angustiados, incapazes, e aqueles que clamaram a Deus (vs. 4-6).
4. “Conduziu-os pelo caminho”, uma estrada. Nenhum outro olho além do Dele viu nenhuma estrada; aquele era um lugar selvagem, deserto, sem trilhas, uma região impossível para o homem, onde facilmente ele iria se perder e morrer. Mas Deus viu um caminho ‘através de’ e ‘para além’ dele.
5. “Conduziu-os pelo caminho direito”. Direito aqui não é no sentido de uma linha direta, ou o ponto mais curto entre dois pontos, mas o caminho direto, ou: “O menor caminho para você é assim e assim; é mais longo, mas é mais direto; siga em frente, não vire, o caminho mais curto é mais difícil de encontrar e é mais duro.” O caminho de Deus é sempre o único caminho certo, o caminho verdadeiramente reto. Veja a palavra em Esdras 8:21. O caminho da Assíria para Canaã era, na verdade, um grande desvio, norte-oeste, oeste e sul; mas era o caminho direito sob as condições da viagem.
6. “Conduziu-os pelo caminho direito, para que fossem”. Aquele que vai escapar do deserto deve seguir em frente. Letargia da alma é fatal. Aquele que se estabelece não pode ser conduzido; não precisa de um guia. Contentamento com este mundo, satisfação com o presente, impede o direcionamento. Assim temos o mortal perigo da prosperidade terrena e facilidade, conduzem à sonolência no deserto.
7. “Conduziu-os ... para ... à cidade”. A jornada longa demanda um espírito de peregrino, um avanço incessante e persistente resistência contra o desejo de dormir neste vale encantado: nós não temos cidade permanente, mas buscamos a que há de vir, portanto, deixemo-nos levar (Hb.13:14; 6:1). Mas Deus está conduzindo peregrinos à uma cidade – lugar de estabilidade, de permanente segurança e paz, para um reino que não pode ser abalado. Ele sabe a única rota de lá: a fé segue fervorosamente, serenamente.
8. Esta é uma “cidade de habitação”, de residência permanente. Eles não sairão mais dali. A peregrinação, o deserto serão passado, apesar do enriquecido aprendizado e conhecimento de Deus permanecerem: a cidade de Deus foi ganha; onde Ele tem Sua casa será o lar daqueles que se deixaram conduzir:
Oh felizes peregrinosOlhem para os céus acimaOnde uma leve afliçãoLeva a um prêmio assim.(Neale)
Traduzido do livro "Divine Guidance" (Direção Divina) de G.H.Lang
terça-feira, 10 de maio de 2016
Direção Divina
A direção de Deus nos assuntos do homem é um fato importante na história, e um grande tema da Bíblia.
O homem é naturalmente míope e não pode ver sequer o amanhã. De fato, ele nem sempre vê o que está acontecendo diante de seus olhos. Como consequência, o homem não pode dispor de forma sábia no dia de hoje o que se encaixará amanhã. Frequentemente, mesmo seus melhores planos saem do controle.
Assim, como retratado no Salmo 107, no versículo 4, ele vaga em um deserto, por ermos caminhos. Aquele que teve a oportunidade de atravessar um deserto vai apreciar, como esse autor, a facilidade fatal do caminho ser perdido, e a grande dificuldade de encontra-lo de novo.
Assim é a vida humana, especialmente em relação ao seu objetivo, que é a eternidade. Nenhum dos filhos de Adão sabe por si mesmo hoje qual o melhor caminho como preparação para amanhã, ou o verdadeiro caminho para leva-lo finalmente à eternidade abençoada.
Quão importante então, e quão urgente, é a necessidade de direção divina. Quão confortador é para a mente do viajante estar sob os cuidados de um guia que conhece todo o país, e cada curva do caminho a sua frente. Quão tolo é se atrapalhar em ordenar negócios pessoais, ao invés de se beneficiar do perfeito conhecimento e invencível poder de Deus, o Infalível. Foi o mais sábio de todos os filhos dos homens quem disse:
“Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.”
(Pv.3:5,6)
Direção é um assunto individual. Ninguém pode andar seguramente por uma luz concedida a outro. Estas páginas não serão como um guia santo dando direções autoritárias que os penitentes devem seguir. O objetivo é demonstrar princípios e condições que se atribuem à direção de Deus, conforme ilustrado por incidentes das Escrituras e da experiência, de forma que sirva de ajuda a cada um para obter a direção que será necessária de tempo em tempo.
O Salmo 107, em sua concepção original, é uma previsão dos últimos dias da presente era da história humana. Isto pode ser atestado no versículo 3, que descreve o ajuntamento do povo de Israel dos quatro cantos do planeta. No passado, eles foram tirados do Egito para Canaã, do oeste para o leste. Depois do cativeiro da Babilônia, alguns da nação foram trazidos de volta para a Palestina, do leste para oeste. Mas ainda não aconteceu deles serem ajuntados na sua cidade do leste e do oeste, do norte e do sul. Isso está por acontecer, como predito por Isaías (45:5,6; 49:12). Os judeus foram dirigidos por Deus no passado e novamente o serão no futuro, assim como são todos aqueles que andam humildemente com Ele.
Do versículo 4 em diante, o profeta volta a contar as experiências pelas quais Israel está sendo e ainda será conduzido, para acarretar neste alegre ajuntamento. Apesar de aprendermos que a direção de Deus já está à nossa disposição, e irá continuar assim até que homens de fé sejam trazidos para o Seu propósito para eles. Não há necessidade de vagar sem rumo através da vida, como perdido em um deserto. Deus vai nos guiar, se nos deixarmos conduzir.
Traduzido do livro "Divine Guidance" (Direção Divina) de G.H.Lang
sábado, 7 de maio de 2016
Contemplando o Senhor
“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.”
2 Co 3:18
O apóstolo diz nesse texto, “todos nós, com rosto desvendado, contemplando, por espelho…”. Os revisores tiveram alguma dificuldade aqui, assim como os tradutores da Versão Autorizada (em inglês), e eles não conseguiram chegar a um consenso em sua dificuldade. Eles não sabiam exatamente o que Paulo quer dizer, então colocaram de formas diferentes em suas traduções o que está no texto, e o que está na margem. Será que o apóstolo queria dizer que nós éramos um espelho? Que aquela imagem é lançada sobre nós como um espelho, e então retorna - será que é isso que o apóstolo quis dizer? Ou será que ele queria dizer que Cristo é o espelho, e estamos olhando para Ele, e Ele está refletindo a glória de Deus? Eu penso que é isso que ele quis dizer. Ele falou sobre a “glória de Deus na face de Jesus Cristo” - e eu penso que a palavra “face” realmente eqüivale a “espelho”. Eu sei que não é a mesma palavra grega no original, mas é uma outra palavra com o sentido; está “na face de Jesus Cristo”. “E contemplando, como na Face de Jesus Cristo” - é o que o apóstolo está dizendo aqui.
Portanto a palavra “contemplando” é muito forte; não é só dar uma olhada, mas “fixar o nosso olhar”. É isso que o Novo Testamento quer dizer por contemplando, contemplar.
