Em Isaías 39 é nos dito que quando a notícia da doença e da recuperação de Ezequias chegou até a corte babilônica, foram enviados mensageiros com cartas e um presente para Ezequias. Ezequias era um recipiente da graça de Deus, mas foi incapaz de suportar o teste da graça. A Palavra de Deus diz: “Ezequias se agradou deles, e lhes mostrou a casa do seu tesouro, a prata, o ouro, as especiarias, os óleos finos, todo o seu arsenal e tudo quanto se achava nos seus tesouros.”
Ezequias não venceu a tentação de mostrar todas as suas coisas. Ele tinha acabado de ser curado maravilhosamente de sua doença, e, indubitavelmente, sentiu-se importante e pensou que existiam poucas pessoas no mundo que haviam tido uma experiência tão notável quanto a dele. A quantos Deus deu um sinal tão maravilhosos ao serem curados, como deu a ele quando a sobra no relógio de Acaz retrocedeu dez graus? Em seu entusiasmo, Ezequias mostrou todos os seus tesouros aos homens da Babilônia, de forma que tudo o que ele possuía tornou-se conhecido por eles. Devido a essa exposição, Isaías lhe disse: “Ouve a palavra do Senhor dos exércitos: Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, como o que entesouraram teus pais até o dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o Senhor.” A medida com que exibimos coisas aos outros será a medida de nossa própria perda. Isso é sério e requer nossa atenção.
Ezequias não venceu a tentação de mostrar todas as suas coisas. Ele tinha acabado de ser curado maravilhosamente de sua doença, e, indubitavelmente, sentiu-se importante e pensou que existiam poucas pessoas no mundo que haviam tido uma experiência tão notável quanto a dele. A quantos Deus deu um sinal tão maravilhosos ao serem curados, como deu a ele quando a sobra no relógio de Acaz retrocedeu dez graus? Em seu entusiasmo, Ezequias mostrou todos os seus tesouros aos homens da Babilônia, de forma que tudo o que ele possuía tornou-se conhecido por eles. Devido a essa exposição, Isaías lhe disse: “Ouve a palavra do Senhor dos exércitos: Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, como o que entesouraram teus pais até o dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o Senhor.” A medida com que exibimos coisas aos outros será a medida de nossa própria perda. Isso é sério e requer nossa atenção.
É uma lástima tantas pessoas não suportarem manter ocultas suas experiências! Certa vez um irmão disse: “Muitos dos irmãos adoecem, e quando se recuperam, dão seus testemunhos. Eu queria ter uma doença – não uma doença fatal – e que Deus me curasse; então, poderia ter algo a dizer na próxima reunião de testemunhos”. Qual era a motivação desse irmão? Ser capaz de dar um testemunho. Ele buscava uma experiência a fim de ter algo a falar sobre ela. Oh! Esse tipo de viver superficial traz sérios danos aos filhos de Deus; isso exclui a possibilidade de progresso espiritual.
Não devemos, então, testemunhar da graça de Deus? Sim, devemos. Paulo o fez, e muitos dos filhos de Deus tem feito isso de geração em geração. Mas testemunhar é uma coisa; deleitar-se ao expor uma experiência é outra coisa bem diferente. Qual é o nosso objetivo ao testificar? É para que os outros ganhem proveito ou é para que possamos ter o prazer em falar? Amar ouvir sua própria voz e desejar ser útil a outros, são duas coisas totalmente diferentes. Não devemos abster-nos de testificar, mas devemos abster-nos de expor tudo.
O Senhor Jesus algumas vezes deu Seu testemunho, mas nunca se entregou no falar. No Evangelho de Marcos é nos dito mais de uma vez que Ele curou os doentes e insistiu que a história da cura fosse mantida em secreto. Mas em Marcos 5:19 está registrado que, após curar um homem possuído por demônio, Ele lhe disse: “Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez, e como teve compaixão de ti.” Podemos falar que grandes coisas o Senhor fez por nós, mas não anunciar essas coisas por toda parte como notícias; tampouco ousamos revelar tudo, pois fazê-lo é desnudar nossas raízes. É essencial que algumas de nossas experiências permaneçam encobertas, pois revela-las todas é perder tudo.
Devemos lembrar que se expusermos todo o nosso tesouro, o cativeiro não poderá ser evitado. Se expusermos nossas raízes, descobriremos que estaremos expondo-as ao ataque do inimigo, e Deus não nos protegerá. Se Ele quer que demos um testemunho, não temos alternativa senão revelar aquela experiência de Sua graça que Ele pede que revelemos, mas nossas muitas outras experiências devem permanecer ocultas.
O mesmo aplica-se à nossa obra. Por meio de Sua graça, Deus cumpriu algo por nosso intermédio, mas lembre-se que o que Ele cumpriu não é algo para anúncio ou propaganda. Se expusermos a obra de Deus, perceberemos que um toque de morte virá sobre ela imediatamente e a perda corresponderá à extensão com que expusermos os resultados. Assim que Davi contou os filhos de Israel a morte chegou, e muitos dentre o povo pereceram (2 Sm.24).
A nossa história secreta com o Senhor deve ser preservada, com exceção daquilo que Ele exige que revelemos. Somente se Ele se mover em nosso interior para revelar algo, ousaremos revela-lo. Se Ele quer que compartilhemos alguma experiência com um irmão, não ousamos retê-la, porque retê-la seria violar a lei do Corpo de Cristo. A comunhão é uma lei de vida corporativa, portanto, quando a vida se levanta no interior de um membro para fluir para outro membro, não deve ser barrada. Devemos ser positivos, não negativos, e devemos sempre ministrar vida aos outros... Creio que devemos aprender o que é o Corpo de Cristo e o que é o fluir de vida entre os membros, mas creio que também devemos aprender a necessidade de salvaguardar aquilo que é especificamente nosso como membros do Corpo.
Conforme sua vida secreta for se aprofundando, você descobrirá que “um abismo chama outro abismo”. Quando você puder gerar coisas valiosas das profundezas de sua vida interior, perceberá que outras vidas serão profundamente afetadas. Sem nenhum movimento exterior forte – somente uma reação tranquila ao mover da vida interior – você alcançará outra vida, e ela será ajudada, e para dentro dela virá a certeza de que mais profundamente que a consciência, ela encontrou profundidade; e profundidade respondeu à profundidade. Se em sua vida não há profundidade, sua obra superficial afetará apenas superficialmente outras vidas.
Extraído do texto “Um Abismo Chama outro Abismo” – Watchman Nee (do livro Doze Cestos Cheios Vol.1)