Todos, fixando nossos olhos em Cristo, na medida que Ele reflete na Sua própria Pessoa a glória de Deus, a satisfação de Deus, a intenção de Deus em perfeição. O ponto aqui é que eu e você devemos contemplar o Senhor Jesus no espírito, e estar ocupados com Ele. Devemos ter nosso Santo dos Santos para onde nos retiramos com Ele. Devemos ter um lugar secreto onde passamos tempo com Ele. Não me refiro a uma ocasião especial em algumas épocas, mas devemos buscar, a medida que nos movemos, sempre O MANTER DIANTE DE NÓS. Olhando para o Senhor Jesus, contemplando-O, devemos ser mudados na mesma imagem. O Espírito Santo vai operar quando estivermos ocupados com isso.
Você se torna semelhante aquilo pelo qual é obcecado, aquilo que te ocupa. Isso não é verdade? Você vê pessoas ocupadas com algumas coisas, e logo você vê o caráter mudando de acordo com a sua obsessão. Eles vão se tornando semelhantes àquilo que se torna sua obsessão; eles vão mudando, ficando diferentes. Algo os capturou, e eles não conseguem pensar em outra coisa, e isso vai mudando seu caráter. O apóstolo Paulo disse, “para mim o viver é Cristo - estar ocupado com Ele”. Apesar de não ser a palavra mais adequada, seria muito bom que Ele se tornasse a nossa “obsessão”, nossa contínua ocupação. Se permanecermos firmes com nosso olhar Nele, o Espírito nos transforma na mesma imagem.
Traduzido do livro “Men whose eyes have seen the King” - T.Austin-Spark (parte do capítulo 4)
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Cristo, Nossa Porção
Não há nada tão vital ou tão básico à nossa vida Cristã e para a vida da igreja, nada tão real como o desfrute prático de Cristo. Este desfrute não é Cristo em doutrina ou em conhecimento, mas Cristo em vida, no Espírito e em realidade. Ele é uma Pessoa viva com quem podemos nos relacionar.
Colossenses 1:12 diz, “Dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz”. A Versão King James utilizou a palavra “herança”, mas o tradução mais adequada da palavra usada no original grego é "porção". O próprio Cristo é a porção dos santos. Deus nos deu Cristo como um presente (Jo. 3:16), e este presente é nossa porção. Após me tornar um Cristão, durante vários anos, sabia que Cristo era meu Salvador (Atos 5:31), Senhor (Atos 2:36) e vida (Cl. 3:4). Porém, não percebi que Cristo era a porção dos santos. Cristo como a porção dos santos não é tão simples ou pequeno. Como nossa porção, Ele está relacionado a Deus, a criação e a nova criação. A nova criação é a igreja como o Corpo de Cristo. Cristo é a imagem do Deus invisível (Cl. 1:15). Deus é invisível (Jo. 1:18; 1 Tim. 1:14-17; 6:16), contudo Cristo é a imagem, a expressão exata, a explicação e definição do Deus invisível. Sem Ele não podemos conhecer ou ver a Deus.
Colossenses 2:6-7 diz, “Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças”. Nesta curta oração, há dois verbos significativos: “receber” e “caminhar”. Como você recebeu a Cristo, andai Nele. A frase “andar Nele” não é tão simples. Nós caminhamos, não com Ele ou de acordo com Ele, mas Nele. Caminhar é viver, agir, se comportar de todo nosso ser. Embora as palavras mencionadas nestes versículos sejam simples, o pensamento transmitido revela muitos mistérios que são difíceis de entender. Podemos conhecer estas palavras simples, contudo precisamos perguntar se temos ou não a experiência revelada aqui. O que significa em nossa experiência andar Nele, estando arraigados e alicerçados Nele? Precisamos ser esses que andam, que vivem e que se movem em Cristo.
O que significa andar Nele (Cl. 2:6)? Significa simplesmente andar no espírito. Quando você anda no espírito, vive no espírito, faz coisas no espírito, se move pelo espírito e mantém seu ser no espírito, toda sua vida será mudada. Não há nenhuma necessidade de corrigir ou melhorar seu comportamento. Apenas permaneça no espírito, e você verá a mudança em sua vida. Haverá uma mudança automática e inconsciente. Não preste atenção a sua fraqueza. Se esqueça de suas fraquezas, problemas e envolvimentos, e simplesmente se volte ao espírito.
Suponhamos que precisamos de descanso, paz, ou conforto. Como poderíamos desfrutar de Cristo como descanso, paz, ou conforto? Alguns diriam, de uma maneira muito natural, que teríamos que confiar no Senhor e orar para que Ele nos conforte e nos conceda a Sua paz interior. Isto certamente não é errado. Porém, o segredo para desfrutar Cristo não é praticar desta maneira; pelo contrário, é permanecer no espírito. Aprenda a permanecer no espírito vigiando e orando (Mt. 26:41; Cl. 4:2; Ef. 6:18). Você terá paz quando vigiar e orar para permanecer no espírito. Às vezes quando estamos numa situação difícil, precisamos de paz e conforto. Podemos ter tentado desfrutar Cristo como sua paz, mas talvez tenhamos falhado. A razão para este fracasso é que estávamos fora do espírito, tentando desfrutar Cristo. O jeito certo é permanecer no espírito, voltar ao espírito; então, teremos paz e descanso. É muito simples.
Suponha que precise de orientação. Sempre que estou fora do espírito, estou vagando, sem saber para onde ir ou qual o caminho certo a tomar. Quanto mais eu considerar em minha mente, mais confuso ficarei. Do mesmo modo, quanto mais eu permanecer em minha mente, considerando qual é a decisão adequada a tomar, mais indeciso e hesitante ficarei. Mas quando esqueço da minha própria orientação ou maneira certa, e simplesmente vigio e oro, enquanto permaneço no espírito, fica claro o caminho que preciso tomar.
O problema é que é muito fácil estarmos fora do nosso espírito. Quando estamos deprimidos ou “fora dele”, não temos como sairmos do espírito porque já estamos fora do espírito. Se nós considerarmos nosso andar diário, dia a dia, de manhã à noite, perceberemos que freqüentemente não estamos no espírito. Se conferirmos nossa vida diária, concluiremos que a maior parte do tempo estamos em nossa mente, não em nosso espírito. Quando estamos na mente, não temos paz, não temos a presença de Cristo, e estamos em trevas. Mas quando nos voltamos ao nosso espírito, imediatamente as coisas se tornam claras para nós, e estão temos a orientação, a paz, a paciência,e a unção interior. Esta experiência é muito simples, contudo nós a tornamos muito complicada. Ao invés de nos voltamos ao espírito, preferimos permanecer em nossa mente, com nossas considerações, pedindo ao Senhor para nos ajudar em nossas questões e fazer esta ou aquela coisa para nós.
Nós precisamos nos voltar ao espírito todo o tempo. Esta é a única maneira de desfrutarmos Cristo todo o tempo. Talvez você esteja a ponto de discutir com sua esposa ou dizer algo aos irmãos. Não fique tentando não discutir ou tentando falar a melhor palavra, mas volte-se ao espírito. Espontaneamente, você saberá responder a sua esposa. Você também saberá o jeito certo para falar com seus filhos ou para ter comunhão com os irmãos. Quando nós estamos no espírito, temos certo ponto de vista; quando estamos em nossa mente, temos outro ponto de vista. Nós somos as mesmas pessoas, com o mesmo ambiente, contudo nossas opiniões e decisões variam dependendo de onde estamos — no espírito ou na mente.
O modo prático para desfrutar Cristo é voltar simplesmente ao espírito a todo o tempo, permanecendo lá para contatar o Senhor. Não há nenhuma necessidade de pedir-Lhe para te ajudar ou para fazer algo para você. Apenas contate-O, olhe para Ele, agradeça-O, louve-O e adore-O. Esqueça de seus problemas, pontos fracos e circunstâncias. Simplesmente permaneça no espírito para contatá-Lo, olhe para Ele, agradeça-O, louve-O e adore-O. Você verá a diferença.
Aprenda a fazer uma coisa — volte-se para o espírito todo o tempo. Permaneça no espírito para contatar o Senhor. Você verá o quanto Ele é para você. Ele é tudo o que você precisa, tal como paz, orientação e sabedoria. Nosso problema é que ficamos fora do espírito a maior parte do tempo. Precisamos perceber a artimanha do inimigo e temos que vigiar e orar para sempre permanecer no espírito. Se temos que pedir ao Senhor que nos ajude em alguma coisa, devemos Lhe pedir dia e noite, “Senhor, me ajude a permanecer no espírito. Ajude-me a guardar-me no espírito. Ajude-me a continuar no espírito”. O Senhor é tão rico e ilimitado, contudo nós não podemos desfrutá-Lo fora do espírito. Há somente um lugar e somente uma maneira pela qual podemos desfrutá-Lo, isto é, temos que nos voltar ao espírito e lá permanecer, contatando-O a todo o tempo. Precisamos fazer isto a todo o tempo, de manhã à noite, olhando para o Senhor para que possamos permanecer no espírito.
Extraído do livro "Cristo Nossa Porção" de Witness Lee
terça-feira, 3 de maio de 2016
Cristo é o Único Poder para Livramento
Carta escrita por Hudson Taylor a uma irmã:
“Agradeço muito sua apreciada e longa carta...Acho que você não nos tinha escrito uma carta destas desde nossa volta à China. Sei que com você acontece o mesmo que comigo – não é que você não queira, é que não pode. A mente e o corpo só aguentam até um limite certo de esforços ou trabalhos.
Quanto ao trabalho – o meu nunca foi tanto, de tamanha responsabilidade ou dificuldade, mas o peso e a tensão desapareceram. Este último mês (ou mais de um mês) tem sido, talvez, o mais feliz de minha vida, e quero muito contar-lhe um pouco o que o Senhor fez por minha alma. Não sei até onde poderei tornar-me claro no assunto, pois nada há de novo, ou estranho, ou maravilhoso – e ao mesmo tempo está tudo diferente e novo!..
Quem sabe posso explicar se voltar atrás um pouco. Bem, mana, minha mente labutava muito nestes últimos seis a oito meses, sentindo a necessidade de maior santidade, vida e poder de alma, para mim e para a Missão. Mas em primeiro lugar estava minha necessidade pessoal. Senti a ingratidão, o perigo e o pecado de não viver ainda mais perto de Deus. Orei, agonizei, jejuei, esforçava-me, tomava decisões, lia a Palavra com maior diligência, procurava passar mais tempo meditando – mas tudo em vão. Todos os dias, quase hora por hora, a consciência do pecado me oprimia.
Bem sabia eu que, se conseguisse permanecer em Cristo, tudo estaria vem, mas não podia. Começava o dia com oração, resolvido a não tirar dEle os olhos nem por um momento, mas a pressão das obrigações, às vezes muito difíceis, e as constantes interrupções que tendem a impacientar-nos, faziam com que eu me esquecesse dEle. Também, aqui, o clima age de tal modo sobre os nervos, que as tentações à irritabilidade, pensamentos duros, e às vezes palavras ásperas são mais difíceis de controlar. Cada dia trazia seu registro de pecado, fracasso, e falta de poder. ‘O querer o bem’ estava ‘em mim’ mas como efetuá-lo, não conseguia descobrir.
E então veio a pergunta: não haveria salvamento? Teria que ser assim até o fim – constante conflito, e, muitas vezes, a derrota? Como eu poderia pregar sinceramente àqueles que receberam a Jesus, Ele ‘deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus’ (i.e., semelhantes a Deus) quando não era assim em minha própria experiência? Em vez de tornar-me mais forte, parecia enfraquecer-me cada vez mais, e ter menos poder contra o pecado; naturalmente, pois a fé e até mesmo a esperança fraquejavam. Eu tinha horror a mim mesmo, ao meu pecado, e todavia não ganhava terreno contra isto. Sentia que eu era filho de Deus. Seu Espírito clamava em meu coração, apesar de tudo: ‘Aba, Pai’. Mas eu não tinha força de espécie alguma para erguer-me à altura de exercer meus privilégios de filho.
Achei que a santidade, a santidade prática, seria gradativamente alcançada por meio de um emprego diligente dos meios de graça. Nada havia que eu desejasse tanto quanto a santidade, nada de que eu tanto necessitasse; mas longe de alcança-la mesmo em parte, quanto mais eu a buscava, mais ela fugia do meu alcance, ao pode de sentir ameaçada de morte a esperança existente em mim; e comecei a imaginar se – talvez para tornar mais doce o céu – Deus não o dava nesta vida. Não acho que eu tentava obtê-la com minhas próprias forças. Sabia que eu não tinha esse poder. Falei isso ao Senhor, e pedi-Lhe assistência e poder. Às vezes eu quase cria que Ele haveria de me guardar e suster; mas, olhando para trás, ao entardecer – ah! Só havia pecados e derrotas para confessar e chorar diante de Deus.
Não quero dar a impressão de ter sido esta a única experiência daqueles longos e exaustivos meses. Mas foi um estado de alma bastante frequente que quase terminou em desespero. Entretanto, Cristo nunca me pareceu tão precioso! Um Salvador que podia e queria salvar este pecador!.. E às vezes havia períodos não só de paz como também de gozo no Senhor; porém duravam, pouco, e ainda assim fazia-se sentir em mim a triste falta de poder. Oh! Como o Senhor foi bom em dar um fim a este conflito!
E o tempo todo eu tinha certeza de que em Cristo havia tudo que eu precisava, mas o que eu me perguntava então era – como obtê-lo? Ele tão rico, eu tão pobre; Ele tão forte, eu tão fraco. Em sabia que havia fartura na raiz e no tronco, mas como fazê-la passar para o meu raminho desnutrido, era a questão. Fui vendo como que um raio de luz, e percebi que a fé era o único requisito, a única exigência – o instrumento pelo qual eu poderia me apossar de Sua plenitude, tornando-a minha. Mas eu não tinha essa fé.
Lutei para obter fé, mas não a recebia; tentei exercitá-la, porém em vão. E ao ver mais e mais a maravilhosa abundância de graça que se deposita em Jesus, a plenitude da perfeição de nosso precioso Salvador, a minha culpa e incapacidade pareciam aumentar. Os pecados cometidos pareciam-me insignificantes comparados ao pecado da incredulidade que causava aos outros; que recusava confiar que Deus cumpre a Sua Palavra e fazê-Lo mentiroso! Eu achava ser a incredulidade o pecado que condena o mundo; e eu o possuía. Orava por mais fé, e não recebia. O que devia fazer?
Quando a agonia da alma em que me encontrava chegou ao auge, uma frase de uma carta escrita por um querido amigo McCarthy, agiu para remover as escamas de meus olhos, e o Espírito de Deus me revelou a verdade de nossa união com Jesus como nunca antes a tinha conhecido. McCarthy, que fora abalado pelo mesmo sentimento de fracasso que eu, enxergara a luz primeiro, escreveu assim (cito de memória):
‘Como fazer para que a fé se fortaleça? Não lutando por ela, mas, sim, descansando sobre Aquele que é fiel.’
E lendo, compreendi perfeitamente! ‘Se somos infiéis, Ele permanece fiel’. Olhei para Jesus e vi (e quando vi, ah, que gozo senti!) que Ele disse: ‘Nunca o deixarei’.
- Oh! Aí está o descanso! Pensei. Lutei em vão para descansar nEle. Não lutarei mais. Pois Ele não promete ficar comigo – nunca me deixar, nunca me desamparar? E sabe, mana, nunca o Senhor há de me deixar.
Não foi só isto que Ele me mostrou, esta foi uma fração do todo. Enquanto eu pensava na Videira e nas varas, quanta luz o Espírito bendito derramou em minha alma! Como parecia errado eu querer tirar a seiva, a plenitude dEle! Vi então que Jesus não só nunca me deixará, mas que eu sou membro do Seu Corpo, da Sua carne e de Seus ossos. A videira não é só a raiz, mas tudo – raiz, tronco, galhos, raminhos, folhas e frutos. E Jesus não é só isto – Ele é solo e sol, ar e chuva, e dez mil vezes mais do que tudo que já sonhei, desejei ou precisei. Ah! O gozo de ver esta verdade! Oro para que os olhos de seu entendimento possam também ser esclarecidos, para que você conheça e experimente as riquezas a nós concedidas, gratuitamente, em Cristo.
Ah! Minha cara irmã, é uma coisa esplêndida ser realmente um com o Salvador ressurreto e exaltado, ser membro de Cristo! Pense no que isto implica. Cristo pode ser rico e eu pobre? Sua mão direita pode ser rica e a esquerda pobre? Ou sua cabeça bem nutrida enquanto o corpo morre de fome? E mais, pense no que significa a oração. Será que o funcionário do Banco pode dizer a um cliente: - 'Foi só a sua mão, não foi o Sr.que preenchei aquele cheque'; ou então: - 'Não posso pagar essa quantia à sua mão, só ao Sr.mesmo?' Do mesmo modo, nossas orações não podem ser desacreditadas se não são oferecidas em nome de Jesus (e.e., não só por causa de Jesus, por amor de Jesus, mas na base de que nós somos dEle, membros Seus) contanto que fiquemos dentro dos limites de Cristo – o que é um limite razoavelmente amplo! Se pedirmos qualquer coisa contrária às Escrituras, ou que não esteja de acordo com a vontade de Deus, Cristo mesmo não faria isso. Mas ‘se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade...obteremos os pedidos que Lhe temos feito’.
A parte mais doce, se é que podemos dizer que uma parte seja mais doce que a outra, é o descanso que decorre da plena identificação com Cristo. Agora já não estou mais ansioso sobre coisa alguma, quando reconheço isso; pois Ele, estou certo, é em tudo capaz de realizar a Sua vontade, e Sua vontade é a minha. Não importa onde Ele me coloque, nem como. Isto é antes para Ele do que para mim considerar; pois no lugar mais fácil Ele tem de dar-me Sua graça, e no lugar mais difícil, Sua graça me basta. Para o meu servo, por exemplo, não fará diferença que eu o mande sair para comprar algumas coisas de pouco valor, ou artigos muito caros. Em qualquer caso, ele me procurará para eu lhe car o dinheiro e para me trazer as compras. Assim, se Deus me coloca em sérias perplexidades, não precisa me dar muita orientação? Se em posições de grande dificuldade, abundante graça? Em circunstâncias de fortes pressões e provas, grande força? Não há o perigo de que os Seus recursos sejam insuficientes para qualquer emergência! E os Seus recursos são meus, pois Ele é meu, está comigo, habita em mim.
E desde que Cristo tem assim habitado, pela fé, no meu coração, como me sinto feliz! Gostaria de poder falar-lhe, ao invés de estar escrevendo. Não é que eu seja melhor do que fui. Em certo sentido, não desejo ser, nem estou procurando isso. Mas eu estou morto e sepultado com Cristo – sim, e ressuscitado também! E agora Cristo vive em mim, ‘e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo se entregou por mim’...
Agora preciso terminar. Não disse a metade do que gostaria, nem disse como gostaria, se tivesse mais tempo. Que Deus lhe dê a apropriação dessas verdades benditas. Não continuemos a dizer, em efeito: “Quem subirá ao céu? (isto é, para trazer do alto a Cristo)”. Em outras palavras, não consideremos que Ele esteja longe, quando Deus nos fez com Ele, membros de Seu próprio corpo. Nem devemos olhar essa experiência, essas verdades, como sendo para uns poucos. São o direito e patrimônio de todos os filhos de Deus, e ninguém pode prescindir deles sem estar desonrando o seu Senhor, Cristo! Ele é o único poder para o livramento do pecado ou para o serviço verdadeiro”.
Extraído do livro “O Segredo Espiritual de Hudson Taylor” (Editora Mundo Cristão)
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Hebrom - A Herança do Amor III
COMUNHÃO
Então devemos falar de Hebrom como um tipo de comunhão, assim como seu nome o expressa. Existem alturas na comunhão com Deus que devemos escalar. Você não deseja conhecer a oração do Espírito Santo em todas as suas possibilidades? Você não deseja conhecer a oração da fé em Deus em todas as suas ilimitadas forças? Você não deseja conhecer o “orar sem cessar”, e a comunhão permanente onde as cortinas nunca são fechadas, e a Presença de Deus nunca é retirada? Você não deseja conhecer a comunhão pura que espera no Senhor, que traz a Sua própria vida e plenitude, que respira o Seu sopro e descansa no Seu peito em perfeito descanso, sem o murmúrio de uma onda numa costa tão pacífica?
Você deseja a intuição compreensiva que capta o pensamento de Deus, que encontra o toque mais delicado do Espírito, que entende a vontade do Mestre, e responde à suave e pequena voz, e alcança a própria mente de Deus?
Será que essas coisas te desgastam e oprimem, e não te atraem? Ou será que seu espírito clama: “Dize-me, ó amado de minha alma: onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes repousar pelo meio-dia” [Ct 1:7].
Estou aprendendo bem perto do peito de Jesus;
De tão próximo que posso ouvir
O mais suave sussurro do Seu amor
Na mais doce comunhão.
E sentir a Sua poderosa mão
Comigo nessa terra hostil.
Experimentar isso torna a comunhão com outros mais próxima e santa. Nesse lugar secreto do Altíssimo, Deus nos traz os mais sagrados companheiros de amor, nos leva ao mais íntimo de suas vidas, nos apresenta suas necessidades, e torna um privilégio orar por eles, nos usa para cooperar com seu trabalho e compartilhar suas dores, e tudo se inicia aqui mesmo, as santas amizades do mundo celestial.
Não existe ninguém tão próximo de nós do que aqueles que se encontram bem distantes, afastados por grandes mares e continentes distantes.
Existem cabos ocultos no fundo
De cada amplo oceano;
Cordas de amor e oração são mais fortes
Que as marés do Atlântico.
Essas são alguns das alturas de Hebrom. Amado, deveriam clamar por essas coisas e habitar ali com Calebe, “no paraíso do amor”?
BÊNÇÃOS DA ALIANÇA
Hebrom era a cidade de Abraão e Davi. Como cidade de Abraão, ela representa a aliança com todos os filhos da fé. É nosso direito ter as mais altas bênçãos. Não existe nada que limite as promessa de Deus, ou as possibilidades da fé o do amor a ponto de não podermos clamar por meio dessa eterna aliança, se nós ousarmos nos apropriar e entrar nelas.
E assim como Davi foi coroado em Hebrom antes de reinar em Jerusalém. Então Hebrom também é uma cidade real, e o lugar do amor é sempre o lugar do realeza. Se vamos reinar sobre corações humanos, e influenciar destinos humanos, devemos ter esse coração de amor. Assim como observo o povo na obra de Deus, sempre vejo o coração de amor ir na frente, e certamente as almas que não venceram as mais altas vitórias do amor, independente de quão brilhantes sejam seus dons, serão desqualificadas para o serviço mais nobre.
Se Deus vai te fazer um rei, e te coroar para o lugar mais alto de Sua obra, você deve permanecer em Hebrom, e começar seu reinado ali, no lugar do perfeito amor. Sensibilidade, egoísmo, irritabilidade, censura, falta de compaixão, falta de gentileza e infinita compaixão, vão te barrar da obra mais suprema e das maiores compensações.
FÉ
Hebrom representa a vitória da fé. Como Calebe venceu essa poderosa cidadela? Ouça: “...o SENHOR, porventura, será comigo, para os desapossar, como prometeu” [Js 14:12b].
Tudo era fé. Então toda a vitória deveria ser vencida pela fé. Quando Jesus falou aos discípulos os vastos requerimentos de amor pelos que erravam com eles, requerendo perdão até setenta vezes sete, eles poderiam ter clamado, “Senhor, aumenta nosso amor!” mas sua oração no Espírito foi mais sábia que isso. Foi, “Senhor, aumenta nossa fé!” Eles estavam certos, e Jesus disse em resposta, “Respondeu- lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira:Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá.” [Lc 17:3-6]
A montanha mais alta de descrença e alienação vai ser vencido por um germe do divino amor. Não poderemos cultivar fé, não é uma planta indígena no solo terrestre, mas deve ser clamada no nome de Jesus, no terreno da aliança, através do Espírito Santo, como algo obtido por meio de Sua graça.
E se hoje você viu qualquer falta de amor no seu coração, você apenas tem que se apropriar disso de acordo com seu direito na aliança, colocar seu nome ali, e então fincar seus pés no terreno e crer que vai receber. Então se posicione no teste desse amor, insistindo nisso como seu direito, e isso vai surgir da sua vida através de Sua fiel e amplamente suficiente graça.
OBEDIÊNCIA
Mais uma vez, Hebrom representa a recompensa da obediência. Hebrom se tornou a herança de Calebe “porque ele perseverou em seguir o Senhor, Seu Deus” [Js 14:8;9]
O amor humano dá suas recompensas caprichosamente. A mãe vai abraçar seu filho quase até a morte em um momento, e outra hora pode bater nele quase até a morte. Mas Deus ama em princípio, e Seus mimos são sempre dados por uma razão. É quando O obedecemos, quando O agradamos, quando permanecemos firmes em momentos de prova, quando sacrificamos algum desejo egoísta ao Seu comando - é aí que ouvimos as doces palavras “Muito bem, servo bom e fiel…entra no gozo do teu senhor.”
Como uma mãe amorosa, Ele toma Seu filho em Seu terno abraço, e esbanja sobre ele a plenitude de Sua afeição. Foi quando Abraão provou sua fidelidade pelo sacrifício de seus filho que Deus o encontrou com esse doce testemunho, “pois agora sei que amas [temes] a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho” [Gn 22:12].
Isso é o que Jesus quis dizer nessas maravilhosas palavras: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.” [Jo 14:21]
Isso é algo mais do que Ele disse para o Cristão normal. Isso é o Seu amor especial por aquele coração sempre obediente. Isso impactou tanto os discípulos que eles perguntaram novamente a Ele sobre isso, e Ele repetiu a mesma promessa em uma linguagem ainda mais forte: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.” [Jo 14:23].
Esse é o caminho para Hebrom. Poderemos andar em obediência Nele, e então entrar em todo o gozo do Senhor?
E agora, concluindo, Deus tem nos chamados nessas lições para as coisas mais altas. Será que percebemos que esses anos de espera de Calebe geraram mais do que uma vida comum? Ele chegou a quase um século de anos. Ele viu duas gerações se passarem. Ele foi escravo entre os tijolos do Egito. Ele cruzou o Mar Vermelho, esteve de pé sob a terrível nuvem do Sinai, cruzou as bordas de Canaã, e pisou nas alturas de Hebrom quase meio século antes, e e ainda passou mais uma rodada no deserto, sem nunca se afastar do seu Deus, seguindo a Ele como um cão fiel (que é o significado do seu nome), e obedecendo a toda a vontade do Dele.
E agora ele passou por toda a campanha de conquista de Canaã, e marchou ao redor de Jericó e entrou nas brechas dos muros, triunfou em Bete-Horom, e caminhou através da largura e profundidade da terra; e com seus cabelos grisalhos sendo agitados pelo vento naquele dia, um homem de quase cem anos... qualquer um diria que ele, enfim, deveria merecer um alívio de trabalho e um despojo, entrando na mais rica herança que seu Comandante pudesse o dar. Mas nós o encontramos, ao contrário, pisando nas bordas do maior trabalho da sua vida, e, como um jovem de vinte e um anos, pedindo pelo privilégio de lutar as maiores batalhas que faltavam e conquistar os maiores gigantes dos Anaquins.
Glorioso Calebe! Líder Inspirador! Brilhante exemplo! Fala aos homens e mulheres que tem sido santificados e chamados para encontrar as poderosas oportunidades desses dias presentes.
Ó, que possamos permanecer nas bordas desse reino que vem, e esperar pelos primeiros raios do alvorecer do Milênio! Senhor, nos envie para as mais altas, divinas e mais vitoriosas conquistas da fé e do amor que já tenhamos experimentado, pela glória do nome do nosso Mestre. Amém.
Tradução própria do texto de A.B.Simpson, no capítulo 7 do livro "Christ in The Bible - Joshua"
Tradução própria do texto de A.B.Simpson, no capítulo 7 do livro "Christ in The Bible - Joshua"
terça-feira, 26 de abril de 2016
Hebrom - A Herança do Amor II
A VITÓRIA DA FÉ
Hebrom representa a vitória da fé que espera. A promessa clamada em Hebrom tinha sido dada há quarenta anos. Essa era a realização de uma visão de uma vida. Era o cumprimento de uma esperança adiada.
As mais ricas bênçãos de Deus algumas vezes requerem não apenas sacrifício, sofrimento e duro conflito, mas grande demora e espera paciente. Mas a bênção cresce com o adiamento! Os juros crescem com o tempo extenso, e a taxa de Deus é sempre em juros compostos.
É muito abençoado receber, no alvorecer da vida, alguma preciosa promessa, e então permanecer firme, à medida que os anos passam, e esperar que Deus a cumpra, sem se desencorajar pela demora, mas sabendo que “para Deus mil anos são um dia, e um dia como mil anos.”
Deus logo deu ao seu povo antigo uma promessa, e depois anos de espera. E, ó, como Seu coração busca com deleite Seus filhos que permanecem firmes, independente das provas, sabendo que “se tardar, espera-o, pois certamente virá, e não tardará” [Hc 2:3].
Assim, somente assim, as coisas mais fortes amadurecem. A árvore de tília pode crescer em uma década, mas o grande carvalho pode permanecer por séculos, e leva muitos anos para amadurecer. Assim Deus está ensinando-nos como buscar as mais elevadas bênçãos. Vamos segurar firme as promessas. Vamos aprender a esperar pelo melhor vinho no final.
Sinto muito pelo homem que já recebeu todas as suas bênçãos, e não tem orações não respondidas, e nenhuma reserva de fé e esperança além da presente hora. Como o pintor que chorou quando ele alcançou seu ideal, porque ele nunca poderia exceder o presente, então seu coração perde sua fonte quando alcançou todo o seu desejo.
O Espírito Santo está sempre nos levando adiante na santa aspiração e busca infinita pelas coisas superiores, e Ele pode nos encantar pelas esperanças que Ele coloca diante de nós. Vamos armazenar nos céus essas orações, que são frutos de espera, e vamos deixar que a perspectiva da vida seja coroada, altura acima de altura, com bênçãos ainda não recebidas. Poderemos assim louvar o Senhor tanto pelo que Ele ainda não nos concedeu, assim como pelas bênçãos recebidas, e cantar, com um dos mais doces espíritos de nosso século:
“Doce canção, tenho em meus lábios
há tanto preparada com amor,
Que glórias sejam dadas a Deus
pela graça que ainda não desfrutei.
(Anna Letitia Waring)
AMOR
Hebrom representa especialmente a herança do amor e da sagrada amizade. Essa era a cidade de Abraão, amigo de Deus, e seu nome representa hoje “O Amigo”. Isso tipifica o amor, a suprema herança da fé e da experiência Cristã.
Não me refiro ao amor no seu sentido natural, como um instinto humano, mas ao amor que é a graça e dom de Cristo; e penso que Hebrom não representa os estágios naturais do amor Cristão, mas a escolha dos finos e escolhidos tons que o Espírito Santo tem para dar àqueles que se dirigirem “para os caminhos altos”.
Sabemos que o Senhor Jesus tinha alguns discípulos que se achegaram mais ao Seu coração que outros; e o amor tem ainda suas câmaras mais interiores e tons mais finos. Hebrom parece expressar essas dimensões do amor e comunhão celestiais.
Aqui temos “o amor que lança fora o medo”; a perfeita confiança no Pai sem sombra; um companheirismo que é eterno e inquebrável, e garantido pelo Seu juramento poderoso. “Nunca te deixarei, jamais te abandonarei”. Será que desejamos o cume dessa montanha do amor?
Então temos o amor de Cristo derramado em nossos corações, que é Seu próprio coração em nós. Não posso cantar o cântico,
“Me dê um coração como o Teu,
Me ajude a amar como Tu”
porque eu não posso me assemelhar a Cristo. Eu devo ter o Próprio Cristo vivendo em mim. Esse é o meu mais alto Hebrom, que “assim como ele é, também sejamos nós, no mundo”. “A fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja”. [Jo 17:26]
Mais uma vez, aqui temos aquilo que chamamos de a vida de amor do Senhor; o abençoado e terno relacionamento no qual o chamamos nosso “Ishi” e Ele nos chama de amados [Os 2:16]; quando somos desposados pelo Senhor e Ele se torna nosso Noivo do coração, despertando todo o nosso ser com um toque tão real, e tão infinitamente santo, que isso é tão verdadeiro quanto todo o resto.
“O amor de Jesus, o que é,
Ninguém além dos Seus amados conhece.”
Será que não desejamos habitar nesse lugar elevado do amor?
Então temos o amor que ajusta todos os nossos relacionamentos naturais e espirituais, e nos capacita a amar cada um em Cristo, não com um amor terreno, sentimental, um amor egoísta que muitas vezes fere aquilo que deveria abençoar. Amar assim como Cristo, que ama cada um com um perfeito, santo, desinteressado e simples amor.
Nosso coração muitas vezes dói porque está desajustado! Assim como os ossos falham em se encaixar um no outro no corpo de Cristo, e as juntas não se ajustam ao seus encaixes, até que todo o corpo esteja distorcido e doente! Mas Cristo tem um amor por cada um de nós que é mais forte que nossas afeições naturais, e infinitamente mais doce, suave, mas desinteressado e abençoado do que qualquer amor terreno.
Alguns de nós morreria por um amigo hoje, com apaixonada devoção; mas amanhã, se ele insultasse nosso cadáver, instantaneamente ressurgiria dos mortos para derramar sobre ele uma feroz recriminação. Esse não é o amor de Cristo, que é pacífico e sem fim.
Alguns de nós nos agarramos a falta de alguém até que nos tornemos cegos para as suas melhores qualidades e nos esquecermos de sua real bondade. O amor de Cristo pode ver o erro, mas também vê o outro lado, e pode cobrir o erro com fé e esperança. Que possamos clamar a Cristo pela cura, e ver o outro apenas à luz do amor perfeito e gracioso do próprio Cristo.
O amor de Cristo não faz acepção de pessoas. Ele ama com mais carinho aqueles que Deus de forma justa posicionou mais próximos a Ele, mas ama também cada um em seu lugar, simplesmente, totalmente, desinteressadamente.
O sol vê uma pequena margarida e dá a ela a luz que pode suportar. O mesmo sol olha para o seio do grande lago e dá uma porção maior, mais glória, porque o lago pode reter e refletir mais do sol e de sua glória. Então o amor de Deus encontra cada pessoa que tem contato com Sua vida, e toca cada um de acordo com o seu ajustamento à providência de Deus e aos princípios da Sua Palavra.
O amor de Cristo pode amar até o indigno. Ele não ama pelo valor do objeto, mas como o raio de sol, ele cobre as piores coisas com Sua própria glória, “e ama o encanto que Ele deu”.
Continua amanhã...
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Hebrom - A Herança do Amor
“Portanto, Hebrom passou a ser de Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, em herança até ao dia de hoje, visto que perseverara em seguir o SENHOR, Deus de Israel.” (Js 14:14)
A Cidade de Hebrom ainda é um dos lugares mais interessantes e agradáveis na Palestina. É um ponto bastante elevado, de onde é possível vislumbrar uma grande extensão de terras, e mesmo em meio à desolação da Palestina, ainda é um cenário de extrema beleza, fertilidade e exuberância.
A região é coberta por videiras e plantações. As uvas de Escol ainda crescem em vales, e as chuvas e fontes de água estão trazendo algo de sua antiga plenitude. Não é de se espantar que Calebe colocou seu coração sobre essa porção da herança e clamou para si.
O incidente no capítulo 14 de Josué é um dos mais impressionantes no Livro de Josué. Calebe foi um dois espias fiéis que voltaram da terra para Cades-Barnéia [Nm 12], e, diferente dos seus irmãos, ele encorajou o povo a subir e tomar a sua herança. No entanto, eles se recusaram a isso, e por quarenta anos ele esperou até que a geração incrédula tivesse sido exterminada. Depois, por mais de quatro anos, Calebe permaneceu ombro a ombro com seus companheiros na conquista da terra e das diversas heranças, até que os últimos reis tenham sido subjugados e a terra foi então dividida por sortes. Então, ele se apresenta e requer sua própria herança e, com justiça, a recebe.
UMA HERANÇA ESPECIAL
Hebrom representa uma herança especial; algo mais do que os lotes comuns das outras tribos. O ato de Calebe expressou a santa ambição que é digna de nossa imitação.
Deus se agrada de nos ver clamar por tudo o que há para nós em Sua grande redenção. O Mestre não ficou aborrecido com Tiago e João quando eles desejaram mais que seus irmãos [Mt 20:20]. O profeta do velho testamento ficou aborrecido quando o rei de Israel demonstrou que estava disposto a receber tão pouco, e o reprovou quando ele não atirou cinco ou seis vezes com as flechas da fé sobre o chão [2 Rs 13:17-19].
Existe mais para cada um de nós que uma experiência Cristã ordinária. Existe muito mais além de ser salvo e santificado. Deus tem escolha de possessões para espíritos escolhidos, e Ele deixa que cada um decida por si mesmo o quanto deseja ter. Eles está sempre observando com ciúme amoroso para ver quão diligente nosso espírito é, e o quanto do chamamento celestial em Cristo Jesus nós ambicionamos.
O MELHOR DE DEUS
Hebrom representa não apenas uma herança superior, mas a mais alta delas. Era o lugar mais desejável em toda a terra. Calebe deseja aquele lugar porque era o melhor, e Anaque o tomou pela mesma razão. Deus tem para cada um de nós o bom, o muito bom e o excelente. A grande maioria está apaticamente satisfeita em ter o bom, uma minoria escolhe o muito bom, e um em uma miríade [10.000], ocasionalmente, busca o excelente. Bem verdadeiro é o dito: “O muito bom é o maior inimigo do excelente.” Se nós nos posicionamos um pouco acima da média, podemos descansar na auto complacência, e perder o mais alto chamado.
Calebe não receberia nada menor que o excelente de Deus, e efetivamente o recebeu. Deus deseja que não nos contentemos com nada além de Seu mais alto propósito, e “seguir em frente para o bom prazer de de Sua bondade” e “e a boa, perfeita e agradável vontade de Deus”.
DIFÍCIL
Hebrom representa uma vitória muito difícil. Não era apenas a mais elevada, mas também a escolha mais difícil. É bem verdade que os mais elevados dons de Deus são os mais custosos. No âmbito natural, valor é expresso pela raridade e custo. Pérolas não nascem em árvores. Soberanos não caem como flocos de neve. Os louros da fama não estão presos em todos os galhos ao longo do caminho. Sucesso não é um acidente capcioso. Todas essas coisas são a recompensa do labor, sacrifício, renúncia, e muitas vezes, grande sofrimento. Portanto, as mais elevadas coisas espirituais são custosas, e envolvem um intenso labor e renúncia.
Satanás não disputa nosso caminho nas planícies das bênçãos medianas, mas quando ascendemos para as altitudes mais altas, encontramos seus principados e poderes disputando nosso avanço, e eles são mais difíceis no final. O diabo também é sagaz para não desperdiçar sua munição em coisas ordinárias, comuns. A razão para que Arba, o maior de todos os Ananquins, tivesse escolhido Hebrom era porque era o melhor lugar da Palestina. A causa das coisas melhores na sua vida custarem tão grandes tentações e pressões, é porque essas maravilhosas e inefáveis bênçãos estão atrás das defesas do seu inimigo, se você apenas ousar clamar por sua herança.
Se você vai alcançar as alturas da santidade, você terá, como Habacuque, que ter “pés como os da corça”, e “aprender a andar nos lugares altos”. Se você vai chegar aos tons mais delicados da experiência Cristã, você deve conhecer os toques pesados da mão do adversário. Se você vai se assentar com Cristo no Seu trono, você deve ir com Ele ao Getsêmani. Cristo não está te impedindo de chegar às regiões mais altas ao Seu lado, mas Ele está te perguntado, como Ele fez com Seus discípulos da antiguidade, “Você pode beber do cálice? Pode ser batizado no meu batismo?”
Calebe entendeu tudo isso quando ele pediu Hebrom, e a razão pela qual ele a desejava era porque “os Ananquins estavam lá, e grandes e fortes cidades” [Js 14:12]. Cristo está buscando homens e mulheres com esse tipo heróico, aqueles que vão suportar as coisas mais difíceis, e não terão medo do custo pelas coisas mais elevadas do Seu reino.
Uma vez em minha vida, quase fui tentado ao desencorajamento pelas tentações e pressões ao meu redor, e meus olhos pousaram sobre essa linha de um livro antigo: “A melhor evidência de que você está na vontade de Deus é o rugido do diabo”. Então eu agradeci ao diabo pelo seu rugido, e encontrei a razão pela qual ele estava ali com toda a força, porque havia um Hebrom logo em frente.
Continua amanhã...
Tradução própria do texto de A.B.Simpson, no capítulo 7 do livro "Christ in The Bible - Joshua"
sexta-feira, 22 de abril de 2016
Do Encorajamento para a Apostasia
O que Aconteceu com a Cristandade?
No Livro de Hebreus, os Cristãos são avisados diversas vezes do alvo do seu chamamento. Esse é o assunto central na vida Cristã e, portanto, deveria ser a ocupação central em todas as atividades de qualquer Cristão em todos os tempos. Esse é o assunto disposto na Palavra de Deus como importante do ponto de vista Dele.
Princípio da Nossa Confiança
Em Hebreus 3:13a, Cristãos são alertados:
“pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia [Lit. ‘diariamente’, 'todos os dias’], durante o tempo que se chama Hoje [o tempo presente]…”
Isso deve ser feito para evitar, a todo custo, que venhamos a tomar um curso similar ao que foi tomado pela nação de Israel em Cades-Barneia (cf.Hb 3:8, 13b).
De acordo com as escrituras, os Cristãos vão ocupar posições com Cristo no trono, como seus “companheiros” SE….. Os Cristãos vão ter posições dessa natureza com Cristo nesse dia que virá, SE, durante o presente dia, eles segurarem firme a confiança que desde o princípio tiveram, “guardar até o fim” (Hb 3:14).
(A palavra “companheiros” é melhor que “participantes”, usada na versão King James. Essa seria uma tradução preferível da palavra grega “metochoi” usada nesse texto de Hb 3:14, que é a mesma palavra que o escritor de Hebreus também usou em 1:9 [traduzida por “companheiros”] e 3:1 [traduzida como “participantes”].
Segurar “desde o início da confiança até o fim”, tendo em vista ser “companheiros” de Cristo naquele dia, deve ser entendido dentro da estrutura do tipo.
Calebe e Josué seguraram desde o início a confiança até o fim; apesar do restante da nação não ter feito o mesmo.
No que diz respeito ao entrar na terra, expulsar o inimigo, e ocupar a posição para a qual eles foram chamados, Calebe e Josué disseram: “Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela” (Nm 13:30).
Mas o restante da nação manifestou uma atitude totalmente diferente, tomando uma outra abordagem em relação ao assunto. Eles temeram os habitantes da terra, choraram durante a noite, murmuraram contra Moisés e Aarão e tentaram apontar outro novo líder para sai e retornar ao Egito (Nm 13:21 -14:4).
É aí que está a diferença. Esse é o contexto de Hb 3:14, que deve ser entendido tendo esse pano de fundo.
Confissão da Nossa Esperança
Em Hebreus 10:23-25, o mesmo mandamento é declarado de uma forma um pouco diferente, em conexão com os Cristão se congregarem. No verso 23, os Cristão são exortados: “Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar”. Então, os dois versos seguintes falam aos Cristãos para “considerar uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras…façamos admoestações”. Assim, esta é a maneira que os Cristãos devem conduzir seus assuntos uns com os outros, “tanto mais” quando “verem que o Dia se aproxima [esse dia quando a esperança presente será realizada]”.
Pelo contexto, em Hebreus 10, o propósito central dos Cristãos se congregarem (o propósito central do texto - “não deixemos de congregarmos…” - vs.25) é exortar uns aos outros em relação à esperança do nosso chamado (cf.vv. 23,25).
Fazendo isso, os Cristãos, de alguma maneira, poderiam ser ensinados sobre essa esperança. Eles poderiam falar e discutir sobre essa esperança uns com os outros, porque não poderia haver exortação alheia aos fatos que envolvem o chamado Cristão.
Em outras palavras, à luz de Hebreus 3:13, 10:23-25, os Cristãos devem se congregar, tendo em vista o falar e discutir entre si sobre as coisas que se relacionam ao seu chamado. Eles devem falar da terra diante deles (aquela terra celestial), o inimigo nela (Satanás e seus anjos), a necessidade da presente vitória sobre o inimigo (através da batalha espiritual), e da esperança diante de nós (de um dia ocupar essa terra celestial com o “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores”, e Cristo e os Cristãos ascenderem ao trono juntos [ocupando o lugar que hoje está tomado por Satanás e seus anjos], exercitando os direitos de primogenitura).
E, com essas coisas em vista, os Cristãos deveriam ocupar tempo exortando uns aos outros (“diariamente” no texto [3:13]) no que se relaciona à importância de ter os olhos fixos no objetivo diante de nós, devendo continuar com este intercâmbio uns com os outros tanto mais quanto eles vêem “que o Dia se aproxima”.
Este é exatamente o tempo em que estamos hoje - um tempo onde os Cristãos deveriam se exortar mutuamente “tanto mais quanto” estamos vivendo bem próximos do fim da presente dispensação, bem próximo do final do tempo do homem de seis dias (6.000 anos), imediatamente antes do sétimo dia que rapidamente se aproxima (o Dia do Senhor, a Era Messiânica, os últimos 1.000 anos).
Mas…
Será que os Cristãos estão se congregando hoje com esse propósito em vista? Dificilmente! Os Cristãos, em sua maioria, sabem pouco ou nada sobre esse assunto. Esse não é um assunto sobre o qual eles falam ou discutem; tampouco é algo que esteja nos seus mais importantes pensamentos, governando suas ações, possibilitando que se exortem mutuamente dia a dia.
Consequentemente, os Cristãos estão se congregando hoje com propósitos que ignoram completamente o que está descrito em Hb 10:23-25. Isso mostra quão completo tem sido o trabalho do fermento no seu processo de destruição [Mt 13:33].
As condições vão melhorar? Será que os Cristãos vão acordar um dia?
Não durante a presente dispensação! A presente dispensação, de acordo com as escrituras, terminará em total apostasia no que tange aos Cristãos entenderem e manifestarem um interesse na Palavra do Reino; e é exatamente essa direção que a Igreja tem tomado pelos séculos.
E, não tem apenas tomado essa direção, mas a Igreja continua a seguir nela ainda hoje - uma direção que, por todos os propósitos práticos, tem carregado a Igreja a um ponto completamente distante “da fé” que era sustentada quase que universalmente entre os Cristãos durante o primeiro século.
A afirmação de Cristo “até que esteja tudo levedado” (Mt 13:33), e Sua semelhante afirmação de que no tempo de Seu retorno Ele não encontraria “a fé na terra” (Lc 18:8), devem ser tomadas pelo seu real valor. Cristo, em Sua onisciência, sabendo do futuro, tanto quanto do passado e presente, afirmou como será exatamente no final desta dispensação.
Depois de dois milênios, no final da dispensação, o processo de fermentação, de acordo com a afirmação de Cristo (cf. Mt 13:3-33), seria tão completo que, correspondentemente, a mensagem relacionada “a fé” não seria mais ouvida nas Igrejas - tanto nas Igrejas fundamentalistas como nas liberais. E a Igreja como um todo, no que diz respeito a essa mensagem, seria como a Igreja de Laodicéia em Ap 3:14-21, “infeliz, miserável, pobre, cego e nú”.
Tradução do texto do mesmo nome de Arlen L.Chitwood
Assinar:
Postagens (Atom)